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sexta-feira, 23 de maio de 2003

Exigência mas rigor!



Para perceberem o que estou a falar, envio primeiro o artigo que foi publicado no Diário de Aveiro:
"Câmara revoga pagamento de subsídios a colectividades
Dois vereadores do PSD e um do CDS/PP votaram contra a proposta de Alberto Souto de revogar o pagamento de subsídios a colectividades do concelho

A Câmara Municipal de Aveiro pretende revogar o pagamento de alguns subsídios atribuídos entre 1997 e 2002 a colectividades do concelho. A proposta foi apresentada por Alberto Souto na última reunião camarária, merecendo o voto desfavorável de dois dos três vereadores do PSD – Joaquim Marques e Ângelo Pires – e do representante do CDS/PP no executivo, Miguel Capão Filipe. Foi, no entanto, aprovada com os votos a favor dos membros do PS e de Domingos Cerqueira (PSD).
«Largas dezenas» de associações verão invalidado o pagamento de subsídios concedidos pela autarquia para financiar eventos, alguns dos quais não terão chegado a realizar-se, contou Joaquim Marques ao Diário de Aveiro. O montante das comparticipações em causa deverá rondar os 250 mil euros, e só não é mais elevado porque a Câmara aceitou retirar uma série de colectividades da lista, nomeadamente devido à pressão de Domingos Cerqueira, o terceiro vereador (e único com pelouros atribuídos) do PSD, disse Joaquim Marques.
A Câmara tem seguido a política de atribuir «subsídios a torto e a direito», censurou o social-democrata, reclamando que o município respeite os compromissos assumidos. «O PSD teve sempre a preocupação de saber se havia dinheiro para a liquidação dos subsídios, e a resposta foi sempre positiva», vincou o social-democrata, afirmando não aceitar que «o ónus do incumprimento seja empurrado para o Governo central». «Compreendemos que a Câmara esteja a atravessar dificuldades financeiras, mas os compromissos devem ser respeitados», frisou ao Diário de Aveiro, lembrando que há associações «à espera do dinheiro».
Miguel Capão Filipe explicou o seu voto contra a proposta de Alberto Souto afirmando que a Câmara não pode revogar o pagamento de subsídios aprovados anteriormente, defendendo, por outro lado, a necessidade de apurar qual a real capacidade da autarquia de conceder comparticipações.
O Diário de Aveiro tentou falar com o presidente da Câmara de Aveiro, Alberto Souto, mas em vão.
"

Agora o meu comentário:

Devemos ter exigência sim, mas rigor. Coisa que tem sempre faltado nas atribuições de subsídios da Câmara Municipal de Aveiro, movidas por uma política de "bodo aos pobres", muitas vezes sem definições práticas do que se quer e do que se exige às associações.

Uma política de subsídios que deveria tomar em conta princípios de unicidade - eventos com características inovadoras ou meras repetições do que toda a gente faz - qualidade, rigor nas contas e continuação de eventos deveriam ser tidos em conta.
Mas também não ter problemas em, seguindo as regras, acabar com protocolos - cumprindo a sua palavra - onde entidades recebem regulamente subsídios sem fazer as actividades a que se comprometeram...

Por essas e por outras já há alguns anos as associações de juventude exigiam da Câmara que a um projecto aprovado, metade do subsídio fosse pago com a "aprovação"...
As vereações da Cultura devem ter como perspectiva não os amigos ou os interesses instalados mas a exigência e o rigor. Para os subsídios camarários não serem, somente, maneiras de entreter associações e ganhar mais alguns votos!






sexta-feira, 16 de maio de 2003



João e colegas - da minha parte e ao contrário do que diz o João, não procuro fazer provocações, apenas "pensar" alto em Aveiro, ver o que outros pensam e exercer o direito e o dever da cidadania...

Caro Dr. Virgílio Nogueira

Não o conheço pessoalmente, apenas por mail, mas talvez me tenha expressado mal, o que o levou a uma interpretação que não me parece adequada.

Eu próprio sou músico amador, gosto muito de música e respeito e admiro muito o trabalho da Orquestra das Beiras, sendo especial amigo de um dos actuais músicos. Acho que é do máximo interesse e um grande previlégio contar em Aveiro com a sede da orquestra. É uma honra para a cidade! E a orquestra deve ser bem acarinhada!

