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segunda-feira, 31 de março de 2003

Estádio e Hospital



(esta peça é Web only podendo, como qualquer uma das outras, ser comentada... Aliás, aguardam-se comentários das partes envolvidas)
Vamos a factos.
O Diário de Aveiro de hoje e o Noticias de Aveiro referem ambos que a Câmara Municipal de Aveiro já tem uma localização para o Hospital. Curioso. Curioso falarem nisso e e o DA dar-lhe destaque quando eu (enquanto jornalista do Litoral) e todos os outros órgãos de comunicação social na altura referiram esta localização. Falo de uma das assembleias mais polémicas dos últimos anos, em que foi possibilitada a presença e as afirmações de Rui Brito para algo que agora foi denunciado.

Nessa assembleia geral, sob pressão de uma data para entrega de candidatura comunitária, Rui Brito - que conseguiu intervir fora de todas as regras - e a Câmara quase que "obrigaram" a Assembleia a aprovar o protocolo de cedência das instalações dos antigos Armazéns Gerais, com a alegria da Junta de Freguesia de São Bernardo, que ficaria com espaço para as associações culturais da freguesia. E a habitação social (e não só) pois existiriam terrenos para vender...
O CDS, que pugnava pelo novo Hospital não teve a mínima hipotese.
Como se mudam os tempos - leia-se a situação política, financeira, administrações - e as vontades. Agora o Hospital Distrital de Aveiro tem outro administrador (não PS), a Câmara Municipal de Aveiro diz que tem um espaço no PDM definido e o que quer é ganhar dinheiro com os terrenos.

Para comentar!

quarta-feira, 26 de março de 2003



Ja repararam que o Festival que se irá realizar nas Dunas de São Jacinto está a tornar-se um Festival de Mortos-Vivos... Depois de uns Doors agora INXS. Isto é, bandas que já não têm os seus mais conhecidos elementos, que estiveram mortas e enterradas e que querem ganhar uns tostões. Será que não conseguem ir buscar bandas interessantes, que estejam no auge?
Para isso mais vale as Piedras Rolantes... Rolling Stones!


terça-feira, 25 de março de 2003

A vitória

Alberto Souto de Miranda ganhou as eleições para a Federação Distrital de Aveiro do Partido Socialista. Por cerca de 10 por cento. Duzentos votos em pouco mais de dois mil. É um número significativo para quem se inscreveu no PS depois da derrota de 17 de Março. E tem significados curiosos.

Em primeiro lugar, há que confirmar que a vitória é claramente dos descontentes de José Mota. Nas últimas eleições já tinha ficado demonstrado que um conjunto de personalidades estava claramente contra José Mota e o problema agora agravou-se. Duas ou três concelhias são mais do que suficientes para dar esta diferença de votos. Devido a isso, a vitória de Alberto Souto demonstra algo: o PS distrital está dividido, a campanha não ajudou a nenhuma união, pelo contrário e pelo meio, há outras feridas...

Para o governo autárquico camarário, Alberto Souto já não pode contar com a sua independência. A partir de agora está comprometido com estratégias partidárias nacionais e com posições distritais. Para além disso, Alberto Souto perdeu, no caminho, um braço direito importante – Gonçalo Fonseca.
Alguém, do círculo próximo, vai ter que desbloquear contactos, estabelecer as pontes que um adjunto político com o perfil de Gonçalo Fonseca tinha. E para um autarca que desde sempre se tem rodeado de poucas ou nenhumas pessoas – deixando cair alguns, como José Gonçalves – e mantendo outros como Miguel Lemos, vamos ver como as coisas se resolvem...

Entretanto, como é que fica a situação distrital e concelhia? Bem, esquecendo a estrutura não personificada dos comunistas, que devido ao método de Hondt dificilmente terão direito a mais do que alguns elementos de uma ou outra assembleia de freguesia – pois em deputados ainda mais difícl é – e Bloco de Esquerda, há um confronto curioso.

