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terça-feira, 30 de setembro de 2003

Outra novidade interessante



Este blog sauda o duplo regresso de Girão Pereira à política. Eleito, de forma mais do que merecida, para o Senado do PP, um lugar pouco mais do que honorífico, aquilo que saudamos é a sua vice-presidência da CDR Centro, a trabalhar com Carlos Pereira Coelho. Aveiro fica com uma voz em Coimbra, uma voz que conhece esta terra e muito lutou por ela...

Novidades em Aveiro



Está prevista para hoje a primeira sessão da Assembleia Municipal e prevê-se polémica pela certa... O PCP andou durante o Verão a promover a contestação ao aumento da tarifa de resíduos sólidos em Aveiro e a sua indexação ao consumo da água, que segundo eles, "estão a ser objecto da contestação centenas de cidadãos do Concelho, através de abaixo assinado dirigido aos órgãos da autarquia".
Considerando que os aveirenses não podem ser obrigados a tapar os buracos financeiros criados pelos erros da Câmara Municipal, os subscritores repudiam, em particular, o violento aumento da tarifa dos resíduos sólidos – a taxa do lixo – bem como a indexação dessa tarifa ao consumo da água, e reclamam a rápida correcção desta decisão.
Sem água ou com ela, promete-se polémica. Será que os lideres concelhios não gostavam de debater aqui, no Notas, esta discussão?

PS - Para quem seguiu a discussão do turismo aqui no Blog, talvez goste de passar pelo anfiteatro do DEGEI, na Universidade de Aveiro, no próximo dia 2, quinta-feira, pelas 21 horas. A convite do PSD local, vão estar cá o secretário de Estado do Turismo, Luis Correia da Silva e Carlos Costa, do DEGEI.

quarta-feira, 24 de setembro de 2003

Rancores na blogosfera...????



Caro Manuel Pinto e Caro Frederico Ferreira,

Esta matéria (a da separação e rancor de uma comunidade por outra) já tinha sido discutida no encontro mas acredite que não acreditava muito no que nos tinham contado. Chegado a casa, pesquisei pela Internet e descobri um texto, no mínimo ridiculo, por parte de Eduardo Sousa, do Cafeina. Na altura, apeteceu-me escrever este texto mas achei que era uma pequena voz e que não me devia "ralar". Dado que Frederico Ferreira insiste no tema, que me tem aborrecido há vários anos, passo a deixar a minha opinião muito crítica. E caso queiram continuar a discussão, irei replicar este texto no meu blog...

Desde 1995 que estou ligado de alguma forma ao jornalismo e às novas tecnologias. Acreditam que o tipo de falso elitismo (o verdadeiro não é assim...) destes senhores já vem dessa altura? Quando a saudosa cyber.net surgiu, e da qual me orgulho de ter pertencido desde o 10º número, já os Velhos do Restelo achavam que o excessivo "hype" iria estragar o seu cantinho escuro onde viviam. Quando surgiram tecnologias que permitiam a criação de páginas Web de forma automática, mais uma vez este tipo de mentalidades tacanhas apareceu. Quando o IRC nacional (de cuja rede tenho o orgulho de a ter conhecido apenas com os testers de cada uma das universidades e providers nacionais) explodiu em numero de utilizadores, o mesmo se passou e assim sucessivamente, de cada vez que aparecia algo que proporcionava a mais utilizadores aquilo que era o "hype" e do qual este tipo de senhores tinha a chave sagrada.

Não entendem que o mediatismo é passageira. Para eles, a criação do Blogger e do Blogspot tem o mesmo dom de sacrilégio que os amigos betinhos descobrirem aquela tasca com bifes maravilhosos que eles sabiam e perante a qual guardavam segredo. Ou da praia especialmente bonita que tem como utilizador habitual o Marcelo ou o Marques Mendes. Esquecem-se que o mediatismo apenas serve para dar a conhecer. Tornar algo de bom num espaço conhecido por uma maioria. Que essa maioria tem o direito de existir, meus caros, e de conhecer determinadas técnicas e conhecimentos.

