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terça-feira, 26 de outubro de 2004

Mais novidades dos jornais

reservo para mais tarde os meus comentários, dado que as novidades de hoje são claramente para comentar!

Presidente da Câmara escreve no Público, reconhece dividas mas acusa a má gestão da Filarmonia. E também reforça a questão da mudança de pelouros.


Dos jornais

Confirmada a renúncia de Ferreira Rodrigues. (Diário de Aveiro)
O comunicado da Câmara, muito sintético.
E as declarações que ficam para a história: Alberto Souto também "se demitiria" se fosse vereador

segunda-feira, 25 de outubro de 2004

Hoje é o dia da demissão

De Manuel Rodrigues como vereador.
Pedro Silva é o homem que se segue e, tendo em conta a sua formação, a entrada no executivo municipal vai obrigar Alberto Souto a mudar as pastas. Não é crível que ele fique com a Cultura e a Educação. Curioso era se não aceitasse... o nome a seguir na lista é o de Gonçalo Fonseca, que não saiu a bem do Aveiro Basket e do lugar de assessor de Alberto Souto.
Pela lógica, uma das pastas deverá ficar com Marília Martins. Mas veremos mais tarde.

Alberto Souto continua a remar contra a maré, e a tentar manter a Filarmonia como D. Quixote contra os moinhos de vento. A reacção do PSD no Diário de Aveiro está aqui

O Editorial do Público Centro explica muita coisa. Só uma ressalva, o primeiro sítio onde se disse que ele não tinha estado na reunião foi este blog!


terça-feira, 19 de outubro de 2004

Nem só de filarmonia vive Aveiro...

Segundo o OLN, Ribau Esteves foi eleito, sem grandes novidades dada a maioria das Câmaras, presidente da GAMA - Grande Área Metropolitana de Aveiro (GAMA), resultando da votação dos 12 presidentes de Câmara dos municípios que constituem a GAMA
O primeiro vice-presidente do autarca social-democrata de Ílhavo é Ápio Assunção, presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, também do PSD, e o segundo é Manuel Soares, presidente da Câmara de Sever do Vouga, indicado pelo PS.
Estes eram nomes já esperados, não constituindo surpresa o elenco formado para o órgãos executivo da GAMA, da qual fazem parte os concelhos de Águeda, Albergaria-a- Velha, Aveiro, Estarreja, Ílhavo, Murtosa, Oliveira de Azeméis, Oliveira do Bairro, Ovar, Vale de Cambra, Sever do Vouga e Vagos.
As eleições para a Assembleia Intermunicipal realizam-se em simultãneo nas assembleias municipais dos 12 concelhos da GAMA, a 19 de Novembro. Serão eleitos 37 membros.

Alberto Souto retira processo ao vereador

O Noticias de Aveiro e o OLN fazem hoje eco da tomada de posição política, expressa na Assembleia Municipal, por Alberto Souto em relação ao processo da Orquestra.

"O presidente da Câmara de Aveiro chamou a si o 'dossier' da Orquestra das Beiras, estando a preparar um encontro "nos próximos dias" com os sócios da Associação Musical das Beiras para analisar alternativas ao projecto inicial, abortado recentemente devido a problemas laborais com os músicos." garante o Noticias de Aveiro, lembrando que o presidente "não esclareceu, todavia, se mantém a confiança no vereador da Cultura, depois deste ter assumido, publicamente, não ter informado previamente o executivo camarário sobre a proposta de extinção."

Aveiro fica assim atrás das outras entidades. Esperemos que se consiga manter uma estrutura em Aveiro, se calhar com mais peso de entidades que não têm a ver com a política - como a Universidade, por exemplo - e esperemos que estes joguinhos políticos - PS vs PSD - a nível camarário terminem. Cada vez mais me convenço que as câmaras não sabem dialogar entre sí.

segunda-feira, 18 de outubro de 2004

Filarmonia das Beiras - o artigo do Público a confirmar

"Aveiro Não Foi à Assembleia Que Pôs Fim à Filarmonia das Beiras "

Público de hoje vem com uma notícia de Filipa Gaioso Ribeiro, que muito oportuna, trata a questão que este blog levantou há dias. Para os arautos da desgraça, eu nunca menosprezei a questão do encerramento da orquestra. Tenho pena. Mas acho que é importante saber os contornos do seu fim. Acho que uma parte está explicada aqui, no futuro, teremos que saber as outras questões... Obrigada Filipa, por mais esta peça de qualidade.

