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sexta-feira, 15 de outubro de 2004

Resposta a Poeta Popular Quim

Um "Poeta Popular Quim deixou este comentário sobre a filarmonia, que não podia deixar sem resposta:

Caro Sr.
Deixe-me lamentar um certo snobismo de quem pensa que sabe e depois de meia dúzia de ideias pré-concebidas julga ter uma opinião verdadeiramente fundamentada. Por revelar uma falta de ética em falar do que não sabe, eu esclareço:

1) Os músicos da Filarmonia tinham diferentes salários para diferentes posições não auferindo todos o mesmo salário, o que revela falta de senso em dividir para criar uma média. Não se trabalha com médias, mas com números exactos.
R: Não fui eu que agreguei todos os salários para começar. Foi o comunicado dos músicos que o fez, agregando o salário dos músicos e o dos funcionários administrativos. Eu escrevi o valor do que mais recebia, a média e também teria dito aquele que menos recebia, se o soubesse. É claro que para diferentes experiências, diferentes valores. Só não gosto que usem os argumentos apenas com um sentido...

2) Os músicos da Filarmonia possuem todos cursos superiores ou estão em fase de conclusão, o que não parece nada de mais o seu salário.
R: Nem a mim, foi a constatação de um facto. Se têm ou não cursos superiores, não me interessa, apenas vale a qualidade, não acha e o estudo?

3) A quantidade de estudo físico e intelectual diário que um musico tem que fazer ou deveria fazer ao longo da sua vida excede muito as 8 horas laborais e se juntar-lhe o horário da orquestra reparará que não dará nem para fazer um blog.
R: Não entro nesses pormenores, meu caro. Todos temos uma profissão, há os que a fazem bem, os que a fazem mal. Todos podemos entrar em especializações e melhorar. Desde o agricultor, o trabalhador braçal, o músico ou o investigador. Há quem o faça e quem não o faça. E faço de conta que não entendi a sua péssima ironia. Porque se não fizesse de conta, seria obrigado a insinuar que o senhor não trabalha o suficiente na sua profissão, pois tem tempo para ler o meu desperdício de tempo...

4) O incompetente Virgílio Nogueira mudou o nome do cargo mantendo as suas funções de sempre. O seu trabalho à frente da orquestra foi uma calamidade. Não se conhece patrocinadores, não se conhece publicidade, não se conhece nenhum projecto verdadeiramente interessante a seu cargo. Sob sua alçada a orquestra continuou rumando à deriva.
5) De um mentiroso há pouco a falar, basta ir lendo os seus comunicados internos e externos, do incompetente director há muita tinta que precisava de correr. Não se pode mentir a funcionários, jogar com eles jogos infantis.
6) Gostaria de saber o que quer dizer com aumentado as responsabilidades? Nem o senhor sabe, nem eu, nem Deus. O salário do Virgílio Nogueira aumentou em benefício próprio sem contrapartidas nenhumas. A responsabilidade era a mesma e o seu trabalho nenhum, excepto as cartas para alguma imprensa e os relatórios para o M. da Cultura e associação, que bastava ler um ou dois para ter um verdadeiro ataque de pânico.
R: O PPQ utilizou três pontos da sua dissertação apenas e só para falar de uma pessoa, criticando-a. Não sou advogado de defesa do Virgilio Nogueira. Ele se quiser que escreva aqui no blog falando do que fez (lembro-me, pelo menos, do Projecto Orquital, entre outras actividades) mas o PPQ notou o seu estilo de escrita, as suas injúrias gratuitas? Reparou que ele, sendo director-executivo, não teve nos anos todos à frente da Orquestra, ninguém que publicamente tentasse a sua saída. Aguentou cerca de seis vereadores diferentes (os de Aveiro, Leiria, Viseu) que sendo da direcção o podiam mandar embora por incompetência? Mas nada aconteceu. Será que ele era assim tão mau? De-nos factos para poder pensar...

