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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Sobre a decadência do Jornalismo em Aveiro (I)
Em Dezembro de 2000, sai de Aveiro para Lisboa, trabalhar para o saudoso "A Capital". Nessa altura, se não me falha a memória (ajudem-me se estiver errado) Aveiro era uma cidade que tinha: 1 Diário, o Diário de Aveiro, Semanário Litoral (adquirido pelo grupo do Diário de Aveiro três anos antes); Correio do Vouga; Ecos de Cacia; Campeão das Provincias e acho que já não havia a primeira fase de "o Aveiro"... mas talvez existisse) (por isso 5 semanários). Também tinha uma delegação da Lusa, e delegações do jornais Comércio do Porto; Jornal de Notícias; Correio da Manhã, Primeiro de Janeiro; Público; e correspondentes permanentes ou avulsos dos outros meios de comunicação social nacional.
Em termos de rádio, mantinham-se a Moliceiro, a Aveiro FM e na Gafanha a Terranova. A SIC estava em Aveiro, enquanto a TVI e RTP não.
O panorama no final de 2009 é, a todos os títulos, desolador. Continua o jornal diário, o Diário de Aveiro. Mas dos 5 semanários... O Litoral está morto, o Aveiro teve uma fase de grande pujança, outra de cortes, uma mudança de estilo e o grupo Lena fez o downsizing dele para Mensário (presumo que somente para não dizer que o fechou), o Ecos de Cacia, depois da morte do sr. Damião, passou também a mensal e sustentado pela Junta de Freguesia de Cacia; o Campeão está morto e por isso mantém-se somente o Correio do Vouga, com um facelifting gráfico há cerca de dois anos. Um semanário. A Lusa que já chegou a ter 3 jornalistas colaboradores mais um para a área do desporto, passou a ter somente um generalista mais um colaborador para o desporto.
Em termos de delegações de jornais nacionais foi a razia total. O Primeiro de Janeiro fechou e o Comércio do Porto também. Mais recentemente, já depois de 2005, o Público fechou a sua delegação, que contava com três jornalistas, para manter apenas um deles, e à peça (tem tido cada vez menos trabalho local...). Em 2008, Correio da Manhã fechou a sua delegação em Aveiro e o Jornal de Notícias despediu um jornalista da sua delegação mas ficou com o título de única delegação de jornal nacional. Nas televisões, nada mudou mas nas Rádios sim. A Moliceiro, que tinha sido vendida ao grupo de Pais do Amaral (RC, entre outras) foi antena para a Nostalgia e mais algumas marcas do grupo. Com os espanhóis da Prisa, passou a Rádio com notícias mas já é do conhecimento público que em 2010 volta a ser uma rádio de música pois vai passar para ser antena da M80. E 2010 será, igualmente, o ano em que a Aveiro FM deixa de ser uma rádio local, segundo o JN (e que em lugar nenhum foi desmentido).
Mas o Diário "As Beiras"também tinha delegação física em Aveiro em 2001 (deixou de ter delegação primeiro e jornalista depois) e mantinham-se e mantém-se por cá os colaboradores das rádios TSF, Antena 1, RR e pouco mais.
Com isso, Aveiro passa a ser uma cidade sede de concelho e de distrito (e de comunidade, pronto) que tem Um Diário; Um Semanário (propriedade da Diocese); Zero Rádios Locais (a de Ílhavo, Terranova, é que vai cobrir Aveiro); uma Delegação de um jornal nacional; um jornalista da Lusa e uma delegação de televisão...
Falemos das razões e do que isso cria em Aveiro num segundo post
Em termos de rádio, mantinham-se a Moliceiro, a Aveiro FM e na Gafanha a Terranova. A SIC estava em Aveiro, enquanto a TVI e RTP não.