A câmara de Aveiro não compareceu à assembleia-geral da Associação Musical das Beiras (AMB), que ditou, no passado dia 6, o fim da instituição e, consequentemente, do projecto da Orquestra Filarmonia das Beiras. O vereador da Cultura da câmara de Aveiro e vice-presidente da AMB optou por faltar à assembleia-geral, por não ter dado a conhecer os pressupostos da reunião ao executivo municipal aveirense e, ainda, por ter tido algumas "hesitações" quanto à decisão a tomar. "Houve um erro da minha parte, foi não ter colocado o problema em reunião de câmara. E foi isso que me levou a recuar e a não comparecer", admite Manuel Ferreira Rodrigues.
"Eu não tinha notificado a câmara para um assunto tão importante. A minha câmara não foi ouvida, os vereadores não se pronunciaram", confessa ao PÚBLICO Ferreira Rodrigues, justificando o acto "por razões que se prendem com um conjunto de rotinas, com mil e uma tarefas". "Quando me apercebi, a minha câmara não tinha sido informada", prossegue o vereador, acrescentando ainda que acompanhou todo o processo que levou à dissolução da AMB, mas que, à última da hora, ficou "acossado por dúvidas". "Pensei: estou a fazer uma enorme asneira e não coloquei a câmara a par deste problema".
Ferreira Rodrigues garante ter acompanhado todas as diligências da AMB para tentar resolver as divergências com os 27 músicos, que há sete anos reclamam contratos de trabalho. O vereador sabia que a assembleia-geral estava convocada para a dissolução da AMB - que alegou não ter condições financeiras para atender às reivindicações dos músicos - e diz mesmo que, à priori, pensou que seria essa a decisão certa. "Os últimos espectáculos da orquestra eram de qualidade miserável. Havia conflitos dentro da orquestra, conflitos que não passavam para a praça pública", sustenta.
Contudo, na altura da tomada de decisão, recuou. "Eu tive dúvidas da justeza da decisão. Estive lá à porta, mas acabei por não entrar e regressar a Aveiro", adianta. "O que me levou a hesitar foi o facto de irmos dissolver uma associação para avançarmos com outra. Reparei que íamos fazer o mesmo que muitas empresas: fechar ali, para abrir acolá. Além disso, como é que não havendo dinheiro para 27 músicos haveria para 24? São três que fazem a diferença?", questiona.
"Tinha dúvidas, fiquei acossado e agi em função da minha consciência", insiste ainda o vereador, garantindo que as suas relações com o presidente da câmara de Aveiro, Alberto Souto, não foram afectadas. "Houve uma divergência profunda entre aquilo que eu pensava e aquilo que ele pensava, mas maus relacionamentos não", assegura. O PÚBLICO tentou obter uma declaração do presidente da câmara de Aveiro, mas foi impossível conseguir um comentário de Alberto Souto antes do fecho desta edição.
Decisão da assembleia
pode ser impugnada
Ferreira Rodrigues considera que a decisão da assembleia-geral da AMB, que terminou com a associação e ditou também o fim da Filarmonia das Beiras, ainda pode ser impugnada. "Se calhar há razões para impugnar a decisão da assembleia-geral", afirmou o vereador, manifestando interesse em saber "se todas as câmaras presentes estavam mandatadas pelos seus municípios, em reunião de câmara". "Se não estavam, a AMB continua de pé", defende.
Quanto à teoria de que a AMB já pensava em criar uma nova associação musical, mas sediada noutra cidade que não Aveiro, Ferreira Rodrigues contesta. "Podem ter-me ocultado informações, mas tenho o presidente da direcção [da AMB] como um homem honesto. Não me parece que ele fosse favorecer Coimbra em detrimento de Aveiro", argumenta o vereador socialista, frisando ainda: "Se há golpes de bastidor não sei. Eu agi de boa fé. Se isso aconteceu terei de reconhecer àqueles que me chamam de ingénuo que realmente o fui".
"Acho essa questão do bairrismo Aveiro/Coimbra de muito mau gosto. O 'staff' da orquestra é de Aveiro, não estou a ver como é que o senhor Virgílio Nogueira, que como a imprensa diz recebe um ordenado chorudo, colaboraria positivamente se fosse para perder o seu lugar", alega ainda Ferreira Rodrigues, admitindo que Alberto Souto "marca muito os passos de Coimbra". "Aveiro não pode estar preocupada com a concorrência de Coimbra, Coimbra não tem capacidades. O vereador da Cultura da câmara de Coimbra é uma pessoa inócua", acusa o autarca, admitindo, porém, que "Aveiro sozinha também não tem capacidades para ter uma orquestra". in Público de 18/10/2004


sexta-feira, 15 de outubro de 2004

Resposta a Poeta Popular Quim

Um "Poeta Popular Quim deixou este comentário sobre a filarmonia, que não podia deixar sem resposta:

Caro Sr.
Deixe-me lamentar um certo snobismo de quem pensa que sabe e depois de meia dúzia de ideias pré-concebidas julga ter uma opinião verdadeiramente fundamentada. Por revelar uma falta de ética em falar do que não sabe, eu esclareço:

1) Os músicos da Filarmonia tinham diferentes salários para diferentes posições não auferindo todos o mesmo salário, o que revela falta de senso em dividir para criar uma média. Não se trabalha com médias, mas com números exactos.
R: Não fui eu que agreguei todos os salários para começar. Foi o comunicado dos músicos que o fez, agregando o salário dos músicos e o dos funcionários administrativos. Eu escrevi o valor do que mais recebia, a média e também teria dito aquele que menos recebia, se o soubesse. É claro que para diferentes experiências, diferentes valores. Só não gosto que usem os argumentos apenas com um sentido...

2) Os músicos da Filarmonia possuem todos cursos superiores ou estão em fase de conclusão, o que não parece nada de mais o seu salário.
R: Nem a mim, foi a constatação de um facto. Se têm ou não cursos superiores, não me interessa, apenas vale a qualidade, não acha e o estudo?

3) A quantidade de estudo físico e intelectual diário que um musico tem que fazer ou deveria fazer ao longo da sua vida excede muito as 8 horas laborais e se juntar-lhe o horário da orquestra reparará que não dará nem para fazer um blog.
R: Não entro nesses pormenores, meu caro. Todos temos uma profissão, há os que a fazem bem, os que a fazem mal. Todos podemos entrar em especializações e melhorar. Desde o agricultor, o trabalhador braçal, o músico ou o investigador. Há quem o faça e quem não o faça. E faço de conta que não entendi a sua péssima ironia. Porque se não fizesse de conta, seria obrigado a insinuar que o senhor não trabalha o suficiente na sua profissão, pois tem tempo para ler o meu desperdício de tempo...

4) O incompetente Virgílio Nogueira mudou o nome do cargo mantendo as suas funções de sempre. O seu trabalho à frente da orquestra foi uma calamidade. Não se conhece patrocinadores, não se conhece publicidade, não se conhece nenhum projecto verdadeiramente interessante a seu cargo. Sob sua alçada a orquestra continuou rumando à deriva.
5) De um mentiroso há pouco a falar, basta ir lendo os seus comunicados internos e externos, do incompetente director há muita tinta que precisava de correr. Não se pode mentir a funcionários, jogar com eles jogos infantis.
6) Gostaria de saber o que quer dizer com aumentado as responsabilidades? Nem o senhor sabe, nem eu, nem Deus. O salário do Virgílio Nogueira aumentou em benefício próprio sem contrapartidas nenhumas. A responsabilidade era a mesma e o seu trabalho nenhum, excepto as cartas para alguma imprensa e os relatórios para o M. da Cultura e associação, que bastava ler um ou dois para ter um verdadeiro ataque de pânico.
R: O PPQ utilizou três pontos da sua dissertação apenas e só para falar de uma pessoa, criticando-a. Não sou advogado de defesa do Virgilio Nogueira. Ele se quiser que escreva aqui no blog falando do que fez (lembro-me, pelo menos, do Projecto Orquital, entre outras actividades) mas o PPQ notou o seu estilo de escrita, as suas injúrias gratuitas? Reparou que ele, sendo director-executivo, não teve nos anos todos à frente da Orquestra, ninguém que publicamente tentasse a sua saída. Aguentou cerca de seis vereadores diferentes (os de Aveiro, Leiria, Viseu) que sendo da direcção o podiam mandar embora por incompetência? Mas nada aconteceu. Será que ele era assim tão mau? De-nos factos para poder pensar...

