Páginas
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Sobre a decadência do Jornalismo em Aveiro (III - Final)
Nesta parte final - nada obsta a que não continue a responder às observações efectuadas, - direi os SIM e NÃO que me fazem pensar sobre o jornalismo local, Internet e nacional.
NÃO - Ao contrário do que aqui foi dito, não são os boletim informativos municipais que matam o jornalismo local. Se calhar é a falta de profissionalismo do jornalismo local e da FALTA DE RESPEITO DO GOVERNO pela lei que ele próprio criou que mata os meios de comunicação social. Com efeito, e em números redondos, um boletim informativo municipal custará cerca e 40 mil euros. Ora esse valor no máximo paga dois/três jornalistas. Mas isso se fosse só para um meio de comunicação social... Por outro lado, mal estão os jornalistas e o Boletim Municipal que seja concorrencial com os meios de comunicação social da zona.
Agora a lei que obriga 25 por cento das publicidades do Estado e entidades públicas a ser usada em Meios de Comunicação Social local, isso sim, é que não é cumprido.
NÃO - Pelo mesma ordem de razões, não são os assessores de imprensa e gabinetes de comunicação os culpados pela decadência do jornalismo em Aveiro ou em qualquer lado (salvo graves e gravosas excepções). Como já expliquei numa das respostas a este tema, uma estrutura de comunicação permite dar aos jornalistas aquilo que eles pretendem e também aquilo que eles procuram, visando atingir o interesse mútuo. Visa melhorar, abreviar, facilitar e permitir que não caiam na asneira...
SIM - É necessário e urgente repensar o tipo de jornalismo que se pratica e a forma como se trabalha. Há quem trabalhe bem em Aveiro mas ainda poderia ser melhor. O problema é que corremos o risco de deixar de ter jornalistas em Aveiro. Os jornais não estão a saber trabalhar os seus conteúdos e a dar-lhes o "toque" que permita que o consumidor esteja interessado na sua compra. Com Net e numa cidade pequena, muita coisa se sabe e os jornais têm que saber trabalhar isso. E não o estão a fazer.
TALVEZ - As rádios locais. Num concelho em que o panorama é uma desgraça e apenas a Rádio Terranova cumpre o que deve ser um rádio local, algo tem que ser pensado, a nivel governamental ou multimunicipal. Não quero rádios públicas mas estamos a passar por um momento em que só uma rádio cobre os jogos do principal clube da terra, onde os grandes jogos do basquetebol aveirense também só na Terranova... Estão a ver o que acontece se a crise também bate por lá???
SIM - O Rui Tukayana entristeceu-me com aquilo que escreveu. Tudo parece ser culpa de 2005. Não é. Das duas uma, ou os jornalistas locais ficaram de repente com falta de imaginação ou ficaram sem espaço. Mas é muito fácil culpar um executivo. Em especial quando ele não se defende, não é? :) Numa mudança de estilos, também teria sido fácil para mim responder-lhe que ele estava então era a ser "comido" pelo marketing. E quanto a uma questão que ele levanta, aqui vai mais uma resposta:
SIM, SIM, SIM - Um correspondente em Aveiro é claramente uma mais valia para o órgão de comunicação social que cá esteja. Nunca me esqueço de uma reportagem a um barco que estava a arder nuns estaleiros durante a reparação, há alguns anos atrás. A SIC ainda apanhou chamas, a RTP apanhou fumo e a TVI, que vinha de Coimbra, apanhou... a água dos bombeiros. Numa rádio de notícias como a TSF, nao se justifica um correspondente? Aveiro, Ílhavo, Estarreja, Águeda fervilham de vida.. e justificam. Só não vê quem não quer. O que se passa em Coimbra?
Mais uma pequena história: nos últimos dois anos, quando a TVI diminuiu drasticamente os seus efectivos em Coimbra, era certo e sabido que a jornalista vinha tentar fazer peças em Aveiro quando saia algum escândalo no JN. E só nessa altura :) É o jornalismo de seguida... que raramente dá valor acrescentado.
SEM DÚVIDA SIM - O jornalismo multimédia vai ser o futuro. Trabalhando bem os meios de proximidade e mantendo a qualidade e o valor do ser jornalístico e não propagandista, somente.
O jornalismo local tem múltiplos culpados e enormes virtudes. Mas sem dúvida que para mim, os principais culpados são muitos dos aveirenses. Em terra de liberdade e libertários de polemistas célebres e lutadores, Aveiro perdeu os seus tribunos. É pena quando nos últimos cinco anos somente me lembro, em artigos de opinião, de polémicas e artigos para recordar de Ulisses Pereira, Carlos Santos, Alberto Souto de Miranda, Domingos Cerqueira e Manuel António Coimbra,. E nos anteriores cinco, acrescento Walter Rossa e Amaro Neves a degladiarem-se com Alberto Souto (para além de também Ulisses Pereira). É pouco, muito pouco...