Esquecem-se que sem um conhecimento inicial, não se separa os utilizadores interessantes daqueles que apenas acham que é uma moda e que mais cedo ou mais tarde irão sair do meio. Têm uma visão totalitária, de um elitismo falso. Destilam ódio e para terem razão deturpam TUDO.
Basta lembrar que Frederico nos remete para o gueto "blogspot"... Ai, ai... parece a conversa dos Microsoft-haters... Basta lembrar que Pedro Fonseca escreve sobre o fenómeno, na "A Capital" e no "Público-Computadores" há mais do que um ano e meio. Que, caso não saibam, o António Granado não tem "blogspot" no nome. Alguém discute a qualidade do 35mm? Ou da qualidade de um Socioblogue?

A falta de conhecimento histórico do fenómeno Internet (julgam-se os "senhores" quando deviam ter respeito por aqueles que mandaram emails em VAC e conheceram o Netscape 1.0... que curiosamente são mais humildes que eles) e de um sentido de respeito pela democracia é impressionante.

Por mim, sempre estive do lado da ÚNICA comunidade de bloggers... Porque quem entende que existem duas ou mesmo mais, são as pessoas que começam a matar essa mesma comunidade.

Cumprimentos
João "Notas entre Aveiro e Lisboa" Oliveira

PS - Quem como eu, que estou actualmente em funções na UMIC não pode, por maioria de razão, defender guetos, defender este tipo de falsos elitismos...

Maiorias autárquicas



Maiorias autárquicas Recentemente, regressaram as notícias sobre a mudança da lei eleitoral autárquica, matéria importante neste altura pois os partidos políticos e os independentes deverão ter um certo espaço de tempo para saber, como se diz em linguagem corrente, “com que linhas se cosem”...
Os partidos da maioria parlamentar, PSD e CDS/PP, segundo os jornais, já chegaram a um acordo político e preparam-se para apresentar na próxima semana, na Assembleia da República, o seu projecto conjunto de Lei Eleitoral para as Autarquias. O PSD, por exemplo, quer dar aos autarcas algo em troca da limitação de mandatos (também prevista), em que os presidentes de câmara vão poder ficar no cargo apenas por 12 anos. E essa compensação passa, no imediato, pela reformulação do sistema eleitoral, para que o vencedor da eleição num dado concelho possa escolher pelo menos metade da vereação e, dessa forma, garantir uma maioria para governar. Mesmo não tendo 50% dos votos dos eleitores. Isto de forma a ser validos já nas próximas eleições e não somente em 2009!
O conceito que deve ser aprovado passa por uma fórmula em que o primeiro candidato da lista vencedora para a Assembleia Municipal é eleito presidente da Câmara. E permitindo que a oposição autárquica, como pretende o CDS, também possa entrar nos executivos camarários. Uma preocupação dos populares que se explica pelo facto de se ter reduzido drasticamente a sua implantação autárquica ao nível de presidências de câmara nas eleições autárquicas mais recentes.
No caso de Aveiro, não me choca muito, embora sejamos um município com três partidos relativamente fortes. O que é obrigatório é o reforço de poderes da Assembleia Municipal e o respeito da autarquia pela Assembleia Municipal, assim elegida a uma verdadeira voz das populações.
O que acham?

terça-feira, 23 de setembro de 2003

Encontro de Blogs em Braga



Eu bem sei que este texto pouco tem a ver com Aveiro mas é por demais importante deixar a minha impressão do que se passou em Braga na quinta e sexta-feira passadas. Aliás, um encontro que valeu por muito mais do que apenas falar sobre blogs. Neste "post" deixo a minha opinião, e o link mas seguem mais dois posts, um com algumas notas e outro com uma informação sobre blogs regionais.

Gostei de Braga. Do encontro mas não só. A parte o facto de terem centrado o diálogo numa lógica de jornalismo, natural para quem estuda a área ou trabalha profissionalmente nela, ouviram-se declarações muito importantes e a reter. João Luis Nogueira foi sem duvida o teorizador da blogosfera, enquanto os jornalistas de serviço - Pedro Fonseca e António Granado, deixaram-nos com mais perguntas do que respostas - "defeito profissional".

Mas antes do outro post, deixo-vos com o link das fotografias. Quem quiser qualidade fotográfica, mande-me um email!