7) Os músicos esses pobres coitados tentaram sempre jogar limpo, e este ultimo comunicado eu vi ser lido a chorar. É um desabafo de quem não vai ter pão. De quem durante sete anos se entregou a um projecto a tempo inteiro porque assim tinha que ser. De quem todos os fins de semana faziam km e km por esse país fora para tocar, passar cultura. A chegada era tarde? se calhar já estava a dormir??
R: A sua veia poética resvalou para este último ponto. Fico sentido e até gostava de o ver escrever sobre os caixeiros viajantes dos tempos modernos, os vendedores das marcas cervejeiras e de cafés, esses gigantes que têm que fazer quilómetros todos os dias...
Continuo a dizer-lhe que o percebo. E que os percebo. Que é triste ver um projecto acabar e só alguns irão continuar.´Jogar limpo, também acredito. Mas olhe que há músicos que começaram as negociações já com processos em tribunal. Justos, pelo que sei. E espero que os ganhem. E depois terão que bater à porta da comissão liquidatária, que por usa vez terá que receber dos credores da Filarmonia.

Não escreva do que não sabe e se quer opinar, opine no café. Se passar a público queira fazer um trabalho sério e informe-se.P. P. Q.

P. S. Eu não sou musico, mas tento ser um cidadão informado. Eu ia ver sempre os concertos, o senhor brincava com a net?

R: Agora é que o senhor perdeu o chá e com ele a razão. Na sua primeira linha, acusa-me de snobismo para depois, nestas linhas finais, do alto da sua Razão, pensar em mandar em minha e ditar as suas leis, qual mini-ditador. Eu explico-lhe. Do alto dos seus preconceitos contra a Internet, posso-lhe assegurar que, em sentido figurado, o senhor entrou no meu café, na minha mesa (este blog) e disse aquilo que quis. Mas acha que, de qualquer forma, eu tenho que sair daquela mesa. Olhe, para escrever e para acompanhar aquilo que coloquei online, falei com algumas pessoas e grande parte é público, veio nos jornais da nossa terra: aliás, coloco os links. Ir ver os concertos, não quer dizer nada. Eu também vou. Também vai a uma repartição de finanças e não sabe os podres que eventualmente lá se passam pois não?
Já reparou que em toda a sua dissertação não disse uma linha sobre a responsabilidade dos sócios da Associação? Dos vereadores das Câmaras e outras entidades que aprovaram a extinção? Das tentativas que estão a ser feitas para a criação, próxima, de uma nova estrutura musical?

1 comentário:

  1. As quadras do poeta popular redigidas com a mediocridade própria de um Pavão analfabeto, só rimam com a injúria, a difamação e um estado neurótico. Ele não o disse, mas nós percebemos o porquê do fedor que tresanda do seu comentário: a companheira de gaiola deste pavão reles arranhava o arco num violino da orquestra filarmonia!
    Se este pavão piasse honestidade, ouvir-se-ia do seu bico notícias da incompetência de quem gere a orquestra metropolitana de lisboa que tem um passivo de um milhão de euros e cujos músicos estão há mais anos do que os da Filarmonia a recibos verdes. Ou teria que ser honesto e contar da escravatura dos músicos na orquestra do norte, ou dos contratos de dez meses que têm os músicos na orquestra do algarve. Ou o pavão é um néscio, um ignorante ou então está mal intencionado e de má-fé. Acredito que some todas as coisas!
    Quanto ao trabalho do director executivo o levantar de asas do pavão não lhe permitiu voar! Alguém ouviu falar-se em salários em atraso na filarmonia nestes sete anos? Sabemos que os pavões não têm "tomates", mas mesmo assim porque não denunciou a "incompetência" antes: agora cheira a despeito!
    Todos os que lemos jornais assistimos ao grande trabalho da orquestra, e o mérito também é dos músicos, claro. Mas, o crescendo de concertos da orquestra, as parceiras financeiras, os acordos com o ministério, a gestão da orquestra, fez-se sozinha durante sete anos.
    Dizem os músicos em comunicado que a Associação iria bater este ano o record de concertos, mais de cem. Dizem os músicos que a orquestra tinha um saldo financeiro positivo. Dizem os músicos que a orquestra desenvolvia excelentes projectos como o «Música na Escola». Decerto que o desmiolado pavão não teve a coragem e a hombridade para reconhecer que o director executivo algum mérito havia de ter nisto tudo.
    O autor deste blog falou no «Orquital», saberá do que está a falar. Insinuou e bem que sete anos é tempo de mais para alguém estar à experiência.
    As penas do pavão só agora se comovem, mas nada diz do processo chantagista que desencadeou este desfecho. lamenta-se que que com pavões destes o prestígio da ave esteja em decadência.
    AC

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João Oliveira

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