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sexta-feira, 17 de outubro de 2003

A Camara de Aveiro contra... e noticias do referendo



Numa recente peça, o JN dá a conhecer a posição da Câmara de Aveiro sobre a Marina da Barra.

A Câmara de Aveiro decidiu, por unanimidade, manifestar a sua "total oposição" ao projecto da marina da Barra, por representar uma "violenta agressão ambiental".
A decisão da autarquia aveirense, tomada em recente reunião, foi dada a conhecer na reunião da Associação de Municípios da Ria, presidida pelo presidente da autarquia de Ílhavo.
A posição surge no âmbito da discussão pública do estudo de impacto ambiental e vai ser comunicada ao Instituto do Ambiente. Embora manifeste o seu apoio à construção de uma marina na Barra, a Câmara de Aveiro considera que o projecto em análise é "um gravíssimo precedente quanto à possibilidade de se aterrar leito de ria navegável para desenvolver projectos imobilários".
A autarquia presidida por Alberto Souto está preocupada com as repercussões que o projecto possa ter sobre o trânsito no concelho de Aveiro e pelas consequências que o estreitamento do canal de Mira possa vir a ter no comportamento hidráulico de toda a ria.
A Câmara de Aveiro defende uma reformulação do projecto que "possa rapidamente viabilizar uma marina na Barra, ambientalmente integrada".
Alberto Souto reagiu, entretanto, às declarações do presidente da Câmara de Ílhavo, segundo o qual na base de a alguma oposição à marina da Barra estariam sentimentos de inveja.
"Da minha parte não há inveja nenhuma, tenho mesmo é pena da pessoa que vai ficar para a história como responsável pelo aterro de 60 hectares de leito da ria", disse o autarca de Aveiro, ao JN.


Entretanto, um dos poucos deputados portugueses no Parlamento Europeu que cultiva a participação das pessoas através das novas tecnologias, Carlos Coelho, publicou dois textos e várias opiniões. Aconselho-vos a visitar este link e este... e se quiserem transmitir a sua opinião a Carlos Coelho, façam-no através deste email.

quarta-feira, 15 de outubro de 2003

A Marina by... PCP



No exemplo daquilo que pretendo para o blog: debate, fica para análise e comentários a posição do PCP (no caso, a da concelhia de Ílhavo) que foi enviada para o Ministério do Ambiente...

No âmbito do processo da Consulta Pública prevista nos termos do Decreto-Lei nº69/2000, de 3 de Maio, relativo ao Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do complexo Marina da Barra, a Comissão Concelhia de Ílhavo do Partido Comunista Português vem emitir opinião desfavorável, baseada nos seguintes fundamentos:

1. A designação do projecto em estudo esconde a sua verdadeira natureza. Por detrás da “Marina da Barra” surge um empreendimento imobiliário com capacidade para 2330 habitantes, dois hotéis com um total de 210 quartos e parques de estacionamento público para 1623 automóveis.

2. Não se trata, no caso em apreço, de uma qualquer operação em terreno sensível, mas sim da tentativa, a pretexto de uma marina, de realização da primeira operação imobiliária em pleno leito da Ria de Aveiro, a qual, a concretizar-se, constituiria um grave precedente.

3. Sendo porventura defensável a criação de uma marina ou de equipamentos similares na Ria de Aveiro e sendo exacto que está prevista, desde os anos 70 do século passado, a implantação de um tal equipamento na área do EIA, o facto é que nada apontava antes nem para a dimensão nem para a natureza do projecto em Avaliação de Impacte Ambiental (AIA).

4. A localização do complexo Marina da Barra está prevista para uma área da Zona de Protecção Especial (ZPE) da Ria de Aveiro, definida pelo Decreto-Lei 140/99 de 24 de Abril e Decreto-Lei 384-B/99 de 23 de Setembro, visto tratar-se de uma área de grande sensibilidade ecológica e ambiental, nomeadamente a existência de importante banco de lodo intertidal e sapal cuja destruição iria afectar toda a laguna.