Menos apartamentos



A Marina levanta mais uma opinião, que este blog recolhe e dá a conhecer. Jorge Greno questiona a capacidade imobiliária do local. Ora leia:
"Uma marina na Barra irá certamente aimentar a qualidade do turismo que ali temos. Um ou dois hotéis tmabém me parecem úteis, até porque há falta de equipamentos hoteleiros na zona de Aveiro. 200 ou 250 vivendas, a 4 habitantes por cada, serão no máximo mais 1000 residentes, o que também me parece não causar problema. Agora os apartamentos, bem que os poderiam construir noutro lado, pois parece-me que aí o projecto já passa a ser de turismo massificado."


sexta-feira, 19 de setembro de 2003

Braga - encontro de weblogs



o Notas... está em Braga neste momento e acabou de apresentar o blog no primeiro encontro nacional de weblogs, a decorrer no campus da UMinho...

Mais tarde irá dar mais novidades desta participação e fotografias do evento!


quarta-feira, 17 de setembro de 2003

Marina da Barra - nova forma de ver o problema


Susana Esteves deixa-nos outros pontos de vista sobre a Marina. Coloca pontos de interrogação no projecto sobre a capacidade e localização...

Uma coisa são a falta de infra-estruturas e equipamentos para a prática da vela na Ria de Aveiro, outra coisa é a marina nos moldes em que está prevista...
A Câmara de Ílhavo tem, e muito bem, incentivado este desporto e criado algumas condições quer para a navegação de recreio quer para os pescadores. Também tem sido neste concelho que surgiram vários portos de abrigo, ao contrário de Aveiro, onde a Câmara não passa de intenções...
No entanto, a Marina da Barra, tal como está projectada, acaba por ser um avultado investimento imobiliário com uma marina à volta. Além do mais, como deverás saber, há poucas marinas em Portugal com a capacidade que se pretende dar a esta. Outros locais, que já fazem parte do circuito normal da descida de barcos para a América Latina ou para o Mediterrãneo, dispõem de menos postos de amarração e estão com lotação reduzida excepto num curto período de tempo no ano.
Outro aspecto a considerar é a capacidade de carga turística da povoação da Barra, incluíndo o escoamento viário. Até do barco dá para ver como está actualmente, não é...
Não quero com isto dizer que o projecto deva ser posto de parte mas não devem ser tomadas decisões de ânimo leve. A Torralta, no seu tempo, também era um projecto turístico fabuloso...
À parte preocupações com a rentabilidade do investimento, a situação ideal seria: vários portos de abrigos ("depois" da ponte para permitir a atracagem a embarcações maiores) ou, pelo menos,uma redução da componente imobiliária.
Muito mais haveria a dizer sobre o assunto mas não faltarão oportunidades...

terça-feira, 16 de setembro de 2003

Marina da Barra - outra perspectiva



Pedro Soares deixa-nos uma perspectiva da Marina da Barra

Tenho um barco. Grande demais para poder estar ancorado na Costa Nova. Limitado pela ponte. Resta-me entrar na "guerra" das amarrações da antiga lota de Aveiro. Num clube muitas vezes gerido como um grupo de amigos (espero que seja passado) e que gere um pontão de amarração, sem grandes comdições, num canal sujeito a correntes fortes e a muito vento.

É um facto que a região de aveiro, apesar de ter condições para a práctica da vela, não tem muitas estruturas de apoio, e por outro lado, não esta dotada de infraestruturas que permitam acolher barcos em passagem, pelo menos se tiverem um dada dimensão.

A marina é uma necessidade. Uma necessidade como foco de dinamização turistica, para terra e e para o mar, como ponto de apoio aos navegantes, como polo de desenvolvimento da região.
Entre leixões e figueira, não ha um local onde se possa parar um barco acima de 10m.

E o que será da ria de Aveiro e de toda esta zona, se não se fizerem projectos desta natureza.

acho que um projecto destes tem que ser viabilizado, e que mais do que o viabilizar, ste deve ser considerado como projecto âncora para o desenvolvimento sustentado de toda a ria de Aveiro.

