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quarta-feira, 28 de janeiro de 2004

Mais um pormenor interessante



A quantidade de matérias sobre as quais nos deveriamos debruçar, em Aveiro, é surpreendente e ultrapassa a capacidade de trabalho de qualquer um. Deixvo-vos mais um texto do Dito Cujo, a quem desejo um abraço.

É conhecida há meses a intenção da Câmara Municipal do Porto de "tapar" a VCI. Um dos argumentos principais, senão o principal, é o da poluição que actualmente vitima os moradores próximos daquela estrada.

Nos últimos dias, no Público, mais propriamente no suplemento "Local Porto", vem uma peça sobre o impacto que isso causa na vida das pessoas. Eis um link para essa peça.

Destaco os dois primeiros parágrafos:
"As cinco janelas do apartamento de Maria da Conceição dão para estradas que não abrem horizontes para lado nenhum. Durante os últimos 20 anos em que viveu no mesmo T4, na Rua Vasques de Mesquita, nas Antas, esta septuagenária viu chegar o dinheiro e vontades de betão, prédios com muitos andares e carros reluzentes, ruidosos e rápidos. Ouve-lhes o zumbido dos motores do seu sétimo andar. Basta espreitar por qualquer uma das cinco janelas para ver lá em baixo os cavaleiros do asfalto. "A paisagem dantes era linda, cheia de eucaliptos que perfumavam a casa toda. Bastava abrir a janela", recorda Maria da Conceição."

"É do cheiro dos eucaliptos que esta mulher tem mais saudades. E é a sua falta que a revolta. Mais até do que o barulho, que passou a integrar a banda sonora caseira, a par do assobio da chaleira, da campainha da porta, das vozes das telenovelas e dos chamamentos das filhas. "Às vezes, de noite levanto-me com os estrondos. Mas já não me impedem de dormir", garante. O tempo ensinou-a a encolher os ombros."

A questão que coloco é: mesmo salvaguardadas as devidas distâncias entre o eixo estruturante de Aveiro e a VCI, por que razão se deu permissão para construir edifícios junto ao eixo todos atravancados junto ao CC Glicínias? Mais parecem cogumelos: bonitos mas todos juntos são um caos!

E agora que esse erro está feito, quem tem coragem para deixar construir edifícios de habitação entre o nó da Forca e o de São Bernardo, do lado do futuro "Parque da Cidade"? É isso que advoga o Programa Polis, entre outros "crimes" não menores (como a "requalificação da antiga lota")!!! Serão mesmo competentes as pessoas que lá estão?

Dá vontade de criar já uma frase de publicidade, com todo o escárnio possível, para aqueles futuros empreendimentos: "Viva de frente para o parque e de costas para a poluição". Mas afinal acabará por acontecer o oposto: de frente tanto para o parque como para a poluição.

Mas pronto, infelizmente em Aveiro ninguém fala e ninguém ouve. As omeletes continuam a ser feitas com os ovos de sempre e ninguém se apercebe que já estão podres. É preciso mudar a forma de pensar em Aveiro. Os participantes nesta mailing list podem fazer a sua parte disseminando estas ideias.

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Dito Cujo
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http://www.ditocujo.weblog.com.pt

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João Oliveira

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