5. O diploma que autoriza a concessão, o Decreto-Lei n.º 507/99, de 23 de Novembro, é em si mesmo contraditório. Enquanto que o preâmbulo indica claramente que «a construção neste local..., tendo em atenção a classificação da área como zona de protecção especial a integrar na Rede Natura 2000, implica a construção de apoios em terra, comerciais e hoteleiros», já o articulado permite que os referidos equipamentos sejam construídos no leito da Ria, acrescentando também a possibilidade de construção de habitação.

6. Não é rigorosa a invocação, pelo EIA, da conformidade do projecto com o Plano Director Municipal de Ílhavo. O leito da Ria não está incluído no conjunto dos solos urbanizáveis, para os quais os PDM podem definir as regras de uso.

7. A localização e a dimensão provocam, entre outros impactes que não são de desprezar, o aumento substancial da pressão humana numa zona já hoje sobrecarregada, a Praia da Barra, em pleno cordão dunar, de grande fragilidade ambiental e ameaçado na sua própria existência devido ao chamado efeito global de estufa. Este aglomerado apresenta já hoje, sazonalmente e aos fins-de-semana, grande dificuldade de escoamento de trânsito, com riscos
acrescidos em caso de eventual acidente de elevadas proporções.

8. O EIA deixa claro que, ao contrário do que determinam as directivas da UE e a legislação nacional (Decreto-Lei nº69/2000) não foram consideradas localizações alternativas para o empreendimento. O facto de o diploma da concessão (Decreto-Lei 507-99) fixar peremptoriamente uma localização, sem que o concessionário ou o Estado tenham estudado, fundamentadamente, localizações alternativas, abriu a porta ao incumprimento de um requisito essencial para a realização de um projecto desta natureza e dimensão.

9. O EIA é também omisso na abordagem de alternativas de projecto que não incluam a componente imobiliária, ou que estivessem conformes ao preâmbulo do Decreto-Lei de concessão, isto é, em que os serviços complementares de apoio fossem construídos em terra.

10. O desenvolvimento do turismo na Ria de Aveiro deve ser abordado numa perspectiva multimunicipal e inserido numa estratégia de conjunto. Não existe qualquer entidade com competências, meios e jurisdição sobre toda a Ria, capaz de desenhar a estratégia de desenvolvimento sustentável dessa mesma Ria. Fora de tal quadro a aprovação de um projecto com esta natureza e dimensão pode comprometer o futuro de toda a zona ribeirinha.

11. A Administração do Porto de Aveiro (APA), SA, tem, neste processo, um papel determinante. Mas a APA, com o estatuto de Sociedade Anónima, por enquanto de capitais públicos, directamente interessada pelo sucesso económico do empreendimento porque arrecadará, nos termos do Decreto-Lei 507-99, entre outros proveitos, uma percentagem da receita bruta da sua exploração, não é a entidade mais adequada para contribuir para a estratégia de desenvolvimento invocada no ponto anterior.

12. O projecto de construção da Marina da Barra não é aquele que interessa ao turismo do futuro. O sucesso turístico de uma região, depende sobretudo daquilo que tem de único para oferecer e da valorização do que a diferencia. O trunfo da nossa Região é a própria Ria, com os seus canais e esteiros, com a sua luz, a sua navegabilidade durante todo o ano, com o seu património ecológico. Não se pode defender a Ria abrindo caminho a projectos que a asfixiem e descaracterizem, como é o caso do projecto em análise, que retira uma área de 58 hectares ao domínio público hídrico no Canal de Mira, uma das partes mais nobres da Ria.

13. Não existe qualquer garantia de viabilidade económica da marina propriamente dita. A insistência na vertente imobiliária, sem que esta tenha qualquer relação directa com o equipamento portuário, sublinha esta incerteza.

