Socializar é fundamental. Em especial quando nos permite desenvolver o pensamento e afinar as ideias que se vão desenvolvendo no dia-a-dia. Permite alimentar dúvidas metódicas, tirar certezas insofismáveis e criar ferramentas esclarecedoras dependendo da qualidades dos parceiros com que conversamos.
Este interlúdio permite marcar o ponto de situação sobre Aveiro. Sobre esta cidade mas também sobre uma região e uma lógica de criação/utilização de recursos públicos que predomina.
Olhar para Aveiro-capital é também premissa essencial para compreender a cidade. Claro que para isso temos que partir da ideia que existe o objectivo de continuar a fazer de Aveiro a “Capital” de uma região com uma multiplicitude de espaços e de funções. Só que para isso existe uma lógica de região, mais do que uma lógica de espaços agregados e definidos por concelhos. Os autarcas, os eleitos pelas Assembleias e os cidadãos que os elegeram necessitam de pensar mais do que a expansão do seu concelho. Algo que não lhes dá voto, é certo, mas a utopia que fizeram algo de melhor para todos.
A questão estratégica de cada concelho é, assim, não só a necessidade de ver os seus recursos, a sua posição no todo como, a meu entender, a necessidade de ver o seu PAPEL nesse todo. Optar, fazer apostas – aquelas matérias que mais do que votos, custam votos e dinheiro – mas que são fundamentais para ser excelência.
Claro que há outra possibilidade: dar-se a todas as áreas fundamentais o mesmo e elas e os seus agentes, organicamente, decidem aquilo que pretendem fazer, nascem, morrem... é outra estratégia, tão válida como qualquer outra mas que aniquila, com clareza, aquilo que cada região tem de bom.
No que respeita a uma cidade-concelho como Aveiro, é importante referir tanto aquilo que é como aquilo que pretende ser. Aquilo que pretende mostrar ao mundo, aquilo que é capaz de dar vida. Algo que não entendo e que demonstra uma visão completamente diferente da minha é, essencialmente, uma coisa: ter algo só para mostrar que se tem, sem definições – fui contra alguns dos projectos que já não existem exactamente por isso...
Antes de falar no futuro – para esse dedicarei o próximo artigo – gostava de falar nas direcções que estamos a caminhar. Em termos de cidade, avança-se de forma decisiva para a conquista de espaços soltos – Agras do Norte, Barrocas, Plano do Centro, 109 e continuação da Avenida Dr. Lourenço Peixinho irão avançar por todos os espaços livres de contrução dentro dos chamados limites históricos (109 e Mar). Em termos de tecido associativo, a situação é como é: uma A.I.D.A. que tem o mesmo problema de Aveiro face ao Porto (falta de peso), uma A.C.A. que, ao contrário dos seus associados e a exemplo da confederação do comércio, não sabe muito bem o que deve ser, e um conjunto de entidades com peso muito relativo: Misericórdia, entidades com ligação à Igreja, Rotários, Lions e algumas associações culturais, umas mais vivas do que as outras. Isto sem falar no desporto em que com excepção dos jogos grandes, o Mário Duarte não enche, as colectividades amadoras estão a lutar com dificuldades e vão tentando sobreviver. E só estou a falar da cidade...
PS – A intempérie estragou o relógio do Polis. Esperemos que seja apenas o relógio a estar atrasado...
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João Oliveira