Devem ser definido e incentivada a possibilidade de fazer pequenas marinas e pequenos cais associados ao desenvolvimento sustentado ao longo de toda a ria de aveiro

E igualmente acho que se deve aproveitar esta oportunidade para criar mecanismos e condições que possibilita uma utilização racional e mais plena da ria, quer através de definição de dragagens e criação de reais condições de navegabilidade, quer pela dinamização de um conjunto de serviços e actividades ligadas à ria.

Acho que se deve encarar este projecto como uma abertura e uma base para fazer da ria de Aveiro algo vivo, e conhecido.

segunda-feira, 15 de setembro de 2003

Mais um comentário... da mesma opinião!




Manuel Fernandes Thomaz também esteve presente no estágio e pensa desta forma directa.
"Também vi o espectáculo do 9º estágio de bailado (até porque tinha um filha inscrita) e também acompanhei a polémica em volta dos cortes de subsídios.
Gostava apenas de dizer que sem tirar mérito a todos os professores de Aveiro, cuja competência, na maior parte dos casos é inatacável, o espírito deste tipo de iniciativas culturais é precisamente o de proporcionar metodologias e técnicas diferentes daquelas a que os nossos miúdos estão habituados, na medida em que muitos dos miúdos, e principalmente miúdas, são alunos(as) dos professores aveirenses durante o normal ano lectivo.
A iniciativa de convidar professores de outras paragens, neste caso, tem o mérito de fazer com que os miúdos (as) aveirenses aprendam coisas novas e tenham contacto com pessoas e realidades diferentes. Não significa de modo nenhum que os professores aveirenses são piores do que os outros. Também não significa que os professores estrangeiros são melhores. Não são melhores nem piores. São apenas diferentes, e é precisamente aí que reside a mais valia e o interesse desta iniciativa. Por isso, não misturemos as coisas.
Se não há dinheiro para convidar mais professores estrangeiros, que se assuma isso mesmo. Afinal, os tempos são de crise! Não tentemos é encontrar outras justificações que neste caso mais podem parecer desculpas de mau pagador."



sábado, 13 de setembro de 2003

Estágio de Bailado...



Depois de qutro imensas horas de comboio consegui chegar a tempo de assistir ao espectáculo/mostra final dos alunos do nono estágio de bailado que decorreu num Centro Cultural e de Congressos recheado de pais e avós felizes e de crianças e adolescentes cheios de alegria.

Acompanhei, à distância, a polémica gerada à olta do corte do subsídio ao dito e pensava escrever algo que fosse simpático. E quero. quero dizer que deviamos ter um décimo estágio. E muito mais.

Marília Martins foi ao palco a convite do professor espanhol (presumo eu) que coordenou o estágio e para quem viveu durante tantos anos aquele mundo como seu, teve o azar de defender uma posição díficil do seu colega da "cultura" Manuel Rodrigues. É que quem coordena é ele. E ao tentar justificar o pouco dinheiro e o recurso a professores (competentíssimos) de Aveiro. ela cometeu uma gaffe pouco simpática. Dizer que é preciso situações destas para mostrar que o que é nacional é bom foi no mínimo caricato, mais a mais em frente ao coordenador e excelente comunicador...

Marilia, peço-lhe três coisas: 1) que tente que haja um décimo... 2) que não faça fretes destes. 3) Não tente desulpar-se em política porque quem fica mal vista é a Marilia.

Um estágio de qualquer área, costuma ser o final ou início de algo muito bom. Reconheço as capacidades e a qualidade de alguns dos professores de aveiro mas quero salientar que este tipo de exercícios costuma ser feito com qualidade e professores que habitualmente nao conheçam os alunos. para motivá-los, para lhes dar algo mais. Decerto concorda comigo.


quinta-feira, 11 de setembro de 2003

Ribau lembra o "buraco legal"



Dada a importância do tema, transcrevo integralmente o take da Lusa... (mil perdões e alguns direitos de autor)
solicito opiniões!

Aveiro, 11 Set (Lusa) - O presidente da Associação de Municípios da Ria de Aveiro (AMRia), Ribau Esteves, pediu hoje ao governo que acelere a criação de uma agência regional para eliminar o vazio de poder na gestão da área lagunar.