14. Não existe qualquer garantia, sustentada em estudos credíveis, que indicie um tipo de ocupação das moradias e apartamentos do empreendimento que seja diferente da sazonalidade de curta duração que prevalece na Barra.

15. O EIA subestima a importância do local de intervenção assim como os impactes negativos no ecossistema, na paisagem e na qualidade de vida da povoação da Barra. É significativo, por exemplo, que se apresente «sem impactes negativos» o recurso à captação subterrânea de água, cumulativamente à que já é captada para a população actual.

16. A monitorização dos impactes no ambiente proposta no EIA suscita igualmente dúvidas relativamente à sua eficácia. Não se pode admitir, por exemplo, que a recolha de amostras de água para análise da poluição provocada fosse apenas de três em três meses, período que permitiria passar praticamente todo o Verão sem que qualquer amostra fosse recolhida e analisada.

17. O Relatório Síntese do EIA não reproduz de forma objectiva e isenta as opiniões recolhidas ao longo do processo da sua elaboração. As opiniões favoráveis são valorizadas ao mesmo tempo que se formulam qualificativos subjectivos que procuram desvalorizar aqueles que proferiram as opiniões de sentido contrário. Não são tidas em conta nem são devidamente reproduzidas opiniões já expressas anteriormente por instituições e investigadores independentes do projecto, nomeadamente os da Universidade de Aveiro, entre os quais se inclui um antigo Ministro do Ambiente.

18. Não foi realizada qualquer audiência pública com a natureza das previstas no artigo 15.º do Decreto-Lei 69/2000, promovidas pelo Instituto do Ambiente. A natureza e complexidade do Projecto, bem como os seus impactes exigem que tal fosse feito. As sessões de esclarecimento organizadas pela Câmara Municipal de Ílhavo e pelo Consórcio, não garantem a neutralidade e isenção necessárias ao processo de AIA.

Marina da Barra



Análise ao período de discussão pública
A Lusa fez um texto sobre o resultado da discussão da Marina da Barra. Deixo aqui alguma das partes principais...

O Instituto do Ambiente (IA) recebeu cerca de duas dezenas e meia de pareceres sobre o estudo de impacte ambiental (EIA) do projecto de construção da marina da Barra, em Ílhavo.

A maioria dos pareceres chegados ao IA foi emitida por cidadãos a título individual e, de entre os elaborados por grupos organizados, conta-se o do Movimento "Pelo Futuro da Barra", que se distinguiu no debate público como o principal opositor ao projecto. As organizações ambientalistas Quercus e Geota, a Concelhia de Ílhavo do PCP e o núcleo de Aveiro do Partido Ecologista "Os Verdes" também confirmaram o envio de pareceres, todos eles contra a construção da marina. Entre os cidadãos que enviaram pareceres contam-se diversos universitários de Aveiro.

A favor da construção da marina, sobressaem os pareceres de órgãos autárquicos, nomeadamente da Câmara e Assembleia Municipais de Ílhavo.

O processo pode, contudo, sofrer significativos atrasos, caso se confirmem intenções anunciadas pelo Movimento pelo Futuro da Barra de formalização de uma queixa à União Europeia e outra ao Ministério Público, contra o Estado português, caso avance a construção da marina.

A marina, com um custo que pode oscilar entre 150 e 250 milhões de euros, está prevista para o canal de Mira, na Zona de Protecção Especial (ZPE) da Ria de Aveiro, projectando-se para uma área de 58 hectares de domínio público hídrico cedida por 60 anos pela Administração do Porto de Aveiro (APA) ao consórcio privado Sociedade de Desenvolvimento e Construção da Marina da Barra.

O consórcio reconheceu que o empreendimento sacrificará 30 hectares de sapal, mas afiançou que este impacte negativo será "eficazmente compensado", com a recuperação de outro sapal, arranjo de salinas arrombadas e a criação de um centro de interpretação ambiental da ria de Aveiro.