7) Os músicos esses pobres coitados tentaram sempre jogar limpo, e este ultimo comunicado eu vi ser lido a chorar. É um desabafo de quem não vai ter pão. De quem durante sete anos se entregou a um projecto a tempo inteiro porque assim tinha que ser. De quem todos os fins de semana faziam km e km por esse país fora para tocar, passar cultura. A chegada era tarde? se calhar já estava a dormir??
R: A sua veia poética resvalou para este último ponto. Fico sentido e até gostava de o ver escrever sobre os caixeiros viajantes dos tempos modernos, os vendedores das marcas cervejeiras e de cafés, esses gigantes que têm que fazer quilómetros todos os dias...
Continuo a dizer-lhe que o percebo. E que os percebo. Que é triste ver um projecto acabar e só alguns irão continuar.´Jogar limpo, também acredito. Mas olhe que há músicos que começaram as negociações já com processos em tribunal. Justos, pelo que sei. E espero que os ganhem. E depois terão que bater à porta da comissão liquidatária, que por usa vez terá que receber dos credores da Filarmonia.

Não escreva do que não sabe e se quer opinar, opine no café. Se passar a público queira fazer um trabalho sério e informe-se.P. P. Q.

P. S. Eu não sou musico, mas tento ser um cidadão informado. Eu ia ver sempre os concertos, o senhor brincava com a net?

R: Agora é que o senhor perdeu o chá e com ele a razão. Na sua primeira linha, acusa-me de snobismo para depois, nestas linhas finais, do alto da sua Razão, pensar em mandar em minha e ditar as suas leis, qual mini-ditador. Eu explico-lhe. Do alto dos seus preconceitos contra a Internet, posso-lhe assegurar que, em sentido figurado, o senhor entrou no meu café, na minha mesa (este blog) e disse aquilo que quis. Mas acha que, de qualquer forma, eu tenho que sair daquela mesa. Olhe, para escrever e para acompanhar aquilo que coloquei online, falei com algumas pessoas e grande parte é público, veio nos jornais da nossa terra: aliás, coloco os links. Ir ver os concertos, não quer dizer nada. Eu também vou. Também vai a uma repartição de finanças e não sabe os podres que eventualmente lá se passam pois não?
Já reparou que em toda a sua dissertação não disse uma linha sobre a responsabilidade dos sócios da Associação? Dos vereadores das Câmaras e outras entidades que aprovaram a extinção? Das tentativas que estão a ser feitas para a criação, próxima, de uma nova estrutura musical?
Pimba Ou Clássica, Música para Todos Os Gostos

Uma bela e curta crónica, da autoria da jornalista do Público, Filipa Gaioso Ribeiro, mais uma vez com o seu estilo acutilante. Recomendo a leitura!

quinta-feira, 14 de outubro de 2004

Texto integral da Lusa sobre preparação de uma nova orquestra...

(os bolds são minha responsabilidade)
Dirigentes da extinta Filarmonia das Beiras avançam para nova orquestra

Coimbra, 14 Out (Lusa) -Membros da direcção da extinta Filarmonia das Beiras reúnem-se segunda-feira no Ministério da Cultura à procura de uma parceria para a constituição de uma nova orquestra para a região Centro.

Extinta há uma semana por razões de ordem financeira, a Filarmonia das Beiras poderá ter como sucessora uma orquestra de menores dimensões, com 25 a 27 músicos, e centrada nos instrumentos de corda, adiantou à agência Lusa o vereador da cultura da Câmara de Coimbra, Mário Nunes.

Na criação de uma nova orquestra para a região Centro têm vindo a assumir maior protagonismo os municípios de Coimbra, Leiria e Viseu, perante algumas reservas da Câmara de Aveiro que, pela voz do seu presidente, Alberto Souto, afirmou recentemente haver "muito boa gente que não se importaria que a Filarmonia acabasse e fosse depois para outras paragens".

Mário Nunes diz não compreender as críticas de Aveiro, frisando que a autarquia tinha um vice-presidente na Associação Musical das Beiras, titular da Filarmonia, que igualmente votou a favor da sua extinção, uma decisão que foi assumida unanimemente por todos os associados.

O vereador -que integra a comissão que segunda-feira se reunirá no Ministério da Cultura, diz também não compreender os argumentos de desemprego dos músicos da extinta Filarmonia das Beiras, porque eles fazem parte de outras orquestras, nomeadamente da Orquestra de Câmara de Coimbra ou da Orquestra do Norte.

O que se pretende agora -segundo Mário Nunes -é criar uma orquestra "em bases seguras", com uma dimensão que permita a sua sustentabilidade financeira, e com uma definição jurídica que evite os problemas que surgiram com a Filarmonia das Beiras, nomeadamente da relação laboral com os músicos.

Ainda relativamente à nova orquestra e às críticas de Aveiro, Mário Nunes admite que a sede seja nesta cidade, onde esteve instalada a Filarmonia das Beiras, e que até o maestro seja o mesmo, Vassalo Lourenço, professor na universidade local.

O autarca de Coimbra diz que Vassalo Lourenço, na direcção de um grupo de músicos, irá também cumprir os compromissos de realização de concertos assumidos pela extinta Filarmonia das Beiras.

PS - Esperemos que toda esta polémica não tenha bases político-partidárias...


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A história mal contada da Filarmonia

Há histórias mal contadas na extinção da Filarmonia das Beiras. Ora leiam.

Pensem nisto: "houve unanimidade na votação da extinção" da filarmonia. Entre os sócios da Associação tinham que estar 75 por cento dos participantes, caso contrário não poderiam votar o ponto principal da ordem de trabalhos. E estavam. A agenda tinha um ponto específico para a extinção da orquestra. E foi votado por unanimidade.

Acham que a Universidade de Aveiro ia pactuar numa lógica de retirar a orquestra de Aveiro quando foi uma das entidades que mais investiu na sua existência? E Aveiro não tinha um vice-presidente da direcção, mandatado pela Câmara, que é o Vereador da Cultura, Manuel Ferreira Rodrigues?

Claro que as palavras enigmáticas do presidente da Câmara, Alberto Souto, na última assembleia eram estranhas... Mais estranhas ficam quando fiquei a saber isto:

Manuel Ferreira Rodrigues NÃO ESTEVE na reunião que decidiu a extinção da orquestra. E ao que parece não informou o presidente. Ora, quem não está numa assembleia concorda com o que lá foi dito, ou dá ordens e procuração a alguém, não é? Ou impugna se acha que as coisas não foram bem feitas. Ou diz alguma coisa. Agora não ir?

