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terça-feira, 1 de abril de 2003




O repto de ontem deu algum efeito. O PSD reagiu em comunicado. Ulisses Manuel Pereira, actual presidente da concelhia do PSD (não confundir com o dinâmico empreendedor do Caldeirão de Bolsa, e seu filho, com o mesmo nome) lançou o seguinte comunicado em que é exigido o melhor de dois mundos: arranjos no actual hospital e potenciar, não esquecendo, a possibilidade de um novo. Espero as cenas dos próximos capítulos.
Aqui fica o comunicado, seguindo o exemplo desta página: dar a conhecer tudo!

AVEIRO MERECE MELHORES
CUIDADOS DE SAÚDE, JÁ !...


A Comissão Política Concelhia de Aveiro do PSD – Partido Social Democrata tem acompanhado, com atenção, mas também com apreensão, algumas tomadas públicas de posição relativamente aos inadiáveis projectos de ampliação e modernização do Hospital de Aveiro.

Compreendemos que para o executivo camarário, liderado pelo agora Presidente da Federação Distrital do Partido Socialista, Alberto Souto, o que importa é realizar dinheiro a todo o custo, vendendo todos os terrenos que sejam possíveis de vender, e até alguns que ainda não são propriedade do Município, de forma a minorar a difícil situação a que conduziu Aveiro.

Vender terrenos a todo o custo, mesmo que isso ponha em causa uma área tão sensível e nobre de Aveiro como é a zona envolvente do Estádio Mário Duarte e do Hospital Infante D. Pedro, bem como a eliminação da possibilidade de dar aos Aveirenses os melhores cuidados de saúde porque anseiam, que merecem ter no curto prazo, e não num horizonte de muitos anos, por mais optimista que se possa ser.

Queremos que os nossos filhos tenham as melhores respostas num amanhã que tem que ser construído a partir de hoje, mas também queremos desde já tratar com mais qualidade e eficiência os nossos pais e os nossos avós.

Por tudo isso, espanta-nos que à sombra de um objectivo em que todos os Aveirenses se revêem, que é o da construção de um Hospital novo, se possa pôr em causa aquilo que é inadiável para responder a uma melhor prestação de cuidados de saúde em Aveiro. E isso passa pelo projecto elaborado para a expansão e modernização do nosso Hospital, conforme consta do respectivo Plano Director, homologado já por portaria governamental.

Conhecendo a maneira de actuar do Presidente socialista da Câmara de Aveiro, bem conhecido por dar o dito por não dito e o escrito por não escrito, não nos surpreende que esteja agora a procurar rasgar os acordos oportunamente estabelecidos com o Ministério da Saúde, bem como a fazer “tábua rasa” das posições e deliberações da Assembleia Municipal de Aveiro, e mesmo de anteriores deliberações da própria Câmara Municipal a que preside.

Tem, no entanto, que saber que os Aveirenses não pretendem de forma nenhuma trocar melhor saúde por betão, ou por euros, euros esses para construir mais betão ou para pagar os financiamentos da construção desse mesmo betão.

Não podemos assim perfilhar ideias populistas recentemente vindas a público, algumas das quais nos parecem inspiradas por ressentimentos de índole pessoal, que apresentam como opções alternativas, e que mutuamente se excluem, o projecto de ampliação e modernização do Hospital de Aveiro e o da construção de um Hospital novo.

Não é porque o galo canta que o sol nasce, mesmo que cante a partir de um poleiro rosa propositadamente construído para ele.

E por isso temos de dizer que uma gestão dos Hospitais atenta aos custos não é incompatível com a qualidade dos cuidados assistenciais.
E, também por isso, temos de dizer que o planeamento de serviços de saúde orientado para o bem servir das populações não se compadece com a pressão dos lobbies, antes deve obedecer a critérios estritamente técnicos.
Foram esses critérios que foram utilizados na elaboração do Plano Director do Hospital de Aveiro e que, clara e objectivamente, apontam para a necessidade da sua expansão e modernização no curto prazo.

Aliás, não é certo, nem mesmo provável, que um Hospital novo tenha as mesmas 500 camas que presentemente tem o Hospital Infante D. Pedro.
Como também não é certo, nem mesmo provável, que um Hospital novo tenha as mesmas valências que presentemente tem o Hospital Infante D. Pedro.

O que é certo, e infelizmente bem conhecido dos utentes e dos Aveirenses, são os inúmeros constrangimentos que presentemente existem e que impedem o Hospital de Aveiro de prestar melhores cuidados de saúde. É a resolução imediata desses constrangimentos que se exige, e que o PSD de Aveiro reivindica, desde já.

Aveiro, como repetidamente o temos afirmado, deve assumir-se como pólo central de uma área próspera, desenvolvida e solidária, com o empenho de todos os que nela tiveram berço ou nela acreditam.
E deve preparar os seus projectos de futuro com ambição e visão.
Mas não deve de maneira nenhuma deixar de dar resposta aos desafios do presente, com realismo e eficácia, sob pena de continuar a dar a outros, aquilo que de direito é de Aveiro.

E, por isso, voltamos a lembrar que não é pelo galo cantar que o sol nasce...

Aveiro, 31 de Março de 2003



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João Oliveira

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