Desde 2001 que não existe uma entidade gestora da área da Ria de Aveiro, que compreende 11 municípios, repartidos por 1.469 quilómetros quadrados e com um população global de 694.600 habitantes.

Nesse ano, foi criado o Departamento da Ria de Aveiro (DRIA) para substituir a Administração do Porto de Aveiro enquanto gestora da área da laguna, mas essa entidade nunca chegou a ser instalada.

Ribau Esteves, autarca social-democrata de Ílhavo e líder da Distrital do PSD/Aveiro, considerou "muito importante" a reunião que manteve hoje com o secretário de Estado do Ordenamento do Território, mas escusou-se a "dar nota pública" de detalhes e o Ministério do Ambiente também nada adiantou.

O presidente da AMRia tem reclamado, desde o início deste mandato autárquico, que o governo crie uma entidade gestora da ria de Aveiro com um modelo similar ao do Instituto de Navegabilidade do Douro (IND), embora diferente na substância das suas competências.

O organismos reclamado geriria não só questões ligadas à navegabilidade na ria, mas também as ligadas à conservação da natureza e qualificação ambiental, gestão dos canais urbanos e do domínio público marítimo.

No modelo preconizado, o organismo seria participado por todas as entidades com interesses na lagoa, teria autonomia administrativa e financeira e a sua sede seria em Aveiro.


quarta-feira, 10 de setembro de 2003

Realidades das áreas metropolitanas...




Manuel Fernandes Thomaz dá conta da realidade das áreas metropolitanas que conhece...

REALIDADES "Não esgotando de modo algum a discussão sobre as Áreas Metropolitanas, aproveito esta minha primeira intervenção sobre este assunto para olhar a experiência das únicas áreas metropolitanas que existem no país e que são as de Lisboa e Porto. Não conhecendo em pormenor o que se passa em Lisboa, posso no entanto, dar a minha opinião do que conheço do funcionamento da AMP, pois pude conviver ao longo dos últimos 7 anos com os vários protagonistas que tentaram dinamizar e pôr ao serviço das populações esta realidade que foi a Área metropolitana do Porto.

Apenas com o propósito de enquadrar as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto refere-se que a Lei de Criação das Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto (LAMLP) data de 1991, sendo portanto relativa a uma realidade necessariamente diferente da de hoje, mas que mesmo assim é com base na sua aplicação que podemos avaliar o desempenho destas duas AM ao longo dos últimos anos.

Como é sabido e de acordo com esta lei o governo metropolitano é constituído pela Assembleia Metropolitana, pela Junta Metropolitana e pelo Conselho Metropolitano. Destes, a Junta é o orgão executivo, a Assembleia o orgão deliberativo e o Conselho o orgão consultivo.

Ainda de acordo com esta lei as principais funções dos governos metropolitanos são:
-articular/coordenar o investimento municipal ao interesse supramunicipal, em especial nos domínios do transporte colectivo, urbano e sub-urbano e também da rede viária de nível metropolitano, saneamento, abastecimento de água, protecção do ambiente, áreas verdes, protecção civil, etc..
-acompanhar a preparação e a implementação dos planos directores municipais e do plano metropolitano
-ser consultado nos processos de investimento público do governo central e em investimentos dos fundos comunitários

No que respeita ao financiamento, os governos metropolitanos recebem transferências do OE e das autarquias que os compõem.

Depois deste enquadramento vou dar a minha opinião quanto aos problemas que se têm verificado no funcionamento das AMLP, que como já disse baseiam-se nos contactos que mantive com dirigentes da AMP e na leitura de relatórios (ex. "As Grandes Áreas Urbanas - Contributos para a Definição de Alternativas ao Modelo Institucional Vigente, Margarida Pereira e Carlos Nunes Silva") elaborados com o objectivo de avaliar o desempenho destas AM e propor modelos alternativos.