É grave, muito grave, como eu já tinha dito anteriormente. E ainda vamos descobrir mais coisas... Ou o senhor presidente tira o pelouro ao vereador, ou aceita a decisão e não acredita em histórias da carochinha e defende os interesses de Aveiro.

O Público e o Diário de Aveiro de hoje fazem eco das mais recentes noticias sobre a Filarmonia. No Diário de Aveiro, o título afirma a suspeição do momento: o desvio de verbas para outra orquestra. Por outras palavras, a extinção da Filarmonia era resultado de uma manobra para "transportar" as verbas para outra orquestra, a criar em Leiria ou Coimbra...
O Público, pelo seu lado, avança com a questão de ter sido o director executivo da Filarmonia, Virgilio Nogueira, o responsável pela extinção. Estas duas teorias, certas ou erradas, são veiculadas pela Comissão dos Músicos, atacados, devido às suas reivindicações salariais, como os principais responsáveis pela situação "fatal" da orquestra.

Nenhuma das partes conta a história de outra que não a sua forma, mas devemos saber a coerência das suas afirmações. Quando a direcção assume que a orquestra não era viável, estava claramente a falar da lógica empresarial: prever o futuro, sabendo que a ida a tribunal dos quatro músicos iria, provavelmente, criar um rombo financeiro na OFB que levaria à sua falência ou, pelo menos, a uma situação muito pouco estável.
Por outro lado, os músicos jogaram de forma baixa ao colocar o odioso da questão nos salários do director executivo. Como está escrito no Público, "os encargos com os 27 músicos estavam estimados em 433 mil euros. Os encargos com os cinco administrativos e o director artístico atingiam os 200 mil euros. Esta discrepância de valores é posta em evidência quando os músicos revelam que o valor do salário de Virgílio Nogueira subiu de 1250 euros, em 1997, para 3.200 euros, em 2004. E concluem: "Não se compadece este ordenado com a situação económica da orquestra, que, apesar de ter lucros, não possui solvabilidade económica para garantir os contratos de trabalho dos músicos, mas possuiu para manter um ordenado bombástico de alguém que acabou por a levar à destruição, alegando sempre falta de dinheiro, para que os músicos fossem sacrificados em detrimento do seu ordenado"
Ora Virgilio Nogueira não era, em 1997, director executivo da orquestra. Era somente o seu responsável de comunicação. Também não dissem que a orquestra já tinha, desde essas datas, aumentado e diminuido o quadro, o que originou menos pessoas e o aumento de responsabilidades. E também não disseram que estes ordenados são brutos. Um director executivo a ganhar pouco mais de 2500 euros? 500 contos na moeda antiga? Para um trabalho a tempo inteiro?
Já os músicos, segundo os seus números, ganhavam uma média de 1336 euros por mês. É fácil fazer as contas: 433 mil euros, a dividir por 27, a dividir por 12 meses. Por um trabalho semanal de 12 horas. Por um trabalho que, embora de qualidade, não exigia exclusividade. Entendo que seja pouco para os que não tinham outras fontes de rendimento mas e para os que eram professores e davam aulas privadas? Ou concertos? Sei que um dos melhores da orquestra recebia cerca de 2000 euros por mês, por 12 horas de ensaios e concertos...

Eu sou a favor da cultura, mas tenho que acreditar em projectos viáveis. Não sei se a Direcção fez tudo o que podia para aumentar as fontes de receita para o próximo ano e colmatar este problema, mas todos deviam jogar limpo...

quarta-feira, 13 de outubro de 2004

Que rico pedido de desculpas...

Aveiro segue dentro de momentos.

A selecção nacional mostrou que sabe ser humilde e o jogo e a goleada histórica frente à Rússia mostraram que também sabem pedir desculpas aos portugueses. Obrigado a todos! Em especial a Cristiano Ronaldo, que já tem 104 mil referências no Google e 378 fotografias. Mas igualmente ao Mágico DECO, o melhor em campo, e a Petit, Simão e Pauleta!

É necessário um esclarecimento!

Confirmei junto do Júlio Almeida o teor desta notícia, não porque não acreditasse no seu conteudo mas sim porque estava meio "abananado" com os factos descritos. Há algo de grave nas afirmações de Alberto Souto que merecem, claramente, esclarecimentos.

Com efeito, na assembleia municipal, no decorrer do período antes da ordem do dia, Alberto Souto garantiu, segundo o Notícias de Aveiro, que a dívida para com a filarmonia "neste momento é zero".
O assunto fora levantado pelo deputado do PSD, Manuel António Coimbra que chegou, inclusivamente, a apontar valores de espectáculos por pagar que totalizam, entre 2002 e 2004, cerca de 100 mil euros. Alberto Souto voltaria a negar. "Não há facturas na nossa contabilidade por pagar à orquestra", garantiu.

Comentário: Espero que Alberto Souto não utilize questões semânticas para dizer que a CMA não tem dívidas para com a Orquestra. Não tem porque as facturas não foram enviadas, não tem porque já pagou tudo ou não tem porque não fez entrar as facturas? É preciso esclarecer claramente o que se passa porque tendo em conta as finanças camarárias...
Mas este assunto não é o mais grave. Porque se uma Câmara que adquire 15 concertos os pagar com um pouco de atraso, mal não vem ao mundo. Mais grave é o que vinha a seguir no artigo: O líder da edilidade informou ainda a Assembleia Municipal que a Câmara "não avalizou, nem mandatou ninguém" para votar a extinção da orquestra.

Uma afirmação recebida com surpresa, já que a Assembleia Geral da Associação Musical das Beiras realizada em Coimbra, durante a qual se decidiu, por unanimidade, colocar fim à orquestra , contou com a presença do vereador aveirense Manuel Ferreira Rodrigues, também vice-presidente da direcção.

Comentário: Isto é grave. Demasiado grave para ser verdade. Uma assembleia geral tem uma agenda e no caso da extinção, que era uma perspectiva em aberto, como estava já nos jornais do dia anterior, decerto se sabia o que se ia passar.
Ainda por cima, Manuel Rodrigues é vice-presidente da direcção, em nome da Câmara de Aveiro. Então o que se passou? Ou Alberto Souto mais uma vez colocou o caso a nível semântico - tipo, a agenda não chegou a tempo dos vereadores discutirem isso formalmente em reunião de Câmara - ou o vereador votou sem antes falar com o presidente.

Ora este último caso é muito grave. Há mecanismos legais - suspensão da Assembleia, período para tomada de decisões em que Manuel Ferreira Rodrigues poderia entrar em contacto com o presidente e dizer-lhe o que estava a acontecer. O que terá acontecido?

