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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2004

Arselio Martins fala sobre o aborto...



Arsélio Martins, do blog "O Lado Esquerdo" teve a amabilidade de passar por aqui e deixar o seu comentário sobre o caso do aborto. Acho que ele merece mais dignidade do que somente a janela do "Comentar" e por isso aqui o transcrevo, fazendo apelo aos leitores que o comentem.

"É verdade que o caso foi mal conduzido. Aparentemente muitos meios postos à disposição para devassar e atormentar a vida de pessoas frágeis. Toda a gente sabe que sempre pugnei contra a injustiça feita às mulheres de terem sido levadas à barra do tribunal. E também tenho muita dificuldade em lidar com manifestações políticas que interferem com a vida privada das pessoas. Onde ficam as fronteiras entre a indignação colectiva e a luta social pela modificação do que se considera errado e o resguardo devido à vida de cada um? Parece-me mesmo que as televisões acabam por fazer fretes aos dirigentes políticos que sobem a estes palcos.

E convém esclarecer que a coisa é chocante e desproporcionada demais para todos. Assisiti a uma parte do julgamento e um inspector da judiciária não conseguia dizer coisa com coisa, não se lembrava de coisa alguma. E eu penso que não era por falta de memória, mas porque não conseguia lidar com o testemunho sobre as mulheres, o que teria visto, etc.

Tenho a opinião foi feita justiça. Não defendo o "aborto" como método contraceptivo e um julgamento é um julgamento: quem acusa tem de provar, tem de ter força e razão bastantes para produzir prova pública. Não defendo médicos que se aproveitem da fraqueza das leis e das injustiças para ganhar dinheiro. E não me parece que o médico tenha sido inocentado neste processo - só espero que a Ordem tome as medidas mais adequadas e certas (que não sei quais são) face à actividade do médico em causa.

Defender a justiça é uma causa complicada. Resistir à tentação de a julgar em cada caso é defender a justiça.
Não deixarei de ldefender a mudança da lei da IVG, que é o lugar da injustiça e é patrocínio de alguns médicos que podem não o ser. Sei lá."

AM

Concordamos em parte, discordamos em parte. E este é um assunto de liberdade de consciência!

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