- O facto das Juntas Metropolitanas (o orgão executivo) serem constituídas, por inerência de cargo, pelos presidentes de Câmara da área, prejudica a operacionalidade deste orgão, quer pela dimensão excessiva do orgão (18 elementos na AML e 9 na AMP), quer pela indisponibilidade destes, já que a gestão municipal é demasiado absorvente e foi essencialmente para isso que foram mandatados e é a essa escala que têm que prestar contas ao eleitorado. Quantas vezes ouvimos o Dr. Santana Lopes ou o Dr. Rui Rio a falar em nome do governo metropolitano? Talvez e apenas no dia de eleições autárquicas, para vêr quem vai ser o presidente!!! E em nome das respectivas autarquias? Sempre!! Parece claro!!! Para culmatar esta deficiências criaram-se grupos de trabalho ligados a matérias que se entenderam mais relevantes, mas a ausência de um quadro técnico ao nível da AM fez com que se recorresse a técnicos e acessores municipais. Constata-se que apesar disso poucas iniciativas de âmbito metropolitano tiveram seguimento. Veja-se por exemplo a área dos transportes colectivos e rede viária, considerada uma prioridade para as AM. Será que as populações que trabalham na zona de Lisboa ou Porto têm a vida facilitada a este nível??? Não me parece.

-Ao nível das relações institucionais verifica-se que as AM têm-se assumido mais como grupo de pressão junto do governo, e ao nível consultivo os presidentes consideram que as AM têm sido quase irrelevantes. Mesmo internamente, as decisões das AM não são vinculativas para os municípios, sendo apenas aplicadas se, e quando, daí advém benefícios para o nível local.

-Relativamente ao aspecto consultivo regista-se um incumprimento sistemático da Administração Central no que respeita ao preceito "..dar parecer sobre os investimentos do governo central..". De facto registam-se protestos, na Junta da AML, por nunca ter sido possível à AML pronunciar-se atempadamente sobre o PIDDAC.

-Regista-se ainda uma evidente predisposição dos autarcas em não intervir nas decisões dos demais municípios, não se permitindo uma articulação efectiva dos investimentos municipais com âmbito municipal. Por oposição, por exemplo, à AMRia, que o tem feito exemplarmente, sem precisar de ser AM.

-Podemos por isso opinar que a desresponsabilização do governo central e a difícil aplicação de orientações metropolitanas por parte dos municípios são duas razões fortes para a avaliação negativa que os respectivos protagonistas têm vindo a fazer. Não nos esqueçamos que no quadro desta lei as decisões metropolitanas não são vinculativas para os município, o que é agravado pelo facto dos membros serem em primeira ordem politicamente responsáveis ao nível municipal.

Deixo então para o debate em que medida o novo enquadramento das novas Áreas Metropolitanas, aprovado em Maio deste ano, vem culmatar aquilo que os próprios protagonistas das duas únicas experiências de AM identificam como fragilidades graves no modelo das AMLP e que levaram um amigo meu e ex-presidente da AMP a afirmar que a AMP está completamente esgotada há muito tempo!!!!!"


segunda-feira, 8 de setembro de 2003




Pedro Soares analisa a componente financeira e emocional da escolha...

Quanto ao assunto em causa, acho que a realidade que se ficciona hoje vai corresponder ao real futuro daqui a uns anos, com as consequentes e inevitáveis reorganizações financeiras.

Confesso que muito pessoalmente oscilo entre um mal necessário, de ocupar a classe política, limitados que forem os mandatos, e o eterno mal adiado de por uma vez uniformizar esta manta de retalhos de organizações e estruturas supramunicipais.

O que é certo, é que se tem que reorganizar, se deve fazê-lo de uma vez e com responsabilidade e responsabilização, e olhando de uma forma global aos custos reais, sejam eles de funcionamento ou sociais.

Mas como sempre, no caso concreto, os problemas não surgem nos centros, mas nas fronteiras.... em que meio vai estar Aveiro daqui a dez anos, com que concelhos parceiros vai estar reunido nesta estrutura supramunicipal? Como será que nos vamos debater com os "moiros do sul" e os "caragos do norte", já que felizmente, temos uma fornteira marinha, e a que distância do interior se conseguem manter as hordas dos invasores?


Domingos multifacetado...