Ainda mais esquisito é que a decisão foi tomada por unanimidade o comunicado foi igualmente subscrito pelos elementos da direcção, da qual Manuel Rodrigues faz parte.

É urgente que todos os intervenientes digam o que verdadeiramente se passa... e parafraseando a frase de Diogo Soares Machado na última assembleia municipal: "senhor presidente, ainda mantém a confiança política no seu vereador?"

AAS, Susana e mais..

Tem sido um diálogo curioso, entre AAS e a Susana Esteves. Embora desigual ;) Aqui vai a resposta dela!

O AAS realmente captou uma secreta admiração minha: Alberto João Jardim. Para além de a Madeira realmente ter avançado, em termos económicos (está longe de ser perfeita), o terramoto João Jardim (com todas as suas qualidades e defeitos) tem, para além de honestidade, um enorme sentido de humor, tal como o de Carlos Candal, que também aprecio. Só que não tenho idade nem experiência de vida para ter os seus "à vontades".

O AAS devia reparar mais nos factos que mencionei e menos nas críticas pessoais... A esses ele não apontou nada.

Domingos Cerqueira é o único caso que conheço, no espectro político nacional, de ter sido candidato à câmara a aceitar pelouros. Desafio AAS a refletir no porquê.

O senhor foi eleito numa lista do PSD, aprovada pelo PSD, defendida pelo PSD." Também lhe foi retirada a confiança política pelo PSD Aveiro (concelhia) e também se desfiliou do PSD. O que é que falta nesta lógica?

Uma pequena observação: a Câmara Municipal de Lisboa não é problema meu. É problema dos lisboetas.

Outra observação: eu também aprecio os textos de António Salavessa.

A mais importante das observações: o AAS anda distraído! Se andasse atento veria a quantidade e a qualidade de soluções propostas em áreas tão diversas como a saúde, educação, turismo, juventude, ambiente, e por aí adiante... O PSD não se furtou a debater assuntos difíceis em alturas incertas. Vejam-se os casos do Hospital de Aveiro, da Marina da Barra, do Polis de Aveiro, do tratamento dos resíduos, etc... E não só não se furtou a esse debate como ainda o fez com líderes de opinião e responsáveis locais, por vezes com opiniões diferentes e de espectro partidário quer à direita quer à esquerda e outros ainda isentos.

Só não queiram que se deixe de apontar o que está mal porque isso não faz sentido nenhum...

Convido o AAS a ir a um dos nossos fóruns ou palestras. Talvez aí encontre pessoas de que não está à espera...

Susana

terça-feira, 12 de outubro de 2004

Almoço passa para 23

Os colegas bloggers que já estavam a preparar a farpela, têm que estar mais comedidos...

Estive a recolher os vossos comentários, a opinião de alguns sobre eventos que ocorrem no mesmo dia e já tinha a confirmação de alguns. Mas agora foi a minha vida profissional que se alterou. No próximo sábado é o congresso da Causa Real e eu faço parte da organização, não podendo, por isso, estar em dois lados ao mesmo tempo. Tendo em conta isso, vou manter esta festa- almoço para 23 e dentro em breve já vos avanço pormenores do local, ementa e ? !!!

Espalhem a mensagem!

AAS fez um comentário curioso

O Conhecido blogger AAS fez um comentário que merece honras de página principal e reproduzo aqui, com um comentário meu...

...Ora falávamos nós em Novelas e aparece-nos a Susana Esteves!
É Obra!Tão nova e já tão demagógica, talvez sinal dos tempos atravessados pelo seu PSD.Querer deliberadamente confundir Alberto Souto e Filipe Teles é uma demonstração óbvia de que não conhece um ou outro. Nem os defeitos de um nem as virtudes do outro!
Esse estilo Alberto João Jardiniano de «politicar» acrescenta-nos pouco, Aveiro não é (talvez infelizmente) uma ilha verdejante de hotéis, autoestradas, túneis e viadutos sustentada pelo erário público. Aqui, graças ao seu Desgoverno Laranja, pagaremos tudo isso! Infelizmente, não vivemos no paraíso, bem esgalhado é certo, do seu companheiro Jardim e por isso a Demagogia não lhe assenta nada bem minha cara! Até o Salavessa consegue ser mais pragmático e objectivo que a menina! Que a gestão camarária não está isenta de defeitos já sabemos (este nosso cognome AAS diz muita coisa) mas é preciso ter um certo pudor (já li isto em qualquer lado) na crítica pessoal.
Quanto ao vosso ex-companheiro Domingos Cerqueira, minha cara, não deixa de ser curiosa a novela por vós (PSD) criada e argumentada, pois foi por vós eleito. Não me diga, cara Susana, que acha mesmo que um vereador eleito e com pelouros assumidos deve comportar-se como um contra-poder, nada fazendo e tudo criticando. Não nos diga que preferiria ter um vereador sem pelouros que apenas estivesse no elenco da CMA para receber as devidas senhas de participação!Todos percebemos que o PSD Aveirense se sinta algo carente, algo desnorteado. Se por um lado de Lisboa chovem dislates, em Aveiro o PSD não pode argumentar sequer que no passado fez assim ou assado. O PSD em Aveiro nunca nada fez. Nunca para tal foi chamado por quem vota. Mas o que é realmente preocupante é que não se preocupem em propor mas apenas em demagogicamente denegrir o trabalho de outrém.

Comentário - Caro AAS, vou tentar opinar no que respeita às "virtudes de um e defeitos de outro". Concordo que o Filipe Teles é melhor do que um ou dois dos vereadores do AS e mais dois do PSD. Só que não é vereador, é chefe de gabinete. Há dois mandatos. E por isso, é "his master's voice". Um chefe de gabinete é como o comandante de um navio - fica até ao final e assume as culpas...
Quanto à questão de Domingos Cerqueira / PSD - Deves concordar que não é normal um vereador de outra cor política que vota mais vezes a favor do AS do que os vereadores da mesma cor. Claro que se aceitou pelouros, tem que estar com o presidente que lho deu. Mas não é imune a críticas e não pode arvorar-se no inocente...

segunda-feira, 11 de outubro de 2004

Resposta sobre Mercados e Domingos...

Em relação ao comentário feito por mim (quem me conhece sabe que em leve tom irónico) acerca do comunicado do sr. Filipe Teles, a Susana Esteves escreveu um texto longo e muito acutilante.Aqui fica, para vosso comentário!