Por seu turno, a Câmara de Ílhavo elegeu a marina como projecto "fulcral" para sustentar uma vertente de desenvolvimento do concelho assente no turismo.

O presidente da Câmara, Ribau Esteves, desvalorizou sempre as críticas ao projecto, atribuindo-as, em parte, a "inveja" e não a razões de ordem ambiental.

"Infelizmente, o bem do nosso vizinho não é o nosso. Se a marina estivesse prevista para outro concelho, nada disto aconteceria", disse Ribau Esteves, que é também líder da Distrital do PSD/Aveiro.

O autarca sublinhou que outros empreendimentos concretizados na zona lagunar de Ílhavo provocaram danos ambientais "bem maiores, e não houve o mesmo nível de contestação".

Recentemente, o presidente da Câmara de Aveiro e líder da Distrital do PS/Aveiro, Alberto Souto, criticou o projecto da marina, considerando que se algo parecido acontecesse na Ria Formosa, Algarve, abria um telejornal, motivava uma investigação e provocava a demissão de um secretário de Estado.

Tal como Ribau Esteves, também o presidente da APA, João Pedro Braga da Cruz, defendeu o projecto, declarando que os aspectos positivos que são invocados no EIA "sobrepõem-se aos negativos, atendendo também às medidas mitigadoras propostas".

Comentando críticas sobre a componente imobiliária do projecto (ocupando um terço da área a intervencionar), João Pedro Braga da Cruz disse que "foi a que o governo achou razoável para um investimento privado que tem de ter retorno".

O presidente do Clube de Vela da Costa Nova, Senos da Fonseca, contestou o projecto, considerando que se está a "vender a ria aos bocadinhos e a criar um autêntico paredão imobiliário".

A "exagerada" componente imobiliária do projecto fora já sublinhada pelo porta-voz do movimento "Pelo Futuro da Barra", Jorge Guerra, que apelou ao Governo para travar o projecto nesta fase, "em que há lugar apenas à devolução de uma caução ao promotor, não deixando que as coisas se arrastem até à altura em que serão exigíveis pesadas indemnizações".

Para além de reparos à componente imobiliária associada ao projecto e aos conflitos de trânsito que o empreendimento poderá criar à entrada do IP5, os críticos da marina sublinham que a construção do empreendimento afectará uma em cada cem aves aquáticas que procuram o ecossistema da ria de Aveiro para alimentação e repouso no período invernante.

A perda de bancos de lodo "afectará as comunidades de animais e plantas que vivem nos fundos, das quais dependem as populações de peixes e de aves residentes e migratórias, que buscam alimento e acolhimento na ria de Aveiro", consente o EIA.

O estudo assinala vantagens inequívocas do empreendimento ao nível económico, uma vez que se gerarão pelo menos 250 novos empregos, haverá qualificação da oferta hoteleira e de animação da região, e incremento da actividade comercial local.