O panorama no final de 2009 é, a todos os títulos, desolador. Continua o jornal diário, o Diário de Aveiro. Mas dos 5 semanários... O Litoral está morto, o Aveiro teve uma fase de grande pujança, outra de cortes, uma mudança de estilo e o grupo Lena fez o downsizing dele para Mensário (presumo que somente para não dizer que o fechou), o Ecos de Cacia, depois da morte do sr. Damião, passou também a mensal e sustentado pela Junta de Freguesia de Cacia; o Campeão está morto e por isso mantém-se somente o Correio do Vouga, com um facelifting gráfico há cerca de dois anos. Um semanário. A Lusa que já chegou a ter 3 jornalistas colaboradores mais um para a área do desporto, passou a ter somente um generalista mais um colaborador para o desporto.
Em termos de delegações de jornais nacionais foi a razia total. O Primeiro de Janeiro fechou e o Comércio do Porto também. Mais recentemente, já depois de 2005, o Público fechou a sua delegação, que contava com três jornalistas, para manter apenas um deles, e à peça (tem tido cada vez menos trabalho local...). Em 2008, Correio da Manhã fechou a sua delegação em Aveiro e o Jornal de Notícias despediu um jornalista da sua delegação mas ficou com o título de única delegação de jornal nacional. Nas televisões, nada mudou mas nas Rádios sim. A Moliceiro, que tinha sido vendida ao grupo de Pais do Amaral (RC, entre outras) foi antena para a Nostalgia e mais algumas marcas do grupo. Com os espanhóis da Prisa, passou a Rádio com notícias mas já é do conhecimento público que em 2010 volta a ser uma rádio de música pois vai passar para ser antena da M80. E 2010 será, igualmente, o ano em que a Aveiro FM deixa de ser uma rádio local, segundo o JN (e que em lugar nenhum foi desmentido).
Mas o Diário "As Beiras"também tinha delegação física em Aveiro em 2001 (deixou de ter delegação primeiro e jornalista depois) e mantinham-se e mantém-se por cá os colaboradores das rádios TSF, Antena 1, RR e pouco mais.
Com isso, Aveiro passa a ser uma cidade sede de concelho e de distrito (e de comunidade, pronto) que tem Um Diário; Um Semanário (propriedade da Diocese); Zero Rádios Locais (a de Ílhavo, Terranova, é que vai cobrir Aveiro); uma Delegação de um jornal nacional; um jornalista da Lusa e uma delegação de televisão...
Falemos das razões e do que isso cria em Aveiro num segundo post
9 comentários:
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Por isso se está a pensar injuriar ou difamar pessoas ou grupos e se refugia no anonimato... não se dê ao trabalho.
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João Oliveira
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Caro Joao,
ResponderEliminarNao acha coincidencia que a maior parte tenha fechado a seguir a 2005. Sabe que o Elio nao mexe com a cidade e por isso ... não há notícias. Sera, nao?
Fico com uma grande curiosidade sobre o segundo texto anunciado.
ResponderEliminarUma rectificação: A TSF e a Antena 1 já não têm colaboradores em Aveiro. No caso da TSF o serviço é feito por gente do Porto; o da Antena 1 por gente de Viseu ou de Coimbra. Fica só o Julio de Almeida pela RR. Já nem se fala dos tempos "heroicos" em que havia uma rádio que tinha estudios no Caramulo e um pequeno estudio em Aveiro. Era na rua Direita, nos idos anos 80 do século passado.Ou das rádios "piratas", no caso Ria e Oceano. Mas isso era no tempo em que o João Oliveira ainda não tomava bicas no Zig!...
João: parabéns pelo texto. Dos melhores que te vi escrever neste blogue!
ResponderEliminarUm tema que me encanta e que por isso tb me entristece.
A questão aqui é: o que está a falhar? Será isto digno de uma Capital de Distrito?
Eu era o correspondente em Aveiro da TSF por altura das eleições autárquicas de 2005 e notei uma diferença ABISSAL assim que Elio Maia passou a estar à frente dos destinos da cidade.
ResponderEliminarAntes fazia imensas notícias depois das eleições foi uma pobreza franciscana.
Aveiro perdeu gás e deixou de ter interesse para o resto do país.