Porque gosto muito de boa música e de boa comida, apreciaria ter em Aveiro um sítio requintado, onde pudesse estar sossegada e calmamente disfrutando de duas coisas que gosto muito e isso infelizmente não existe em Aveiro! Discuto a cidade, discuto a qualidade de vida, que foi a razão que me levou a optar à uns 8 anos atrás por saír de Lisboa e a fixar-me em Aveiro!

Na minha opinião, refeição e música não são incompatíveis mas precisam de um espaço e ambiente adequados. Recordo a nível nacional os concertos para jovens à hora de Almoço na Gulbenkian (onde fui muitas vezes enquanto estudante) e no Centro Cultural de Belém, entre outros. É ainda vulgar ver 2, 3, 4 elementos de formação superior e de altíssimo nível que pertencem a orquestras a tocar em bons hotéis.

Na minha opinião, isso não é desvalorizar os músicos, é dar-lhes oportunidades de tocarem, de ganharem algum dinheiro extra e a nós oportunidades de ouvir... em contextos diferentes do tradicional talvez.

O termo "animar jantaradas"´ foi do Dr. Virgílio Nogueira, longe de mim dar-lhe essa interpretação. Até gosto muito de bolos de bacalhau, tremoços e superbock em certas alturas, mas admito que bom gosto e requinte possa passar por champagne e caviar ....por ouvir um nocturno de Chopin ou um Prelúdio de Bach com baixo contínuo....e prá acabar em beleza uma boa aguardente velha e um charuto de Havana!

Um abraço e parabéns pela orquestra!

Mea culpa: fui eu que utilizei o termo provocação! João Oliveira

quinta-feira, 15 de maio de 2003

Resposta rápida à provocação



Virgilio Nogueira não demorou a responder à provocação/sugestão do Rui Falcão!

Muito gostaria o actual Director Executivo da Orquestra Filarmonia das Beiras que esta estrutura cultural tivesse instalações com uma dimensão maior do que aquelas de que neste momento dispõe na Casa de Chá. Na verdade, outros projectos como a Academia de Música, ou espaço de trabalho para os naipes, ou salas de arrumos para a instrumentação, requerem mais metros quadrados do que aqueles que nos são actualmente disponibilizados. Isto não significa, como sabemos, que as actuais condições não permitam que sejamos uma das melhores orquestras nacionais, apesar da nossa juventude. Segundo esta proposta a Filarmonia poderia libertar a Casa de Chá.
Só com a mudança da Filarmonia deste espaço é que o mesmo poderia ser utilizado com fins turísticos. É que não seria muito responsável juntar os intrumentos de cozinha e restauração com os de uma orquestra, por mais interessantes que possam ser algumas propostas da música contemporânea. De qualquer maneira, a Casa de Chá é propriedade do Município e, portanto, a responsabilidade do usufruto deste espaço é da Câmara Municipal de Aveiro.
É à Câmara Municipal de Aveiro que compete pois, entre outros, o licenciamento do bar, que esteve em funcionamento até há cerca de um ano atrás, mas que foi forçado a fechar dada a inexistência da licença necessária. Desde então a a Câmara Municipal tem, julgamos nós, ponderado a utilização do bar em função dé vários critérios entre os quais, presumivelmente, o da urbanização da zona do Mário Duarte. Mas, na realidade, só a autarquia aveirense, enquanto proprietária, poderá destinar o uso desse espaço.
Sem querer ofender ninguém, temos que perceber que os músicos da Filarmonia das Beiras são profissionais com formação superior pelo que não estão vocacionados para animar jantaradas. Ninguém se lembrará de colocar um gestor/empreendedor a vender tremoços, embora o pudesse fazer.
Por último, peço a todos os amigos deste weblog cautela para não associarem o seu nome ao boato ou ao rumor. Se assim não for, onde e quando se falou em salários em atraso na Filarmonia ? Pode falar-se, mas não se deve, em entidades que se atrasam no pagamento do serviço que a Filarmonia lhes presta, mas só o pode fazer que é legítimo interlocutor.
O que a Filarmonia precisa é que os empreendedores entendam que têm um conjunto de benefícios (fiscais, de publicidade e de relações públicas)se apoiarem esta orquestra. Não será, concerteza, a vender super-bocks e bolos de bacalhau que a cultura deste país se financia e desenvolve.