A nível distrital, Ribau Esteves e Alberto Souto darão espectáculo. Ao primeiro, convém manter uma estrutura sólida, um bom relacionamento com os deputados e a quantidade de câmaras conquistadas. De Alberto Souto já referi atrás mas a condicionante é óbvia: manter ou ganhar é a única missão. António Pinho, remetido ao papel de CDS terá que apaziguar as suas hostes e evitar as feridas abertas contra o PSD devido à derrocada das últimas autárquicas.

No concelho, as coisas estão mais “esquisitas”. Filipe Neto Brandão e Ulisses Pereira estão em posição diferente, tal como Miguel Capão Filipe. Enquanto este último comanda uma superestrutura sem equipa, Ulisses Pereira tem a vida mais facilitada – no passado, o PSD era um partido que não sabia criticar e não tinha maneira de o fazer – mas terá que claramente se definir em relação aos seus vereadores na Câmara. Não parecem faces da mesma moeda... Já Filipe Neto Brandão terá em mente aquilo que todos têm: o seu “seguro de vida” Alberto Souto na Câmara em 2005? Ou não? Da derrota à vitória vai a mesma distância que o inverso.

terça-feira, 18 de março de 2003

Pequenas coisas

Caro Ribau Esteves, porque não dá uma ajuda à Associação dos Amigos da Ria e do Barco Moliceiro e à sua empresa de inserção? Basta estipular que, por ano, cada autarquia da Associação de Municípios da Ria adquira um barco moliceiro. São cerca de 10000 euros, ou perto disso e mantém uma actividade meritória, dá vida à laguna e as populações e o turismo agradece!

Pois, é que a mesma empresa já não vai contar com a iniciativa da Câmara de Aveiro, que desde 1998 – ou melhor, nesse ano – garantiu a aquisição de 25 embarcações. Ora, como desde 1998 a 2002 saíram seis, que não estão autorizados a navegar pelo Instituto Marítimo-Portuário num processo esquisito – a média não é simpática e tínhamos que esperar até 2010 por todos. Mas como Alberto Souto afirmou em recente reunião de Câmara que o ritmo vai abrandar…

A mesma reunião de Câmara, a avaliar pelos jornalistas, deve ter sido uma sucessão de “mea culpa”. Não é que foi dito (e transcrito por Júlio Almeida) que “Quanto ao ferry-boat adquirido pelo município, continuam as negociações com a Administração Portuária de Aveiro (APA) para a criação de um cais no terminal comercial. "Entendemos que a solução proposta é compatível com a actividade portuária e não implica grandes obras", disse Alberto Souto. O autarca espera ainda um acordo, apesar da APA já ter dado a entender que não poderia ceder o espaço em causa”.

Isto significa uma coisa: Alberto Souto adquiriu um ferry-boat sem prever o espaço onde ele vai atracar? Significa que o mesmo barco poderá estar seis/um ano/até a Câmara pagar parado enquanto se esgrimem opiniões sobre a localização, a empresa que faz as obras, o cais.

Ao mesmo tempo, os habitantes de São Jacinto, que estão à espera do estudo da “ponte” vão ter que voltar ao antigamente, pois supostamente as lanchas de transporte de passageiros provocam problemas nas margens da ria e por isso… autocarro para o Forte da Barra … Sem comentários. Tudo isto já mete água e nem precisei falar do uso industrial para os terrenos dos actuais estaleiros navais e outros que lá se instalem num espaço onde parece que cabe tudo…


Para finalizar, e numa altura em que se fala em guerra – ou já se pratica pois tudo pode ficar desactualizado em horas, quanto mais em dias - queria lembrar a magnífica ferramenta que têm à vossa frente. Com efeito, a Internet continua a ser algo de fundamental para a informação – ao contrário de certos pensadores. Por isso, não se esqueçam de dar uma olhada para os vossos computadores se acharem que as explicações da televisão não o são ou se querem saber mais para além do óbvio

quinta-feira, 13 de março de 2003

Especial - Basket e Finanças

Escrevo esta nota especial, apenas disponivel na web - não será publicada no Campeão das Provincias para suscitar um certo debate entre vós perante as duas mais recentes noticias politicas em Aveiro, que embora não pecando pela "novidade" demonstrando ou deixam a entender algo...