Agora estou na redacção da TSF no Porto e, francamente, não vejo necessidade de ter aqui um correspondente. Ou um de nós, vindo do Porto, ou o correspondente de Coimbra dará, certamente, conta do caso.
Na verdade João, não sei bem por onde é que a tua dissertação vai passar e quem é que vais culpar, mas no que diz respeito à comunicação social, a vitória autárquica da coligação PSD/CDS foi uma espécie de 11 de Setembro para o jornalismo em Aveiro. O cenário podia ser mau antes, mas depois disso... acabou-se.
Continuo a achar que um dos grandes problemas da imprensa local de Aveiro é não ter, ou não assumir, uma opinião.
ResponderEliminarE também ter capacidade de alterar aquilo que se faz sem alterações há muitos anos,
Há quantos anos é que o Ivan não escreve um editorial no Diário de Aveiro?
Porque é que o DA não aposta a sério no desporto regional?
Há que ter coragem para assumir posições e para fazer mudanças para além do aspecto gráfico, e, com essa coragem, talvez se consigam mais clientes para o jornal ou a rádio em causa, contribuindo assim para a sua viabilidade económica.
O Bairrada Digital blog publicou uma nota sobre esta sequência de posts.
ResponderEliminarhttp://bairradadigital.pt/blog/2010/01/18/a-decadencia-do-jornalismo-em-aveiro/
"Uma rectificação: A TSF e a Antena 1 já não têm colaboradores em Aveiro. No caso da TSF o serviço é feito por gente do Porto; o da Antena 1 por gente de Viseu ou de Coimbra. "
ResponderEliminar---------------------------
Rectificação à rectificação: O que está escrito por este anónimo é falso. Em primeiro lugar a Antena 1 tem uma delegação em Aveiro desde 1994. Tem.
A “gente” é uma jornalista com 24 de anos de profissão e que sendo natural de Viseu, se considera, citando António Gedeão “aqui me encontro e confundo com gente de todo o mundo que a todo o mundo pertence”. Ou será que o jornalismo de Lisboa tem de ser feito por jornalistas de Lisboa, o de Coimbra pelos de Coimbra, etc…etc.
Antes de emitirem opiniões, informem-se melhor, porque há profissionais acima dessa “gente” que até já sente e veste a camisola de Aveiro e do resto do distrito.
Fátima Pinto
Jornalista da Antena 1 onde for necessário, mas sediada em Aveiro.
Se alguém tiver mais dúvidas também posso "postar" a morada da delegação.
Caro João,
ResponderEliminarAntes de escreveres a segunda parte deste texto, cometo a ousadia de propor aqui uma pequena distinção entre Jornalistas e rececpionistas de textos informativos. São coisas bem diferentes e convinha que os separasses. Embora concorde com tudo o que vais enunciar, importa ressalvar que é neste pequeno detalhe que subsiste o equivoco. O Jornalista tipo, dos nossos dias, fica na secretária à espera que chovam notícias ou que receba uma chamadinha de alguém importante para encomendar uma noticiazinha. Temos casos em que são essas pessoas que escrevem as notícias, cabendo ao "jornalista" receber o texto e encaixa-lo na vaga de espaço que ainda resiste na edição. Outros, pegam nos textos e deturpam-nos até ao tutano, causando embaraços e constrangimentos. Para não falar nos critérios editoriais. Sou produtor executivo de um dos mais exigentes formatos do Pais (música erudita) e tenho de andar a mendigar para que os "jornalistas" considerem este evento suficientemente relevante para a cidade. Para além disso existe tudo o que lhes passa ao lado em relação ao associativismo cultural,porque o que interessa é a incontinente vaga noticiosa gerada em torno do falido Beira-Mar, da intragável disputa partidária e das noticiasinhas de faca e alguidar. O resto não interessa para nada. Já agora, acedam ao nosso humilde site www.nat.pt e perdoem-me este texto sem revisão. Grande abraço
Caro,
ResponderEliminarO texto já teve uma segunda e uma terceira parte :)
Mas tocou nuns dos âmagos da questão, sobretudo a nivel regional mas também em termos nacionais e de nicho.
Abraço