Duas notas... by Rui Falcão




Rui Falcão, um dos verdadeiros empreendedores da nossa cidade, contribui para esta discussão generalizada com um assunto pertinente e uma sugestão para o nosso colega de lista Virgilio Nogueira - queremos respostas :)
Aqui vai:
Acompanho com interesse os comentários de todas as pessoas que de um modo ou de outro vão contribuindo para discutir Aveiro. No meu caso, não consigo acompanhar em tempo útil tantas e valiosas contribuições, no entanto e na medida das minhas possibilidades e graças à inquietude do João em ir puxando por nós, aqui vai duas pequenas contribuições:

a) Gabinete de Apoio ao Investidor
De facto, os "grandes" investimentos parecem ser facilmente acarinhados pelos Governos e pelas Câmaras. Arranjam sempre agenda, localizações, enquadramentos. Os pequenos e médios investimentos tem sempre mais dificuldade em se concretizar. Não é fácil ter apoio para encontrar terrenos, não é fácil vencer a burocracia, saber se um determinado terreno tem ou não viabilidade para um determinado projecto, saber da oportunidade do investimento, saber se faz de facto falta a uma dada população, tudo demora muito tempo, gasta energia e faz perder a paciência dos investidores.

É evidente que os "investidores" não têm normalmente uma lógica de preocupações de desenvolvimento de uma região ou cidade, mas uma lógica de retorno do investimento, muitas vezes de curto prazo. A defesa de uma lógica de desenvolvimento de uma cidade não é apenas de curto prazo, é de médio e longo prazo também, e essa visão compete normalmente ao poder nacional e sobretudo local. O poder local pode defender o médio prazo.

Mas também é evidente que pode haver o engenho e a arte ao nível do poder local, de criar projectos que possam interessar aos investidores em particular e às cidades tentando conciliar interesses e lógicas. Talvez esteja aqui o segredo para a realização e captação de investimentos em torno de projectos em que todos ganhem. O poder local pode, na minha opinião, exercer uma liderança com iniciativa que aposte na realização de projectos com capitais mistos, com partilha de risco e receitas.

A relação público -privada, parece no entanto sofrer de algumas dificuldades, sobretudo para ultrapassar mentalidades de desconfiança e interesses pouco claros por um lado, a gestão das invejas e influências e até os inimigos "internos", isto é, aquelas a quem "convém" que a teia da burocracia perdure. O complicómetro é a máquina da moedinha. Donde que, um Gabinete de Apoio ao Investidor, não vai interessar a quem mais ganha com a sua ausência!

Por outro lado, penso que era hora de ter um pouco mais de amor próprio nacional e aprendermos colectivamente que os pequenos e médios investimentos de capital português também não são desprezíveis. Temos visto a dificuldade do Dr. Cadilhe em captar "grandes investimentos". Não será altura de acreditarmos em nós, arregaçarmos as mangas, tomarmos o nosso futuro nas mãos e olharmos para o pequeno investimento como um recurso fundamental? Ajudá-lo a que seja estruturado, apoiado em necessidades locais, integrando um plano de desenvolvimento estratégico de uma cidade\região. Não terá chegado a hora da iniciativa partilhada público-privada em que as PME's e a junção de pequenos investidores pode surgir como elã dinamizador do mundo local? Será que isto pode funcionar em Aveiro?

b) A Casa do Chá

É dos espaços que mais "saudades" dá em Aveiro. Tenho "saudades" dele e infelizmente não o posso desfrutar, porque nas tardes soalheiras de fim de semana, quando apetece comprar o jornal e sentir um espaço verde de qualidade, o bar não está aberto.... ou à noite poder transformá-lo num restaurante requintado com música ao vivo, 2/3 músicos da própria orquestra, porque não? Ouvi falar em ordenados em atraso, em dificuldades de pagamentos, de manter as pessoas(músicos) em Aveiro. Não seria esta uma boa possibilidade para re-criar um espaço e ajudar a rentabilização da orquestra e desenvolver a cultura?
É estranho sentir que existem condições para ter um lugar de qualidade e por falta de lembrança, iniciativa ou outra razão que desconheço...não o poder desfrutar. Acredito que é desses pequenos nadas que é feita a qualidade de vida.


quarta-feira, 14 de maio de 2003

Turismo, Parte II



Turismo, Parte II

O meu artigo de opinião sobre o Turismo em Aveiro provocou aceso debate no meu site (sim, por aqui, leiam abaixo textos de Ulisses Pereira, Nuno Terrivel, por exemplo)e por e-mail, tendo algumas pessoas lembrado situações enquanto outras referiram os aspectos mais políticos da questão, tendo em conta os diversos actores: políticos, empresários e o cidadão comum.

A verdade é que nesta análise não nos podemos refugiar no que toca ao cidadão comum: as estradas esburacadas, a sinalização (não só a monumental, muito melhor, mas a de acessibilidades e turística) mas na reforma de mentalidades global nas práticas turísticas – logo igualmente na prática económica.