Em concreto, refiro-me à decisão de Gonçalo Fonseca, caro colega da mailing-list associada a este weblog, de demitir-se da assessoria camarária que vinha desenvolvendo junto da C.M.Aveiro desde 1998. Com efeito, esta saída, que tentei esclarecer durante os últimos dois dias, só pode demonstrar duas coisas: uma aposta pessoal - que eu não acredito - ou o desfazer de uma relação pessoal motivada pelo constante desgaste de Gonçalo Fonseca (por causa da Aveiro Basket) e porventura, pelas eleições para o PS distrital.

Gostava que comentassem este assunto, estando este espaço disponível para receber um texto do Gonçalo ou de qualquer um dos outros subscritores.

O segundo assunto prende-se com o financiamento para o estádio e com as queixas - políticas - sobre o IC1, proferidas por Alberto Souto.

Como outras coisas que serão tema de uma próxima crónica, Alberto Souto garante que tudo está próximo de estar resolvido: só que nem o Beira-Mar assinou o protocolo, nem, segundo algumas informações, os terrenos expropriados estão todos pagos - isto não confirmo nem a situação de lease-back e os empréstimos estão completamente terminados. E a situação financeira da Câmara agrava-se...
Esperam-se comentários!

terça-feira, 11 de março de 2003

A questão financeira

Escrevo no dia em que Isaltino de Morais, Ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente (note-se a ordem…) dizia aos microfones de uma rádio que a questão da qualidade e do desenvolvimento de uma cidade deviam ter em conta factores muito importantes de meio ambiente e qualidade de vida. Na mesma entrevista, lembrava um conjunto de questões que poderiam alterar o “governo” das cidades e muitas… mesmo muitas, referiam a questão financeira.

A verdade é que Alberto Souto, em Aveiro, também se vem queixando do mesmo: falta de dinheiro e a questão económica. O mesmo dizem os seus fornecedores, ou pelo menos os que tiveram coragem para se tornarem fornecedores da Câmara de Aveiro nestes últimos tempos. Queixa-se Alberto Souto da crise económica, queixa-se do Governo – ele agora já não é independente, é candidato à distrital do PS – e lembra que as finanças da Câmara estão dependentes de questões ligadas à construção – sisas, derramas, etc, taxas e mais taxas.

Infelizmente é verdade. Infelizmente devem os eleitores saber que quando se queixam de construções a mais em Aveiro, de prédios mais altos, o problema é uma questão financeira. Significou que a Câmara de Aveiro quis construir algo e que por isso há que ter verbas…

Claro que o cidadão que não dá conta das verbas camarárias deve olhar para a cidade e lembrar-se dos investimentos feitos, das verbas atribuídas, das apostas em determinado sector/espaço. E tirar as suas conclusões.

Sem dúvida que a Câmara de Aveiro está em dificuldades. A SAD Aveiro Basket já teve que tomar uma decisão corajosa para não obrigar o seu principal accionista (a própria Câmara) a colocar ainda mais dinheiro no final do ano). Já a ACASA, uma entidade que dá assistência médica e social a funcionários autárquicos, não pode fazer o mesmo. Tem que esperar que a Câmara pague aquilo que deve.