NÃO - Ao contrário do que aqui foi dito, não são os boletim informativos municipais que matam o jornalismo local. Se calhar é a falta de profissionalismo do jornalismo local e da FALTA DE RESPEITO DO GOVERNO pela lei que ele próprio criou que mata os meios de comunicação social. Com efeito, e em números redondos, um boletim informativo municipal custará cerca e 40 mil euros. Ora esse valor no máximo paga dois/três jornalistas. Mas isso se fosse só para um meio de comunicação social... Por outro lado, mal estão os jornalistas e o Boletim Municipal que seja concorrencial com os meios de comunicação social da zona.
Agora a lei que obriga 25 por cento das publicidades do Estado e entidades públicas a ser usada em Meios de Comunicação Social local, isso sim, é que não é cumprido.
NÃO - Pelo mesma ordem de razões, não são os assessores de imprensa e gabinetes de comunicação os culpados pela decadência do jornalismo em Aveiro ou em qualquer lado (salvo graves e gravosas excepções). Como já expliquei numa das respostas a este tema, uma estrutura de comunicação permite dar aos jornalistas aquilo que eles pretendem e também aquilo que eles procuram, visando atingir o interesse mútuo. Visa melhorar, abreviar, facilitar e permitir que não caiam na asneira...
SIM - É necessário e urgente repensar o tipo de jornalismo que se pratica e a forma como se trabalha. Há quem trabalhe bem em Aveiro mas ainda poderia ser melhor. O problema é que corremos o risco de deixar de ter jornalistas em Aveiro. Os jornais não estão a saber trabalhar os seus conteúdos e a dar-lhes o "toque" que permita que o consumidor esteja interessado na sua compra. Com Net e numa cidade pequena, muita coisa se sabe e os jornais têm que saber trabalhar isso. E não o estão a fazer.
TALVEZ - As rádios locais. Num concelho em que o panorama é uma desgraça e apenas a Rádio Terranova cumpre o que deve ser um rádio local, algo tem que ser pensado, a nivel governamental ou multimunicipal. Não quero rádios públicas mas estamos a passar por um momento em que só uma rádio cobre os jogos do principal clube da terra, onde os grandes jogos do basquetebol aveirense também só na Terranova... Estão a ver o que acontece se a crise também bate por lá???
SIM - O Rui Tukayana entristeceu-me com aquilo que escreveu. Tudo parece ser culpa de 2005. Não é. Das duas uma, ou os jornalistas locais ficaram de repente com falta de imaginação ou ficaram sem espaço. Mas é muito fácil culpar um executivo. Em especial quando ele não se defende, não é? :) Numa mudança de estilos, também teria sido fácil para mim responder-lhe que ele estava então era a ser "comido" pelo marketing. E quanto a uma questão que ele levanta, aqui vai mais uma resposta:
SIM, SIM, SIM - Um correspondente em Aveiro é claramente uma mais valia para o órgão de comunicação social que cá esteja. Nunca me esqueço de uma reportagem a um barco que estava a arder nuns estaleiros durante a reparação, há alguns anos atrás. A SIC ainda apanhou chamas, a RTP apanhou fumo e a TVI, que vinha de Coimbra, apanhou... a água dos bombeiros. Numa rádio de notícias como a TSF, nao se justifica um correspondente? Aveiro, Ílhavo, Estarreja, Águeda fervilham de vida.. e justificam. Só não vê quem não quer. O que se passa em Coimbra?
Mais uma pequena história: nos últimos dois anos, quando a TVI diminuiu drasticamente os seus efectivos em Coimbra, era certo e sabido que a jornalista vinha tentar fazer peças em Aveiro quando saia algum escândalo no JN. E só nessa altura :) É o jornalismo de seguida... que raramente dá valor acrescentado.
SEM DÚVIDA SIM - O jornalismo multimédia vai ser o futuro. Trabalhando bem os meios de proximidade e mantendo a qualidade e o valor do ser jornalístico e não propagandista, somente.
O jornalismo local tem múltiplos culpados e enormes virtudes. Mas sem dúvida que para mim, os principais culpados são muitos dos aveirenses. Em terra de liberdade e libertários de polemistas célebres e lutadores, Aveiro perdeu os seus tribunos. É pena quando nos últimos cinco anos somente me lembro, em artigos de opinião, de polémicas e artigos para recordar de Ulisses Pereira, Carlos Santos, Alberto Souto de Miranda, Domingos Cerqueira e Manuel António Coimbra,. E nos anteriores cinco, acrescento Walter Rossa e Amaro Neves a degladiarem-se com Alberto Souto (para além de também Ulisses Pereira). É pouco, muito pouco...