Muitas coisas têm acontecido nos últimos tempos como reacção à Rota dos Mercados e a resposta que foi dada ao PSD, como sempre, enquadra duas situações distintas: por um lado algumas das "respostas" ignoram a crítica efectuada e, por outro, há uma substancial diferença em o que eu (e o PSD vemos) e o que os nossos responsáveis autárquicos vêm.

Passo a exemplificar...
Uma das "obras" apontadas pelo sr. Filipe Teles é o Mercado Manuel Firmino, que irá estar pronto daqui a um ano. O PSD nunca defendeu que este mercado devesse ficar como estava... Apontamos, sim, para o facto de ter sido uma empresa externa (e não os técnicos da autarquia) que detectaram que o mercado tinha que ser deitado abaixo. Ora, é inadmissível que se gaste dinheiro a fazer planos de arquitectura, arranjar financiamentos e a assumir compromissos que depois ficaram inviabilizados porque os técnicos da câmara não se aperceberam dos problemas das fundações... A obra já tinha sido adjudicada!!! Quem são os responsáveis? Para além desta situação, estivemos no mercado provisório e verificamos in loco o desepero dos vendedores num Sábado de manhã, sem clientes... Nem sequer um acesso condigno este mercado tem!!! Tem uma rampa "foleira", onde se está sujeito a cair quando o tempo está bom... Se já te apercebeste de quem vai, durante o dia aos mercados, imagina as senhoras idosas, com sacos de compras, num dia em que o chão esteja enlameado... Como é que aquilo há-de ter clientes? Além do mais, parece que já toda a gente se esqueceu de que a dupla Alberto Souto / Domingos Cerqueira, tentaram, com este contrato provisório, desvincular os comerciantes do futuro Manuel Firmino... Mas os comerciantes não se esqueceram...

E depois, vem o Sr. Alberto, perdão, o Sr. Filipe Teles dizer que "nesta área (...) com grandes e médias superfícies a instalarem-se no concelho, foi possível proceder a estas adaptações com tranquilidade e compreensão por parte dos operadores e utentes...". Sabes onde é que as pessoas que compravam no Manuel Firmino vão agora? Ao Pingo Doce!!! Se tens dúvidas, experimenta perguntar às senhoras da Beira-Mar e aos passantes (que era quem comprava no Manuel Firmino).

Esta é uma situação que se enquadra no segundo caso: as tais diferenças na forma de ver as coisas... E, não querendo ser mais papista que o Papa, fez-se uma publicidade enorme em torno do início das obras... A verdade é que eu trabalho lá ao lado e não tenho visto nem sequer máquinas no local... Continua um descampado mas a verdade é que houve um chorrilho de notícias a anunciar o início das obras...

Outra das pérolas com que nos brindaram foi com relação ao Parque de Feiras e Exposições. Aqui, aquilo que nós dissemos foi pura e simplesmente ignorado... Disse o Sr. Alberto, perdão, Filipe: "Lastimáveis eram também as condições em que funcionava a "Feira dos 28"; Todos reconhecem que está agora num recinto com muito melhores condições;" Eu não vejo as coisas assim... O Sr. Filipe não deve ter posto os pés em nenhuma Feira dos 28 no recinto novo... Senão, sabia que ela se faz no exterior dos edifícios. A "cobertura" é a mesma do espaço antigo: sol quando está sol, chuva quando está chuva e vento quando está vento. E o terreno também tem inclinação para quando está lama... A única coisa que mudou foi o local do congestionamento de trânsito: antes era perto do Centro de Congressos e no Parque de Estacionamento por trás da Avenida e agora é na estrada nova para São Bernardo. E no entanto foi gasta um valor enorme nas novas infra-estruturas...

Mas, o que o PSD disse não foi isso. Foi, basicamente, que o local tem condições para ser mais e melhor explorado e ainda, mais cuidado. Com relação à questão da exploração vem o Domingos Cerqueira (a este nem senhor posso chamar...) dizer no jornal que há muita gente e muitas empresas com vontade de lá realizar eventos... Ainda há bem pouco tempo li um comentário no Diário de Aveiro, em relação à Feira dos Saldos, que dizia o seguinte: "O sucesso deste evento teve uma magnitude tão ampla que quando os primeiros potenciais clientes chegaram ao suposto local do tão publicado evento todo o stock já havia esgotado e inclusivamente já não existiam stands!!!"!!! E a senhora que escreveu isto (vem no artigo, não a conheço de lado nenhum) é de Oliveira do Bairro!!! A senhora deslocou-se de Oliveira do Bairro para vir a um evento anunciado nos dias antes nos media que foi um indescritível fiasco!!!

Se bem me lembro, em Junho, esta Feira dos Saldos e um tal evento Aveiro Capital da Água (quero ver como é que esse vai correr...) eram as grandes apostas do arranque da empresa municipal que gere o Parque...

E também não me esqueci do Sr. Raul Martins, também nesta altura, a criticar a doação de 50% do capital à AIDA e a dizer que era a pior das asneiras...

Como já fui insultada pelo Domingos Cerqueira relativamente a este assunto, não tenho nada a perder se disser com todas as letras que ele é um INCOMPETENTE, um MAL-EDUCADO e um VENDIDO.

A Praça do Peixe (que o PSD ainda irá visitar, tal como o Mercado Abastecedor) foi então a verdadeira "peixeirada"... Lembro-me muitissimo bem das queixas das vendedoras, da visita do Delegado de Saúde, dos comentários que ele fez (apesar de o não ter fechado) e da concordância e defesa das vendedora pelo Presidente da Junta da Vera Cruz. E melhor me lembro de um tal Domingos Cerqueira (aquele que nos brindou com a expressão "Eles deviam engolir essas palavras, não digo pela garganta, mas por outro buraco mais abaixo") também ter dito a um orgão da comunicação social que os/as vendedores da Praça do Peixe deviam era vender na valeta. É caso para dizer, como o Sr. Alberto, perdão, Filipe, que "os aveirenses têm memória e sabem ser justos"...

Não vou falar do Mercado Abastecedor porque, francamente, não estou muito a par da situação mas aposto que se fizer um bocadinho de pesquisa vou descobrir coisas interessantes... Daquelas do Sr. Alberto, perdão, Filipe considera: "nesta área (...) com grandes e médias superfícies a instalarem-se no concelho, foi possível proceder a estas adaptações com tranquilidade e compreensão por parte dos operadores e utentes..."

E já agora, congratulo-me que o Gabinete passe a ter um nome porque antes não se podia falar com um Gabinete (daqueles que insultavam munícipes, como no caso da Forca-Vouga). Era praticamente o mesmo que falar com uma porta, com uma cadeira ou até, quem sabe, com um tamanco...

