No rescaldo de umas europeias em que o uso do multimédia e das novas ferramentas sociais tornou tudo mais fácil (até as reclamações como as de Castanheira do Vouga - sem net não se vota) foi através do Twitter (verificar em www.twitter.com/joliveira) que se ficaram a saber muitas novidades e que se trabalhou em conjunto (por exemplo, para saber quantos votos faltavam para o BE ganhar o terceiro eurodeputado ao PSD) e se comentou muito.
O PSD ganhou e bem. O BE cresceu e ultrapassou a CDU. Esta cresceu e a noite só não foi gloriosa porque foi ultrapassada pelo BE e o CDS derrotou mais uma vez as sondagens e teve um bom resultado. Como imaginam, só o PS é que perdeu as eleições.
A nível local, e sem poder fazer grandes extrapolações, aqui ficam uma análise. Mais 7 mil eleitores potenciais desde 2004 fizeram com que o aumento do número absoluto de votantes não fosse traduzido em percentagem pois embora tenha havido mais 2000 votantes, desceu quase um ponto no número relativo (38,36 por cento).
Em Aveiro e em relação a 2004 (anteriores Eleições Europeias), o PS perdeu quase 4200 votos absolutos (de 9200 para pouco mais de 5000) enquanto que PSD + CDS (que concorreram em coligação tendo na altura obtido 10100 votos ficaram agora com 8900 e 3300 respectivamente o que dá mais de 12000.
A grande diferença vai claramente para o BE - para além de ter derrotado por 7 votos o CDS nas eleições, mais do que duplicou os votos das anteriores Europeias: de 1440 para 3370! - tendo atingido os 13 por cento!
O PCP reforçou a sua votação (mais 500 votos, chegando aos valores do BE em 2004, de 1470) e o MEP teve quase 700 votos, conseguindo 2,6 por cento dos votos e lanaçando-se como a sexta força politica local. Para finalizar, os brancos e nulos duplicaram (1600 brancos agora e quase 500 votos nulos)
Fazendo um exercício de números (e é só um exercício) detecta-se que os votantes do PCP são muito fixos (nestas europeias, com menos 10000 votantes, teve somente menos 100 votos que nas autárquicas) enquanto que o BE triplicou o número de votos (de pouco mais de 1200 para 3600) e eclipsaram-se dois terços dos votantes do PS (desceu de mais de 13000 para 5000). A coligação, que nas autárquicas tinha tido 16000 (em 35 mil votantes) agora tem números semelhantes (12300 em 26000).
Lições, tirem-nas os políticos. Em termos autárquicos, o BE continua sem candidato e por isso pode perder o élan que teve agora. É que não é fácil fixar estes votos sem um candidato de qualidade. O PCP deverá manter a sua votação e o resto, conversamos depois...
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João Oliveira