segunda-feira, 13 de outubro de 2003

Ambiente



Outra frente de luta entre ecologistas e "progresso" Para além da Marina da Barra, há outra frente de luta entre o ambiente e projectos. Neste caso o traçado do IC1 depois do concelho de Aveiro, para norte. As organizações ecologistas Quercus e Cegonha ameaçaram hoje, segundo alguma comunicação social (Lusa) recorrer a providências cautelares e a queixas na Comissão Europeia para travar a construção de um troço do IC1 em zona ambientalmente sensível, no concelho de Estarreja.
Em causa está a decisão governamental, anunciada em Setembro pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, Luís Marques Mendes, segundo a qual o itinerário complementar atravessará em viaduto uma franja da Zona de Protecção Especial (ZPE) da ria de Aveiro em Estarreja. "Se o governo prosseguir com o erro por que recentemente enveredou, tomaremos medidas para exigir a reposição da legalidade, nomeadamente recorrendo a providências cautelares e à apresentação das queixas que forem necessárias junto da Comissão Europeia", avisam as duas organizações ecologistas.
O executivo liderado por António Guterres definira que o IC1 atravessaria Estarreja a nascente da vila, a apenas 500 metros da auto-estrada A1, mas a decisão foi revogada pelo actual executivo, uma vez que surgiram manifestações locais de rejeição do traçado.
Ao revogar a decisão, em Novembro de 2002, o Governo de Durão Barroso iniciou estudos para avaliar a viabilidade de o fixar na faixa reclamada pelas autarquias de Estarreja e Murtosa, mas já numa franja da ZPE.
Declarando "não aceitar" que parte da ZPE "possa ser invadida por uma auto-estrada (o IC1) com a justificação única de cumprimento duma promessa eleitoral", as duas organizações ambientalistas defendem, em alternativa, a junção do IC1 com a auto-estrada A1, com o alargamento desta via de quatro para seis ou oito faixas de rodagem. "Seria a solução que menores impactes ambientais traria", justificam, num comunicado conjunto divulgado pela Lusa...

Interessante, sem dúvida, do ponto de vista ambiental. Mas então para que serviria o IC1? Quem é pensaria usar a A1 para ir à Murtosa? As estradas foram feitas para ligar dois pontos sem precisar passar por roma... ;) A verdade é que nunca haverá vencedores neste projecto. Tal como o da Marina da Barra... Mas esse será um outro texto...

quinta-feira, 9 de outubro de 2003

Parques




A Assembleia Municipal já aprovou o parque subterrâneo situado no Centro de Congressos, segundo as notícias de vários órgãos de comunicação social. Mas no mesmo âmbito, o parque subterrâneo do Largo Maia Magalhães é criticado ferozmente pelo presidente da Junta de Freguesia da Vera Cruz (João Barbosa). Nas suas críticas, que podem ser lidas no "JN" quero realçar as seguintes: "É inconcebível que se faça um parque naquele largo sem ponderar os inconvenientes", disse João Barbosa, ao JN, salientando que existem, nas imediações, quatro parques de estacionamento "que nunca estão cheios". mas também uma outra, mais importante, a meu ver: João Barbosa aponta outros inconvenientes, como seja o facto de onde está hoje o largo Maia Magalhães ter ali existido, antigamente, uma igreja e o cemitério da freguesia.
"Vão aparecer ossadas, como já aconteceu, quando foi da implantação da estátua ao bombeiro", frisou o autarca, salientando que, debaixo do largo, há um tunel de arcadas "que atravessa a cidade".


A construção de um parque de estacionamento subterrâneo no largo Maia Magalhães, junto ao quartel dos Bombeiros Novos, não passa, para já, de uma intenção da autarquia aveirense, que quer utilizar a mesma estratégia que usou para a construção do parque de estacionamento recentemente inaugurado na Praça Marquês de Pombal: contrato de projecto, construção e concessão a uma empresa privada. O mesmo sistema que quer adoptar para outro parque, há muito previsto, para as imediações do Centro de Congressos. Os projectos estão na Assembleia Municipal, para aprovação.

quarta-feira, 8 de outubro de 2003

Europa



Num espaço de características regionais/locais poderia não fazer sentido falar de assuntos nacionais. Mas um dos mais importantes desta semana – a questão europeia – ficou na minha memória e não quero deixar de a partilhar com quem lê, para que possam tirar as suas conclusões e opiniões.

Portugal está perto de perder mais algumas das já poucas bases de identidade que ainda mantém. O tratado Constitucional (ou carta constitucional) europeu lança claramente as raízes (e alguns troncos já fortes) para a Federação Europeia. Saber se é esse o caminho que queremos trilhar, se nos interessa continuar – e não só nós mas toda a Europa – é a principal matéria em apreço nos próximos seis meses. Não tenham dúvidas disso.