Domingos Cerqueira disse ao Diário de Aveiro, em declarações prestadas sobre o mercado abastecedor demolido durante o fim de semana que "Uma mudança que foi «imposta» por força da construção da nova estação ferroviária de Aveiro, mas «que não podia ser adiada por muito mais tempo atendendo às péssimas condições do velho mercado, há demasiados anos a funcionar como provisório», defendeu Domingos Cerqueira. O autarca lamenta as «condições deploráveis em que aquelas pessoas têm estado a trabalhar há tantos anos, em estruturas abarracadas terceiro-mundistas e de péssimos acessos», disse, indo mais longe: «aquele mercado só não foi uma vergonha maior porque estava escondido das vistas dos munícipes».

Pergunto simplesmente: Domingos Cerqueira não é o vereador dos mercados e feiras desde que Alberto Souto foi para a Cãmara?


Areas metropolitanas, associações de municipios...



Areas metropolitanas, associações de municipios... Um dos assuntos pouco discutidos no mundo "real" da política é o das áreas metropolitanas, comunidades urbanas, associações intermunicipais. Ou melhor, é discutido na praça pública quando surgem propostas de lei mas muito pouco executado na vida real...

Como já lembrei aqui várias vezes, normalmente os municípios não trabalham em conjunto. Basta ver a realidade, palpável, de todos os dias. Desde as estradas municipais agradavelmente esburacadas que se transformam em "autoestradas" mal passam a linha de concelho até ao turismo mal promovido, às zonas industriais em partes distintas de cada concelho, aos problemas de transportes intermunicipais...

Só quando há coisas muito específicas é que trabalham em conjunto. Em Aveiro até já se maltratam as cidades-irmã!

Lanço o desafio. o que pensam das áreas metropolitanas, do futuro do distrito?


sexta-feira, 5 de setembro de 2003

E a pista de Cacia



É já no próximo dia 12 que será conhecido o veredicto em relação ao estudo de impacto ambiental da pista do Rio Novo do Principe e respectivas recuperações da área, que tão importantes se tornam para a Vila de Cacia. É de frisar que em matéria de obras paradas e pouca informação, há inúmeros locais do nosso concelho que devem estar a desesperar. Basta que venham umas chuvadas um pouco mais fortes e... será a desgraça...

Nota final para uma reportagem e uma sondagem internacional que saiu ontem... Os portugueses são sempre os mesmos... Cerca de 70 por cento consideram que a UE deve ser igualmente uma superpotência... mas somos os mesmos que consideramos que o principal problema é a imigração (o nosso querido "racismo leve") e dizemos que andamos a gastar dinheiro a mais em ajuda económica a outros países e que o aumento de gastos militares não é bom... ah, ok...


quarta-feira, 3 de setembro de 2003

Marina da Barra



Está em discussão pública o Estudo de Impacte Ambiental da Marina da Barra e noutros locais "físicos" que estão bem explicitos nesta página. E é sobre o projecto, marginalmente, e sobre a Ria que vos quero falar...

Não pretendo dar sentenças. Essas dão os juízes. Ainda para mais quando estão decerto a ler isto pessoas mais qualificadas do que eu e que, espero eu, gostem de participar sobre este projecto.

A Marina da Barra está envolta em polémica desde o seu início. Foi mesmo criado um movimento, «Pelo Futuro da Barra» que reclama prejuízos ambientais e imobiliários. Esta associação de moradores argumenta (em todos os jornais e para quem os quer ouvir) que um terço dos 58 hectares serão ocupados com 130 moradias, 420 apartamentos, dois hotéis e parques de estacionamento para 2.200 veículos, o que irá ter repercussões nefastas no ambiente daquela zona. Em parte concordo. Noutra não. Profundamente.

Para começar não acredito nestes números, que por mais do que uma vez foram referidos claramente com as ocupações máximas permitidas – e se o promotor atingir esses números não atinge o objectivo de turismo que se propõe, estou certo.
Por outro lado, acho curioso que o Movimento não lembre aquilo que é básico. A questão das infraestruturas rodoviárias... Defendo há muito um comboio ligeiro para a Barra. Porque é que Aveiro e Ílhavo nunca se entenderam?

A Ria tem de ser vivida de um ponto vista ambiental, económico e de sociedade. Podemos recuperar as características antigas mas temos que mostrar a nossa paixão pela água. E sem uma marina a sério...

Desafio os leitores a falar sobre este assunto. Este post é um começo, não um fim...


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