Entre ofender presidentes de junta, a oposição (se bem me lembro até no discurso do dia da cidade houve alguém a ser brindado como "anões cívicos sem espinha e sem pudor ético") alguém mais parece um ouriço-cacheiro: mal se sente ameaçado, enrola-se sobre si mesmo e espeta os picos todos...

Talvez com excepção deste meu desabafo os elementos do PSD sempre criticaram situações, acontecimentos e políticas. Nunca fizeram críticas pessoais nem insinuações sem classificação como temos vindo a sofrer. Os actos de cada indivíduo classificam esse indivíduo e espero que os aveirenses saibam tirar as suas conclusões.

Por Susana Esteves

sexta-feira, 8 de outubro de 2004

Escrevi antes do tempo.

Ou li os jornais antes do tempo.

Depois de ter elogiado os politicos aveirenses, garantindo que os mesmos tinham mostrado união e uma posição de força, comecei a ler outras peças jornalísticas e... bem, é melhor começar.

Em relação à última assembleia municipal (com lugar de destaque no Público e JN) é importante referir a conclusão/acusação da oposição à gestão? financeira de Alberto Souto: as dívidas só diminuiram porque o Estado pagou uma parte que estava em falta e não por pagamentos camarários - a Câmara continua a trabalhar às custas das empresas. A troca de argumentos é curiosa e vale uma passagem por aqueles dois jornais.

Muito mais grave, na minha opinião, é saber pelo Público que a Câmara de Aveiro tem 72 processos judiciais, sendo que 32 são por execução de dívidas. É grave, muito grave. E deixa-me curioso o suficiente para perguntar ao Salavessa quais são as razões dos outros 40!

Mas há pior, muito pior... Parece que Domingos Cerqueira entrou em ebulição com a Rota dos Mercados. Vou colocar em aspas para não correr o risco de ser acusado de ter dito isto: "Domingos chama canalha a Ulisses" e outras acusações no Noticias de Aveiro.

Sobre Domingos Cerqueira já disse aqui a minha opinião: aqui e aqui mas gostava de lembrar que não tem muita autoridade moral para relembrar os casos, abundantemente conhecidos de Ulisses Manuel Pereira. Com efeito, para quem se lembra da saída de Domingos Cerqueira da empresa da Diocese de Aveiro que edita o Correio do Vouga e da Associação Humanitária dos Bombeiros Velhos... E se calhar há mais antigos que se lembram de outras coisas...

Factos políticos respondem-se com factos políticos (e ironia q.b.) como fez Filipe Teles, chefe de gabinete de Alberto Ssouto. Que se deve estar a rir...

Felizmente há boas noticias vindas da UA.

Ultima nota sobre Filarmonia

Os políticos de Aveiro começam a demonstrar alguma força política neste assunto e pretendem apostar decisivamente na "nova" Filarmonia. Pelo menos pelo que se pode ler aqui.

A extinção da Filarmonia provocou mais ecos. Em especial dos músicos, do sindicato respectivo, mas igualmente de um conjunto de personalidades da zona centro (na mesma noticia do JN cujo link está na palavra músicos).

O sindicato "
anunciou hoje uma recolha de assinaturas contra a extinção da Filarmonia das Beiras, que considera um acto "duplamente irresponsável", por fazer cessar um instrumento de acção cultural e encerrar postos de trabalho". "O programa de criação das orquestras regionais foi, como se vê, uma das bandeiras da descentralização cultural de vários governos, criando expectativas nas populações que iriam servir e nos profissionais que a viriam a integrar", frisa a direcção do Sindicato dos Músicos. A assembleia de sócios (da Associação Musical das Beiras) "verte palavras de apreço pelo trabalho desenvolvido, esquecida de que uma orquestra não é um aparelho emissor de som que se desloca, desliga e deita fora como se fosse um produto de consumo musical industrial", defende ainda a estrutura sindical. "A Filarmonia das Beiras é o local de trabalho de 27 músicos que merecem respeito e reparação pelos danos que lhes estão a ser causados", conclui.

Por outras palavras, o sindicato considerou a extinção uma decisão "irresponsável"

Mas agora que todos falam bem, dava jeito olhar para as contas...

PS - Também o blogue Santa Terrinha escreveu, lembrando o sentimento que passa pela cabeça de muitos habituais da Orquestra...

quinta-feira, 7 de outubro de 2004

Ainda mais info... (Filarmonia)

A Lusa conseguiu falar com um dos responsáveis pela Associação. A peça tenta explicar as decisões, mas centra-se na componente financeira.

(Lusa) -A Assembleia-Geral da Associação Musical das Beiras aprovou quarta-feira a extinção da instituição e da orquestra regional, devido à incapacidade de responder às reclamações dos músicos, que exigiam um regulamento interno e contratos de trabalho.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da direcção da instituição, Vítor Lourenço, justificou a decisão assumida pelos associados, numa reunião extraordinária realizada quarta-feira à noite devido aos riscos de uma "insolvência financeira futura" da associação.

Em causa está o facto da Orquestra Filarmonia das Beiras pagar os salários aos músicos desde a sua fundação, em Dezembro de 1997, em regime de prestação de serviços, a recibos verdes, devido à incapacidade de assumir a contratação efectiva dos artistas.

Depois de alguns dos músicos terem interposto acções judiciais, reclamando a celebração de um contrato de trabalho, os associados entenderam, "por unanimidade", extinguir a instituição, que "não tem condições para assumir essas despesas".

"Chegámos a um ponto de ruptura que não tinha outra solução", afirmou Vítor Lourenço, vice-presidente da Câmara de Leiria, salientando que a orquestra tem um orçamento de cerca de 750 mil euros por ano e não reúne condições financeiras para integrar três dezenas de músicos nos seus quadros.

Esta decisão vai obrigar à renegociação dos compromissos assumidos para os próximos meses e ao despedimento colectivo dos seis funcionários da associação, os únicos que têm contratos de trabalho celebrados, acrescentou.

Recentemente, uma comissão dos 27 músicos que compõem a orquestra sustentou em comunicado que "nunca existiram verdadeiras negociações" devido à intransigência da direcção em aceitar celebrar contratos de trabalho.

Nas propostas, a direcção chegou a apresentar propostas para que os músicos fizessem nos seus salários os descontos para a Segurança Social, mas mantendo salários elevados para o pessoal administrativo e director artístico, acusavam.