Discutir a soberania do país, as bases para o futuro entendimento europeu e a participação de Portugal e dos cidadãos portugueses nesse processo são questões básicas, de forma a criar um élan de motivação democrática para a participação pública. É fundamental que os portugueses sejam ouvidos, é fundamental que todos os meios sejam usados para dar a conhecer as reais questões da Europa.

No entanto, quero frisar desde já algo: estou contra quem, como já apareceram vários, a dizer que o Parlamento tem legitimidade e que não deve existir referendo...

Não posso aceitar a tese da “falta de informação/participação”. O dever cívico das elites é o de ajudar a explicar, de tornar fácil o que é difícil. E não considero como “elite” a maior parte dos actuais deputados. Não lhes conferi mandato para isto. Para muitas das coisas que fizeram também não, mas muito menos para isto...

sexta-feira, 3 de outubro de 2003

Desabafos



O nosso colega Pedro Leite, que precisa usar o carro, lembra algumas... vicissitudes... do dia a dia!
"Já notaram o caos do trânsito em Aveiro?
Quando foram encerrados os acessos para a construção da passagem subterrânea da Sé, foram colocados uns cartazes... ora o encerramento de artérias que se está a verificar, como por exemplo o Viaduto de Esgueira, ou parte da rua Oudinot, bem como hoje a cortada à esquerda para a Rua Oudinot, rotunda por trás do Centro Comercial Oita, vindos da Estação...
Enfim, para quando uma informação COERENTE de desvios para os utentes das vias públicas?
Ter um polícia a tomar conta do passeio não vale a pena, como os tenho visto ultimamente... ponham homens em locais visíveis na estrada de forma a direccionarem o tráfego e obrigarem à circulação. PL"


Outro assunto, o Ministério das Cidades, Ordenamento e Ambiente, decidiu colocar em Aveiro o Gabinete de Estudos e Planeamento, cujo director-geral é Álvaro Santos, militante do PSD e quadro da ex-CCR Norte. A escolha de Aveiro foi justificada "por a região ser de um dos maiores acidentes geográficos da costa, com um ecossistema variado e frágil, sujeito a erosão constante e poder constituir um laboratório de políticas ambientais".
O que dirão os professores universitários de Ambiente e Ordenamento do Território desta escolha?

Nota final para os que ontem leram o meu comentário sobre a entrevista da reitora Helena Nazaré ao JN. Insisto na tese de não perceber minimamente as opções de João Paulo Costa. Nem de nenhum dos outros intervenientes. Para João Paulo Costa porque escolheu a única pessoa que não podia escolher entre os seus colaboradores. Para Alexandre Silva, um jornalista com um currículo interessante que devia ter recusado, pois poderia ser associado à familia - com o que isso implica na opinião de quem lê o trabalho. E à reitora, que deveria entender que poderia ser associada a uma entrevista "a pedido". Quem não entende este raciocínio...




quinta-feira, 2 de outubro de 2003



Foi entregue esta semana aos órgãos autárquicos do Município de Aveiro (Câmara e Assembleia Municipal) um abaixo assinado resultante da iniciativa da CDU, com 1287 subscritores, cujo texto se transcreve:

“Os cidadãos e cidadãs abaixo assinados vêm, por esta forma, expressar a sua indignação e manifestar o seu protesto face ao constante aumento dos taxas, tarifas e impostos no município de Aveiro.
Considerando que os aveirenses não podem ser obrigados a tapar os buracos financeiros criados pelos erros da Câmara Municipal, os abaixo assinados repudiam, em particular, o violento aumento da tarifa dos resíduos sólidos – a taxa do lixo – bem como a indexação dessa tarifa ao consumo da água, e reclamam a rápida correcção desta decisão.”