Se no caso dos centros comerciais, uma das razões do seu sucesso é a adequação às necessidades do seu público, o mesmo se passa no que respeita ao turismo. Por isso, na mesma lógica que motivou o meu texto – alguns restaurantes de características turísticas fecharem a um dos melhores dias, também o comércio deve ser adaptado. Eu reparei que alguns dos comerciantes que no Público lamentavam a possível queda do Beira-Mar na segunda divisão e falavam na descida da oferta e potencialidade económica nem sequer tinham as suas lojas abertas ao domingo!

Outros pormenores como este passam pela capacidade de entendimento dos interesses dos visitantes, na procura de ofertas dinamizadoras e motivadoras e na forma como se consegue agarrar o tecido económico e a população para a importância turística.

Para isso, as Câmaras têm que demonstrar vontade de conversar sobre esse assunto, os respectivos vereadores devem estar interligados num fórum que não existe, etc, etc...

Aveiro corre seriamente o risco de ficar soterrada num espírito de crescimento não respeitador da história e do património existente, numa voragem que mostra o pouco de bom que temos como uma mera ilha no meio de um mar tempestuoso e não como algo integrador de uma estratégia e de uma paisagem urbana e rural coerente.

E se continuarmos a atrasar este pensamento, mais atrasado ficamos, menos conseguimos avançar e mais conseguimos destruir.





Muito embora este texto também esteja disponivel no meu Info.id a pertinencia do mesmo fez com que achass correcto colocá-lo aqui!

Finalmente há um site da Câmara Municipal de Aveiro, entidade esta que parecia uma troglodita da Idade da Pedra na era da tecnologia. E o primeiro olhar por http://www.cm-aveiro.pt deu-me para escrever quatro pensamentos. Duas alegrias, uma desilusão e uma esperança, que é ao mesmo tempo um desafio.

A primeira alegria passa, desde logo, pela existência do site. Finalmente a Câmara de Aveiro mostra-se ao mundo e mantém um site que espero que seja uma ferramenta de trabalho e não um mero mostruário de textos legais e com formulários verdadeiramente electrónicos – já passámos a fase do “Download”, não acham?

A segunda alegria, por alguns dos serviços e informações já existentes, nomeadamente a questão do mapa interactivo (saúda-se embora pudesse estar melhor) e as actas de reunião de Câmara desde 1993 – espera-se que com melhor sistema de pesquisa). Também alguns documentos já em discussão pública – muito embora o sistema de abertura em janela seja complicado - é de aplaudir!

A desilusão, que é ao mesmo tempo uma esperança, prende-se com a questão do actual site ser ainda um esqueleto. Um esqueleto com ossos que o potenciam como forte – claro que com pequenas mazelas – mas ainda sem os músculos que o tempo de espera poderia prever... Há já algum material inserido e há, segundo a vereadora e mãe do site Lusitana Fonseca, 28 editores para mais inserir. Isso é bom, espero é que também haja um supereditor... Caso contrário...

A esperança, é que alguns dos erros já notados – campos de pesquisa melhores, algumas exigências descabidas, informação veiculada com algum desiquilibro, seja melhorada e, principalmente, mantida... e que mais serviços floresçam, num espaço que deve ser de participação pública e não de glorificação política.

terça-feira, 13 de maio de 2003

E mais turismo!



Ulisses Pereira, presidente da concelhia do PSD parece que tornou-se um grande adepto desta página e comentou igualmente a questão turistica! Gostava de ouvir outros sobre o mesmo assunto... por isso, cheguem-se à frente! Opinião não mata e contaria ouvir o meu amigo António Salavessa e Miguel Capão Filipe sobre o assunto, para além de outros...

"Gostaria de expressar a minha total concordância com o conteúdo deste texto do Nuno Terrível. Aliás, na mesma linha de algumas intervenções públicas da minha companheira de Comissão Política, Susana Esteves, com formação específica na área do Turismo, obtida na Universidade de Aveiro. Seria interessante reflectirmos sobre quem foi o principal responsável pela renovação da confiança no dream team! E quem liderou a Associação de Municípios da Ria entre 1997 e princípios de 2002? E que projectos na área turística foram por ela desenvolvidos nesse mesmo período de tempo. Embora o Turismo não esteja directamente referenciado nas áreas de actuação a desenvolver pela AMRia, provavelmente pela existência de uma Região de Turismo, a “Rota da Luz”, pensamos que seria importante construir uma nova visão, partilhada e orientadora, suportada por uma estratégia de desenvolvimento local e regional, que valorizasse devidamente o património natural e cultural, e que rompesse os constrangimentos presentemente sentidos no investimento e na promoção do Turismo nesta zona.

