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segunda-feira, 3 de março de 2003

Aveiro e o basquetebol

Aveiro é a capital do basquetebol.

Foi com esta “imagem de marca” que passei a minha infância, a minha adolescência. Pequenas diferenças, um pouco por todo o lado, davam brilho a essa designação: tabelas de basquetebol um pouco por todo o lado, professores de Educação Física que eram treinadores das melhores equipas nacionais, e muitas equipas da nossa região na divisão maior do basquetebol nacional – com a Ovarense a chegar mesmo ao título de campeã nacional.

Quando começou a competição profissional de basquetebol pensei que esse poderio poderia ser ampliado. Ao contrário, por percalços e deslizes, uns políticos, outros nem por isso, o poderio só tem sido esvaziado.

O processo do Aveiro Basket começou, infelizmente, mal desde o início e não melhorou nada com os patrocínios “políticos” que teve e que não conseguiram mostrar que este era um projecto com futuro. No início o divórcio entre as partes que o constituíram também era notório e o ramalhete conjunto não ajudava. Por fim, algumas forças externas que nunca gostaram do projecto tal como ele estava ajudavam ainda mais este projecto a não vingar.

A decisão de “alerta para a crise” desencadeada esta semana pelo Aveiro Basket esperemos que não irá perigar a situação de direito desportivo. Dois jogadores irão para já sair e outros possivelmente irão pelo mesmo caminho. Seis meses para revigorar o projecto serão suficientes? Penso que Gonçalo Fonseca tem algumas condições para dar a volta por cima mas deve estar desgastado pelo modo como certas coisas se passam…

Um projecto como o da Aveiro Basket - ou de outro tipo – poderá ser possível se tivermos a consciência do que queremos para Aveiro, um dos temas recorrentes das minhas crónicas. Parabéns, para já, aos aveirense “Oliveira e Irmão” pelo apoio que dão à equipa.

Quem gosta de basquetebol não se poderia esquecer nunca dos “derbies” citadinos entre Beira-Mar e Esgueira, a saudável rivalidade dos jogos entre Illiabum e o Beira-Mar. Jogos de pavilhão cheio, gritos de incentivo do princípio ao fim, promessas de “vingança” na próxima jornada. Será que isso acabou? Ou acabaram as equipas?

Aveiro, que tem um problema por resolver com o futebol da cidade, deve resolver a bem o assunto basquetebol: por favor, sem fusões… até com outras divisões… mas a bem. Nunca com decisões de afastar quem está no basquetebol porque gosta.

Uma pequena nota de rodapé: quem escreve, sem dúvida, que o faz por duas por três razões. Ou tem uma estratégia superior, maquiavélica quem sabe, ou decide que tem o direito à indignação ou, por fim, escreve sobre um assunto algo que lhe interessa. Felizmente para nós, simples seres humanos, não são somente os académicos que deslizam a sua pena sobre o papel. Felizmente para nós, meros cidadãos, não são apenas os detentores da verdade absoluta pois esses raramente nos contam as verdadeiras motivações por detrás das supostas “óptimas” decisões…
Felizmente vivemos em sociedade. Mas é claro que certos decisores deviam saber sobre o qual falam…

jmo@esoterica.pt

As crónicas estão disponíveis em http://aveirolx.blogspot.com Leiam e comentem!

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João Oliveira

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