A Comissão Concelhia de Aveiro do PCP considera que este abaixo assinado constitui expressão pública, legítima e inequívoca, da indignação e do protesto dos aveirenses, e saúda todos quantos a ele se quiseram associar, contribuindo para o sucesso desta iniciativa. Tendo sido tornado público, a 19 de Setembro, que constituía objectivo chegar às mil assinaturas, não pode deixar de ser sublinhado que tal objectivo foi largamente ultrapassado.
Tal como foi afirmado, na tribuna do público, na Assembleia Municipal, claramente se percebeu o autismo do discurso oficial da Câmara, em cada contacto realizado para recolha de assinaturas.
- Contrariamente ao que afirma Alberto Souto, os aveirenses entendem que o aumento da tarifa do lixo de 1 para 5, 7, 10 ou mais euros mensais constituiu, de facto, uma violência.
- Contrariamente ao que a Câmara defende, ninguém consegue perceber qual é a relação que possa existir entre a produção de lixo e o consumo de água, relação que possa justificar o pagamento de 30 cêntimos de tarifa do lixo por cada metro cúbico de água consumida.
A Comissão Concelhia de Aveiro do PCP repudia com veemência as declarações do Presidente da Câmara Municipal de Aveiro, proferidas na Assembleia Municipal, as quais, ao pretender diminuir a importância e o significado do protesto cívico de tantos aveirenses, acabam por evidenciar o fosso que cada vez mais separa a Câmara da realidade quotidiana de quantos vivem e trabalham no nosso Concelho.
Convicta de que este não é um assunto encerrado e animada pelo resultado das iniciativas já realizadas de combate à actual taxa do lixo em Aveiro, a Comissão Concelhia do PCP manifesta a sua disposição de tudo fazer para reforçar a informação, o esclarecimento e a mobilização dos munícipes, visando a correcção do actual critério de cálculo e do correspondente valor da tarifa do lixo.

Comentários?

quarta-feira, 1 de outubro de 2003

Noticias de hoje



O comandante da Policia Municipal de Aveiro, Fernando Esteves, demitiu-se há quinze dias mas apenas ontem o assunto ficou conhecido... Não se sabe, é certo, quais as razões para a demissão...
Quando não referi a igualmente vice-presidência da CDR Centro por parte de Artur da Rosa Pires, docente do departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro, não queria desprestigiar o professor mas sim homenagear o ex-autarca! Ambos tomam posse daqui a um par de horas.

Segundo José Carlos Maximino, do Jornal de Noticias, a Câmara de Aveiro “ainda não aprovou ontem as condições de cedência à Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro dos terrenos para a construção de três novas unidades de saúde, remetendo a decisão para uma reunião posterior a um encontro com
a sub-Região de Saúde de Aveiro.Em causa está o Centro de Saúde Aveiro-2, que surgirá em Esgueira, nas imediações das escolas, e das extensões de S. Bernardo e Cacia, que representarão um investimento de quatro milhões de euros. A ARS do Centro pretende ter tudo concluído em 2006. A Câmaracederá os terrenos, correndo a concepção, construção e equipamento das novas unidades por conta do Ministério das Saúde.
O protocolo que está a ser ultimado responsabiliza, também, a Câmara pela conclusão da extensão de saúde de Santa Joana, cuja construção está parada há mais de dois anos devido a falta de visto do Tribunal de Contas.”
Convém registar estas palavras, para não corrermos o risco de atribuir culpas a quem não executa as obras em tempo devido.

No JN (http://jn.sapo.pt/textos/out40512.asp) há igualmente uma entrevista interessante à reitora da Universidade de Aveiro. Continua interessada na aquisição do Estádio (aplausos), tomou uma medida coerente de fazer propinas elevadas (depois como é que se podia queixar de falta de dinheiro) e aposta no norte da região e na Escola de Saúde. Muito bem. Só não entendo a opção de João Paulo Costa (do JN de Aveiro) de fazer a entrevista a meias com Alexandre Silva (genro a entrevistar a sogra...). Onde é que fica a ética jornalística?

Nota final para lembrar que Mealhada já se uniu à futura Área Metropolitana de Coimbra...
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