Também na área do Turismo, o que está a acontecer é que os projectos devem incluir as próprias dinâmicas territoriais de investimento, e isso não tem acontecido na Região da Ria de Aveiro.

Sendo nossa convicção que terá de haver uma lógica supra-municipal no planeamento e nas acções a desenvolver, que melhor área territorial que a da AMRia, para que se possa colocar um desafio com estas características?

Desafio que será mobilizador, estamos certos, mas que terá de ser suportado por uma atitude não paroquial dos responsáveis autárquicos, esbatendo desejos de protagonismo pessoal ou partidário, e enfatizando os interesses comuns que naturalmente são muitos.

É um tema por qual me interessei, tendo inclusivamente sido objecto de um trabalho no âmbito do Mestrado que estou a concluir. Esse trabalho (numa matéria leccionada pelo Prof. Carlos Costa), propunha uma "Metodologia para uma Candidatura ao PITER no âmbito da AMRIA". Por esse conhecimento, percebo perfeitamente a importância e pertinência daquilo que o Nuno Terrível afirma.

Ulisses Pereira (pai)"



quinta-feira, 8 de maio de 2003

Não tendo refêrencias a Aveiro...



Não quero deixar de referir a vergonha que está a ser o caso Fátima Felgueiras.
Alguém que tem possibilidades de nacionalidade brasileira, além que estava com um processo daqueles, não tinha outro tipo de medida de coacção... O mais curioso é a questão de até termos novos meios - pulseira electrónica - mas os juízes não os decretarem...


Turismo aquece...



Nuno Terrivel, um dos agentes de mudança desta cidade, não resistiu a abordar uma área onde já exerceu: o turismo...
"Olá João, cá vão, mais uma vez, as felicitações pela iniciativa do fórum de discussão sobre a nossa cidade! Ter, praticar e motivar a consciência crítica sobre o mundo que nos rodeia é o mínimo que podemos fazer nesta “sociedade de informação” .

De facto não resisto a comentar o tema “Turismo” na cidade de Aveiro. Não só porque já tive ligado profissionalmente a esta actividade mas também na qualidade de cidadão e também “turista” aos fins de semana! Em relação as lógicas “esquisitas”, como referiste, de desenvolvimento turístico em Aveiro deixem-me acrescentar algumas “achas” para a entropia da questão:
1) Não existe, nem nunca existiu, na nossa região de turismo (Rota da Luz) um instrumento formal de planeamento, banal noutras áreas do país, que se chama “Plano de Desenvolvimento Turístico” – que não é mais do que um conjunto de, políticas e iniciativas estratégicas que visam, de uma forma sustentada, integrada e participada, perspectivar o desenvolvimento da actividade turística regional tornando-a competitiva na conjuntura actual e futura.
2) Hoje e sempre (mas nunca “amén”) a definição de estratégias de desenvolvimento turístico na nossa região (se é que as houve de facto!) tiveram como base um estudo sobre o perfil do visitante, desactualizado, não representativo, com o qual um aluno do 3º ano da faculdade teria um chumbo certo se ousasse defender a sua metodologia.
3) Existem na nossa região diversas agências de desenvolvimento regional que beneficiam de meios de financiamento, entre outros, da CCRN e CCRC (comissões de coordenação da região Norte e Centro – min. da economia) que possibilitam o investimento em variadíssimos projectos de intervenção ao nível turístico (ex. ADReDV e ADRIMAG) e que constituem um verdadeiro motor da dinâmica de desenvolvimento local. Quantas vezes é que estas agências tiveram a co-operação da Rota da Luz? Ou foram integradas para o que quer que fosse? Enquanto estive no “meio”, nunca!
4) Qual foi e o que tem sido o trabalho desenvolvido a este nível pela AMRIA (associação dos municípios da ria)? Ousando ser pretensioso: eu! não conheço e vocês?

