Um dos comentários anónimos merece alguma reflexão. Querem comentar?
A questão levantada no texto - a forma de valorizar Aveiro - é, comparativamente aos restantes Distritos, uma falácia, com as respectivas excepções de Lisboa e Porto e um estatuto intermédio de Coimbra.
Começo por este último.
Coimbra AINDA goza de determinado prestigio e "patente" politica por uma questão histórica. A Universidade de Coimbra formou e, por isso, juntou um conjunto de quadros que sempre teve a preocupação de funcionar com alguma comunicação e que se foi "protegendo" e defendendo. Até porque a maioria dos então estudantes cursavam as disciplinas mais clássicas com métodos também eles mais conservadores e portanto, assumiam-se com a diversidade que a Universidade lhes proporcionou.
Mas é uma situação que tende a acabar, pois as últimas gerações já não têm nem cultivam esta perspectiva.
Resta-nos depois Lisboa e ... o Porto.
A grande Lisboa e o grande Porto concentram quase metade da população portuguesa, concentram 95% das grandes empresas e concentram ainda todos os órgãos decisores da administração pública.
Não é, poís, possível lutar contra isto.
E é por esta razão que mesmos aqueles que afirmam a sua ligação a uma terra mais longiqua, normalmente do interior, estão dela afastados desde que se formaram.
Tem piada dizer que o socrates é de castelo branco e ainda tem o seu lugar no quadro da camara da covilha. Ou o marcelo que é de celorico.
Se fizermos a análise, distrito a distrito, iremos perceber que Aveiro não é diferente dos outros locais.
O pais é pequeno demais para se recortar da fatia dos deveres de quem desempenha cargos públicos, o pedaço da sua terra.
A apologia dever ser outra. Quem desempenha cargos públicos só deve ter uma premissa - gerir melhor os recursos para atenuar cada vez mais as diferenças entre os cidadãos.
Uma sociedade que não cria essas oportunidades e que não permite que se olhe com maior preocupação para quem está pior, é uma sociedade que cava todos os dias um buraco, cada vez mais dificil de trepar.
Esta é que deve ser a preocupação. E, valha a verdade, há quem esteja muito pior do que nós e não veja a luz ao fundo do túnel
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João Oliveira