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terça-feira, 11 de março de 2003

A questão financeira

Escrevo no dia em que Isaltino de Morais, Ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente (note-se a ordem…) dizia aos microfones de uma rádio que a questão da qualidade e do desenvolvimento de uma cidade deviam ter em conta factores muito importantes de meio ambiente e qualidade de vida. Na mesma entrevista, lembrava um conjunto de questões que poderiam alterar o “governo” das cidades e muitas… mesmo muitas, referiam a questão financeira.

A verdade é que Alberto Souto, em Aveiro, também se vem queixando do mesmo: falta de dinheiro e a questão económica. O mesmo dizem os seus fornecedores, ou pelo menos os que tiveram coragem para se tornarem fornecedores da Câmara de Aveiro nestes últimos tempos. Queixa-se Alberto Souto da crise económica, queixa-se do Governo – ele agora já não é independente, é candidato à distrital do PS – e lembra que as finanças da Câmara estão dependentes de questões ligadas à construção – sisas, derramas, etc, taxas e mais taxas.

Infelizmente é verdade. Infelizmente devem os eleitores saber que quando se queixam de construções a mais em Aveiro, de prédios mais altos, o problema é uma questão financeira. Significou que a Câmara de Aveiro quis construir algo e que por isso há que ter verbas…

Claro que o cidadão que não dá conta das verbas camarárias deve olhar para a cidade e lembrar-se dos investimentos feitos, das verbas atribuídas, das apostas em determinado sector/espaço. E tirar as suas conclusões.

Sem dúvida que a Câmara de Aveiro está em dificuldades. A SAD Aveiro Basket já teve que tomar uma decisão corajosa para não obrigar o seu principal accionista (a própria Câmara) a colocar ainda mais dinheiro no final do ano). Já a ACASA, uma entidade que dá assistência médica e social a funcionários autárquicos, não pode fazer o mesmo. Tem que esperar que a Câmara pague aquilo que deve.

As casas de habitação social, as freguesias no geral e as suas infraestruturas básicas sofrem do mesmo problema. O dinheiro não chega para tudo. Não chega para o Estádio, não chega para as apostas que se fazem e para as obras na cidade. Não chega para os fornecedores, como o PCP vem dizendo desde há muito…

Para finalizar esta semana, convém referir um último pormenor. É que os “arrumadores” de Aveiro, ou melhor, eu gostava de corrigir, os sem-abrigo de Aveiro não são muitos. Acho que não precisavam de uma conferência de imprensa. Acho que Marília Martins, uma lufada de ar fresco na Câmara, não precisava de mostrar que faz. Com a quantidade de entidades ligadas ao apoio social, devia resolver o assunto. Sabe que a preocupação é de muitos…

PS - Só uma última nota: segundo o calendário do Euro'2004, o estádio de Aveiro vai receber dois jogos, sendo que nesses dois jogos, há uma equipa
que repete o Estádio: a menos cotada do grupo... Um jogo contra o cabeça de série do grupo e outro com a terceira equipa ... Grandes jogos, sem dúvida!

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João Oliveira

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