5 comentários:
O Notas de Aveiro não é responsável pelos comentários aqui escritos e assumidos pelos seus autores e a sua publicação não significa que concordemos com as opiniões emitidas. No entanto, como entendemos que somos de alguma forma responsáveis pelo que é escrito de forma anónima não temos pejo em apagar comentários...
Por isso se está a pensar injuriar ou difamar pessoas ou grupos e se refugia no anonimato... não se dê ao trabalho.
Não sabemos se vamos impedir a publicação de anónimos. É provável que o façamos. Por isso se desejar continuar a ver os seus comentários publicados, use um pseudónimo através do Blogger/Google e de-se a conhecer para notasaveiro@gmail.com.
João Oliveira
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Meu caro JMO, por mais que tente tapar o sol com a peneira, é escusado: esta Câmara, com a sua mediocridade, tornou, e continua a tornar, Aveiro uma terra desinteressante.
ResponderEliminarSe Aveiro fosse interessante, os jornalistas viriam atrás do interesse. Não o contrário.
Cumprimentos.
João, só um reparo:
ResponderEliminarEu não culpei o executivo. Percebo perfeitamente que tenhas ficado com essa impressão mas eu estava a ir pouco mais longe do que isso.
O que eu estava a dizer é que desde que essa câmara entrou em funções as notícias (a actualidade nacional) deixou de passar por Aveiro. Sejam os membros do governo que vêm aqui inaugurar uma coisa qualquer, sejam as obras ou as novidades vindas da câmara que despertem interesse nacional.
Ainda tivemos um secretário geral do PSD, mas isso também já lá vai...
Depois sobram as coisinhas daqui que não interessam ao menino jesus.
Só mesmo pontualmente, valha-nos a universidade e o são gonçalinho é que há aqui coisas interessantes para contar.
Caro Rui,
ResponderEliminarNão há problema, ou melhor assunto esclarecido.
Mas sabes que por vezes, o afastamento permite que não se veja algumas coisas. Ora aqui vão acontecimentos de TV/Rádios :) nos ultimos anos: Caso Face Oculta, Campus da Justiça; Comarcas Piloto do MJ (ambos com Ministro); o Socrates foi tres vezes à UA; Terminal Rodo-Ferroviario da Linha para o Porto de Aveiro (com Socrates); Mundial Sub 21 (2006); Tres Voltas a Portugal; Inauguração de Duas IPSS (Vieira da Silva).
A verdade é que algumas das coisas, por serem em Aveiro, têm menos impacto mediático do que se forem em Gaia ou Sintra, que estão mais perto dos centros de decisão emais população.
Não quero entrar em polémicas desnecessárias mas nunca afirmei que a crise dos jornais se devesse à impressão do Boletim Municipal. Mas já que fala em Boletim Municipal tenho a dizer os seguinte
ResponderEliminarRecorrendo apenas aos dados públicos conhecidos posso dizer que o boletim Municipal custou em 2009 bem mais do que 40000€ anunciados. Assim
• Serviços de impressão 43150€
• Distribuição aproximadamente 20000€ calculados a partir do preço de 2008 último trimestre)
• Design e concepção gráfica (uma parcela indefinida de um contrato de 42.799,32) calculemos por exemplo 20%
• Valores dos funcionários atribuídos a essa função a maioria em contratos a recibos verdes (verba desconhecida)
Fonte (base: concursos públicos online)
Facilmente de vê que a verba rondará bem mais do dobro do que foi apresentado sendo a sua eficácia é verdadeiramente questionável quer do ponto de vista da publicitação das obras da câmara quer dos concursos. Basta ir a qualquer junta de freguesia e ver os montes de boletins municipais por entregar.
Conclusão:
os custos são bem maiores do que foi dito
É verdade que estes custos não fazem sobreviver nenhum jornal mas ajudam
As Câmaras não são obrigadas a publicar nos seus boletins municipais mas aproveitam os mesmo para isso e para fazer campanha com o dinheiro do povo.
Se publicassem apenas cumpriam a sua parte da lei e escusavam de fazer um jornal de opinião tendenciosa.
Bom dia João Oliveira. É com grande pena que revejo o que escreveu neste post sobre a decadência do Jornalismo na cidade de Aveiro. Sou nova nesta terra, e aqui vim parar à procura de novas oportunidades na minha área de formação. Infelizmente "bati com o nariz na porta". Sempre pensei que sendo esta uma zona litoral centro estivesse mais desenvolvido. Um grande engano. Gostei dos seus artigos, e a partir de hoje vou passar a ser sua seguidora.
ResponderEliminarContinuação de uma boa escrita. ;)