« (...) Cavaco fez um discurso contra-corrente - contra a própria corrente em que nos habituámos a situá-lo, contra a corrente onde identificamos muitas das personalidades (e interesses) que o apoiaram, e, finalmente, contra a corrente da agenda política e mediática. Preferiu focar as suas preocupações num tema central, ao contrário das viagens circundantes que costumavam ser os discursos presidenciais. E elegeu um tema a que não era suposto estar tão atento e sensível - esse tema "oculto" ou sistematicamente obscurecido pelo ruído ambiente que é o Portugal silencioso, remetido para as margens da exclusão social e da desertificação territorial, o Portugal desprovido de defesas ou representação política e corporativa, o Portugal desprezado e "improdutivo", "deixado por conta" nos critérios economicistas e tecnocráticos da competitividade e da rentabilidade, mas sem o qual só existimos como uma entidade amputada de uma parte essencial de si própria. (...) »
Vicente Jorge Silva, jornalista (Diário de Notícias)
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