"Uma orquestra sem músicos não se concebe, pelo que não se compreende a linha de raciocínio que leva esta direcção a considerar como prioridade o pessoal administrativo em detrimento do projecto que tem sido fundamental para a divulgação da cultura e da arte no país e principalmente na zona centro", referia ainda o documento.

Para Vítor Lourenço, os "músicos têm todo o direito a sua entrada no quadro de pessoal" mas essa reivindicação "não pode ser assumida pela associação".

Contudo, este responsável admite que a experiência de criação de uma orquestra regional possa ser repetida no futuro mas "com outros moldes legais" para impedir "a repetição destes problemas.

Embora salientando que os membros da associação se mostraram favoráveis à criação de uma nova estrutura, Vítor Lourenço garante que esse projecto não será assumido no futuro mais próximo.

"Têm que ser feitos novos contactos e novas decisões que podem levar muito tempo mas é preciso não esquecer a experiência positiva que constituiu esta orquestra, que levou espectáculos de qualidade a concelhos que dificilmente teriam esta oferta", considerou.

Este responsável lamentou ainda que a decisão de extinguir a orquestra tenha sucedido num ano em que estava prevista a realização de uma centena de espectáculos, um "número recorde" para uma filarmonia do género.


Mais info...

Mão amiga fez-me chegar o comunicado que a Associação Musical das Beiras deu a conhecer ontem. E reforço o pedido anterior, de mais informações. A frase em sublinhado do comunicado (sublinhada por mim) é demasiado ambigua, tendo em conta todos os elogios anteriores.

O site da Orquestra deveria ter o comunicado, igualmente.

Comunicado

A Associação Musical das Beiras, entidade responsável pela gestão da Orquestra Filarmonia das Beiras, após ter reunido em Assembleia-Geral, em 06.10.2004, em Coimbra, vem comunicar que:

Ponto 1. ? A Associação Musical das Beiras está reconhecida a todas as entidades que a estruturaram institucionalmente, nomeadamente as que integraram os seus órgãos sociais ao longo de mais de sete anos. O mesmo reconhecimento se aplica a todas as entidades que nos apoiaram institucionalmente, quer participando na vivência associativa, quer subscrevendo o acordo de financiamento com a Associação Musical das Beiras. Uma frase de apreço também para todas as entidades que requereram, ainda que de forma avulsa, os serviços prestados pela Associação: a projecção que se adquiriu a nível nacional assentou, decisivamente, nestes contactos.

Ponto 2. ? A Associação Musical das Beiras quer realçar, nesta hora, que as várias dezenas de parcerias estabelecidas, na região e fora dela, com as Câmaras Municipais, com as Universidades e outras instituições de Ensino Superior, com as Regiões de Turismo, com o movimento associativo religioso, cultural e empresarial, podem constituir um excelente exemplo para uma lógica de solidariedade intermunicipal e interinstitucional que a todos beneficia.

Ponto 3. ? A Associação Musical das Beiras teve sempre como missão prestar um serviço público, chegar às populações, fazendo-o inserida no domínio das ofertas qualificadas para animar e valorizar os seus tempos livres e de lazer. No lote dos objectivos estratégicos desta Associação mereceu particular atenção o desenvolvimento de programas preparados para o público em idade escolar, a que se destinaram as sucessivas edições do projecto «Música na Escola», as quais movimentaram várias dezenas de milhar de crianças.

Ponto 4. ? A Associação Musical das Beiras procurou um modelo de inovação, estando na origem da feliz ligação da música dita ?clássica? às novas tecnologias da informação e da comunicação, quando editou o Cd-Rom «Orquital ? Orquestra Digital». Também foi original pela autoria e realização de Cursos de Direcção de Orquestra. Ainda se regista o seu contributo no desenvolvimento da cultura musical nas gravações de Cd?s com as obras, inéditas, de compositores da sua região de referência, casos de João José Baldi e de José Joaquim dos Santos.

Ponto 5. ? A Associação Musical das Beiras contou sempre com o incentivo financeiro do Ministério da Cultura e retribuiu com sentido cooperante todo o apoio que lhe foi sendo concedido pela sua tutela.

Ponto 6. ? A Associação Musical das Beiras regista com um sólido agradecimento o contributo de todos os seus colaboradores, os principais responsáveis pela notoriedade e prestígio alcançados.

Ponto 7. ? A Associação Musical das Beiras nasceu com um conjunto de pressupostos que se alteraram, fruto das novas dinâmicas. Os parceiros da Associação Musical das Beiras não encontraram condições para prosseguir o seu objecto. Neste quadro, a Assembleia-Geral deliberou, por unanimidade, a extinção da Associação.


Extinta?

A Associação Musical das Beiras, a estrutura que suporta o projecto "Orquestra Filarmonia das Beiras" foi extinta. A notícia surgiu de uma forma estranha mas adivinhava-se nos meios camarários, nas notícias que indicavam as reclamações dos músicos e no comunicado que saiu da reunião.
Para quem quiser ler as notícias sobre este assunto:

Terranova
Moliceiro.com
OLN
Jornal de Noticias


Há pontos interessantes nesta tomada de posição. Em primeiro lugar, nota-se que os músicos exigiam a mudança da forma de ligação contratual à associação. Por outras palavras, terem contratos de trabalho com as competentes regalias. Só que para que isso fosse feito, deveriamos analisar se eles efectivamente tinham que ter contratos de trabalho ou se são elementos que fazem actividades para a Filarmonia das Beiras e para outras entidades, o que levaria a valores mais baixos e outro tipo de condições.
A questão é que os dois contratos de prestação de serviços (recibos verdes) e a própria existência da filarmonia faziam com que qualquer tribunal de trabalho desse razão aos músicos que pedissem indemnização...

Por outro lado, temos a questão da sustentabilidade financeira da Filarmonia das Beiras. Seja pelo molde dos associados e da garantia de concertos, seja pela questão de falhas de tesouraria, seja pelo valor atribuido pelo Governo.
Seria interessante saber se a Filarmonia não podia entrar por outras vias de financiamento, se há graves falhas de tesouraria ou não (é muito provável dado que as câmaras não andam a pagar a tempo e deverão ser os maisores "financiadores" da associação", etc, etc...
Esta é uma questão cultural. Pode ser uma decisão da associação mas não deve ficar somente por um comunicado à imprensa. O senhor presidente da direcção deve falar, nas várias regiões afectadas, e explicar, em português que se entenda, esta tomada de decisão.

É urgente saber as razões desta decisão e qual o futuro cultural deste tipo de instituições. Se isto foi um passo em frente ou um passo atrás? Se isto significa o fim ou não da Filarmonia das Beiras...
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