Bom e fico por aqui não querendo entrar pelo comentário ao “dream team” que gere os destinos da “Rota da Luz”! Lamento que esta região não tenha um posicionamento forte no panorama turístico nacional e internacional, ainda possível apesar dos “desastres” no urbanismo e dos “pontapés” na ecologia! Até breve

quarta-feira, 7 de maio de 2003



O nosso colega Gilberto Vasco mandou um comentário que merece o devido destaque:
Pois é João. Este marasmo dominical de Aveiro já é uma tradição de longa data. E a tradição vem do tempo em que as pessoas de Aveiro aproveitavam o fim-de-semana, em particular o Domingo, para demandar outras paragens. Os aveirenses que me perdoem mas esta cidade ao Domingo era um convite à depressão. Os infelizes que por cá ficavam tinham que vaguear pelas ruas à procura de um café aberto onde se pudesse enganar a fome. Agora, na época pós Forum, tudo se concentra em redor deste umbigo da cidade num frenesim de romarias. Como resultado, apetece ainda mais aquele restaurante com esplanada e vista para o mar ou para a ria ou para qualquer coisa...onde não tenhamos que suportar os gritos das criancinhas e das avós a gritar com elas e das tias a gritar com as avós e das mães a gritar com as tias... Enquanto esses lugares não aparecem, permitam-me uma sugestão: é em Sever do Vouga, mais precisamente no Poço de S. Tiago. A vista é excepcional, ficando mesmo em frente à antiga ponte de caminho de ferro sobre o Vouga. A qualidade da comida é óptima e no final podemos ainda cumprimentar as galinhas que puseram os ovos com que foi feito o nosso leite creme.

É caso para exigir: Caro Gilberto dá-nos morada e número de telefone com urgência!

Turismo em Aveiro?



O passado fim de semana foi “Dia da Mãe”. Mesmo considerando que é mais um evento comercial do que outra coisa, é mais uma boa razão para estarmos com as nossas mães, ter mais tempo para elas e passar uma tarde calma em família.

Devido a esse dia, resolvi, em família, ir almoçar fora. Num local “turístico”, bonito e com qualidade. Comecei a fazer a ronda e, acreditem, penso agora que devia ter olhado para os guias turísticos.

A verdade é que os primeiros espaços que escolhi estão em qualquer guia de Aveiro. Queria aproveitar para ver o “lago” no Olaria, a “IP5” no Sal Poente ou um magnífico peixe na “Barca”. Queria, é verdade, porque não pude. Estão todos fechados ao domingo.

Pensei que não haveria público suficiente. Pois, mas até nisso a verdade e a realidade dão respostas à altura. Passei pelo “Cagaréu” e ele estava à cunha. O “Telheiro” teria umas quinze pessoas na rua, à espera de mesa. Felizmente, a “Travessa do Peixinho” tinha duas mesas livres...

E depois digam que há crise, que os empresários não são apoiados e que há pouco dinheiro, etc, etc... Será que há realidades diferentes?
Acredito que os empresários podem verificar os seus balanços e definir que o domingo é o melhor dia para fecharem mas parece um contrasenso que restaurantes considerados turísticos procedam desta maneira. Aveiro não quer ser uma cidade-concelho turístico? Aveiro quer ter turistas de pé descalço? Aveiro quer ter turistas internos e externos que apenas passem por cá umas horas e depois demandem a outras terras?

Mas há mais lógicas esquisitas. Em todo o distrito – e poderei estar a falhar mas não por muito – devo ter um ou dois restaurantes com qualidade e pratos regionais onde seja possível almoçar com vista para o mar sem ter um vidro à frente. Será que há uma lógica turística em Aveiro? Lá voltamos à questão da estratégia e das lógicas de desenvolvimento com apostas em sectores...

Eu sei que muitas outras matérias poderiam ser tratadas nesta crónica. Por isso, mantenham-se atentos a http://aveirolx.blogspot.com. Poderia ter falado da SIMRIA, do trânsito...



domingo, 4 de maio de 2003

Outro blog



O Rui Baptista (jornalista do Público) e os seus "insuspeitos" - da equipa dos "Os Suspeitos do Costume" programa da Aveiro FM - colegas criaram um blog muito curioso, residente igualmente no mesmo sistema deste, Blogger, com o endereço http://suspeitosdocostume.blogspot.com.

Vale a pena passar por lá, sem dúvida, tornando-se este dois blogs complementos interessantes da falta de polemistas em Aveiro. Só queria corrigir, caro Rui, que por motivos profissionais. interrompi a minha actividade de jornalista. Ser assessor de imprensa da UMIC impediu-me de continuar essa actividade na "A Capital" e as colaborações para o Campeão das Provincias. Ms continuo a sentir o espírito de verdade e de seriedade que me levou a ser jornalista.

Receita diária para saber algo sobre política: passar pelos "suspeitos" e por aqui!



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