As casas de habitação social, as freguesias no geral e as suas infraestruturas básicas sofrem do mesmo problema. O dinheiro não chega para tudo. Não chega para o Estádio, não chega para as apostas que se fazem e para as obras na cidade. Não chega para os fornecedores, como o PCP vem dizendo desde há muito…

Para finalizar esta semana, convém referir um último pormenor. É que os “arrumadores” de Aveiro, ou melhor, eu gostava de corrigir, os sem-abrigo de Aveiro não são muitos. Acho que não precisavam de uma conferência de imprensa. Acho que Marília Martins, uma lufada de ar fresco na Câmara, não precisava de mostrar que faz. Com a quantidade de entidades ligadas ao apoio social, devia resolver o assunto. Sabe que a preocupação é de muitos…

PS - Só uma última nota: segundo o calendário do Euro'2004, o estádio de Aveiro vai receber dois jogos, sendo que nesses dois jogos, há uma equipa
que repete o Estádio: a menos cotada do grupo... Um jogo contra o cabeça de série do grupo e outro com a terceira equipa ... Grandes jogos, sem dúvida!

segunda-feira, 3 de março de 2003

Aveiro e o basquetebol

Aveiro é a capital do basquetebol.

Foi com esta “imagem de marca” que passei a minha infância, a minha adolescência. Pequenas diferenças, um pouco por todo o lado, davam brilho a essa designação: tabelas de basquetebol um pouco por todo o lado, professores de Educação Física que eram treinadores das melhores equipas nacionais, e muitas equipas da nossa região na divisão maior do basquetebol nacional – com a Ovarense a chegar mesmo ao título de campeã nacional.

Quando começou a competição profissional de basquetebol pensei que esse poderio poderia ser ampliado. Ao contrário, por percalços e deslizes, uns políticos, outros nem por isso, o poderio só tem sido esvaziado.

O processo do Aveiro Basket começou, infelizmente, mal desde o início e não melhorou nada com os patrocínios “políticos” que teve e que não conseguiram mostrar que este era um projecto com futuro. No início o divórcio entre as partes que o constituíram também era notório e o ramalhete conjunto não ajudava. Por fim, algumas forças externas que nunca gostaram do projecto tal como ele estava ajudavam ainda mais este projecto a não vingar.

A decisão de “alerta para a crise” desencadeada esta semana pelo Aveiro Basket esperemos que não irá perigar a situação de direito desportivo. Dois jogadores irão para já sair e outros possivelmente irão pelo mesmo caminho. Seis meses para revigorar o projecto serão suficientes? Penso que Gonçalo Fonseca tem algumas condições para dar a volta por cima mas deve estar desgastado pelo modo como certas coisas se passam…

Um projecto como o da Aveiro Basket - ou de outro tipo – poderá ser possível se tivermos a consciência do que queremos para Aveiro, um dos temas recorrentes das minhas crónicas. Parabéns, para já, aos aveirense “Oliveira e Irmão” pelo apoio que dão à equipa.

Quem gosta de basquetebol não se poderia esquecer nunca dos “derbies” citadinos entre Beira-Mar e Esgueira, a saudável rivalidade dos jogos entre Illiabum e o Beira-Mar. Jogos de pavilhão cheio, gritos de incentivo do princípio ao fim, promessas de “vingança” na próxima jornada. Será que isso acabou? Ou acabaram as equipas?

Aveiro, que tem um problema por resolver com o futebol da cidade, deve resolver a bem o assunto basquetebol: por favor, sem fusões… até com outras divisões… mas a bem. Nunca com decisões de afastar quem está no basquetebol porque gosta.

Uma pequena nota de rodapé: quem escreve, sem dúvida, que o faz por duas por três razões. Ou tem uma estratégia superior, maquiavélica quem sabe, ou decide que tem o direito à indignação ou, por fim, escreve sobre um assunto algo que lhe interessa. Felizmente para nós, simples seres humanos, não são somente os académicos que deslizam a sua pena sobre o papel. Felizmente para nós, meros cidadãos, não são apenas os detentores da verdade absoluta pois esses raramente nos contam as verdadeiras motivações por detrás das supostas “óptimas” decisões…
Felizmente vivemos em sociedade. Mas é claro que certos decisores deviam saber sobre o qual falam…

jmo@esoterica.pt

As crónicas estão disponíveis em http://aveirolx.blogspot.com Leiam e comentem!
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