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terça-feira, 25 de fevereiro de 2003

Praias

No passado fim de semana fui, como por vezes me apetece, passar um bocado de tempo às praias da Barra e da Costa Nova. Iniciei a minha caminhada perto do farol, depois voltei à estrada, estive na Costa Nova e deliciei-me com o mar revolto, as ondas brancas como flocos de neve e a areia, relativamente limpa. Mais do que tudo isso, impressionou-me a aposta que os dinheiros comunitários e municipais conseguiram: o projecto de passadiço contínuo está a avançar a olhos vistos e dá gosto caminhar, correr até, pelas travessas de madeira. Não sei se o olhar mágico que tive deste fim de semana não se perderá durante o Verão, mas sem dúvida que as praias estão mais bonitas, mais interessantes.

Claro que falta muito e não será preciso um viajante ocasional para o dizer ao Eng. Ribau Esteves. É necessário mais apoio – casas limpas, infraestruturas básicas – a coragem da destruição de dois ou três mamarachos e uma correcta definição do que se pretende para cada uma das praias do concelho.

Noutro pólo de desenvolvimento temos S. Jacinto. Uma freguesia “perdida”, com custos de insularidade por vezes não cobertos pela Câmara de Aveiro mas que merece outras oportunidades. Merece aposta, merece vida e também merece outras visões. Claro que, é uma terra que terá sempre um estigma: aquilo que as suas populações por vezes defendem poderá não ser consentâneo com o bem comum e público, uma situação que gera sempre conflitos e problemas graves.

A freguesia de São Jacinto merece a minha maior consideração. As suas apostas estratégicas devem ser as suas pessoas, as suas características únicas, como a ainda existência de um espaço militar – com crescente perda de influência, é certo – mas igualmente a criação de condições para que os seus cidadãos possam usufruir de uma vida digna. Se para isso, for necessário socorrermo-nos de protocolos ou decisões sábias, porque não?

Só tenha pena de algo: que São Jacinto não tenha aproveitado um projecto de qualidade – apoiado com largos fundos da freguesia – que a iria tornar num centro de estágio de reconhecimento internacional. Mas muitas vezes, a visão tacanha de certos projectos faz pensar que aquilo que é necessário são estradas e mais estradas e não infraestruturas de qualidade...

Investimentos não têm existido. Casas, essas pupulam por quem conhece o local. A praia tem algum abandono... Claro que para alguns, São Jacinto é meramente um lugar para um espectáculo festivaleiro onde a Câmara irá gastar alguns fundos – e fazer a limpeza... onde a freguesia não vai aguentar a quantidade de pessoas que irá receber! Claro que vai ter publicidade... pois...

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João Oliveira

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