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quinta-feira, 19 de julho de 2007

Os partidos e os independentes

Muito se tem discutido o fenómeno dos independentes nas últimas eleições autárquicas. O assunto foi repescado a propósito das candidaturas de Carmona Rodrigues e Helena Roseta à CM de Lisboa.
Não pretendo aqui dissecar as diferentes motivações que podem estar na origem das candidaturas independentes ou as razões que concorrem para o seu notório sucesso eleitoral.

Não sou miltante de nenhum partido apesar de já ter sido desafiado por amigos das quatro juventudes partidárias mais representativas. Acontece, porém, que nunca senti aquele impulso determinante para se tomar uma decisão deste nível. Note-se, no entanto, que tal não se fica a dever a nenhuma indefinição ideológica da minha parte. Como qualquer pessoa, tenho os meus ideais e as minhas convicções e não teria dificuldades em integrar-me. Contudo, não gosto de algo que, admito, sem conhecer bem, conheço o suficiente para repugnar: os vulgarmente designados «aparelhos partidários» e os seus «jogos de poder».

Não tenho dúvidas que muitos dos votos conquistados por candidatos independentes em várias autarquias do país são, acima de tudo, votos de protesto em relação aos partidos. Não quero, ainda assim, alinhar-me pelo discurso fundamentalista anti-partidário, mas, ao assistir às "guerrilhas" internas pelo poder em determinados partidos, compreendo perfeitamente o pensamento dos eleitores.

O que se passou em relação à autarquia aveirense na semana passada com o líder de uma concelhia partidária a substitur-se aos membros do executivo; os ataques internos do PSD a Marques Mendes por este não ter pactuado com o clima de suspeição que a autarquia liderada por Carmona Rodrigues já não conseguia esconder, ou, ainda, a manipulação dos idosos de uma série de localidades do norte por parte do PS nos festejos de António Costa em Lisboa, são apenas exemplos que reforçam o meu actual desgosto pela lógica de actuação dos partidos.

4 comentários:

  1. "já ter sido desafiado por amigos das quatro juventudes partidárias mais representativas"...
    Das quatro?
    Tanto pelos jotas do CDS como pelo PC?
    Vai-me desculpar mas isso não abona nada a seu favor.
    Só um cidadão amorfo é que pode ser objecto de convites tão díspares...

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  2. Entenda como quiser...

    Foram convites/desafios em momentos diferentes da minha ainda curta vida.

    Gostei dessa do "cidadão amorfo". Deve ser isso...

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  3. Por acaso nao concordo com a ideia dos votos nos independentes serem votos de protesto em relacao aos partidos, especialmente quando estamos a falar de eleicoes para as camaras. É certo que deve haver votos assim mas os votos nos independentes devem surgir pq para uma camara o mais importante e' a pessoa a frente da dita e nao um qq partido. Enquanto que os votos de contestacao sao tipicamnte dados aos partidos pequenos pela sua irreverencia.

    É certo que isto so pode acontecer com pessoas realmetne conhecidas ... em Aveiro se o actual presidente se tivesse candidatado como independente duvido que estivesse onde esta ... por outro lado o Souto nao ganhou pela sua atitude pessoal ... nem foi o ps que perdeu foi o souto:)

    De qualquer maneira concordo consigo relativamente aos aparelho e jogos partidarios! estao a destruir os partidos! e a fomentar o aparecimento de independentes seja isso bom ou nao pode ser o inicio de um salutar refrescar da nossa democracia cada vez menos participativa ...

    Já agora so um pensamento ... acusam o bom tempo pela abstencao em lisboa... mas o cavaco ganhou uma das sua eleicoes com 20% de abstencao ja no verao... curioso !

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  4. Ja agora um comentario ao primeiro comentario deste post... o amorfo nao é o Nuno... os amorfos sao as jotas!!! as jotas e' que andam constantemente a pescar ppl p as suas fileiras e a prometer de tudo a todos... mas isso devo ser so eu..

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