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quarta-feira, 30 de novembro de 2005
Análise de Raul Martins
O Dr. Raul Martins deixou um comentário acutilante no blog, que agradeço. Dada a sua importância, tomo a liberdade de o passar para um lugar mais nobre.
Quanto à minha obrigação moral, sabe que tenho o gosto e o prazer de aceitar as intervenções sobre quem quer que sejam, sei que me coarctem a minha própria liberdade de expressão.
Aqui fica o texto inserido nos comentários por Raúl Martins - se me é autorizado um comentário, é que o Dr. Miguel Lemos siga o conselho...
1- Em primeiro lugar gostaria de dizer que para além do respeito que, como qualquer cidadão, me merece, não me vinculam quaisquer laços de amizade pessoal ou solidariedade política com o Dr. Miguel Lemos que foi trazido ao desempenho de cargos de responsabilidade autárquica pelo Dr. Alberto Souto. Não o conhecia, sequer, anteriormente, não é filiado no Partido Socialista e apenas me encontrei com ele enquanto membro da comissão da AM de acompanhamento do estádio.
2- Até há bem poucos dias não tinha qualquer conhecimento do facto de o Dr. Miguel Lemos ter sido nomeado Director-Geral do PDA. Posso garantir, sob palavra de honra, que embora eu fosse à altura líder da bancada do PS na Assembleia Municipal, mesmo informalmente, nada me foi dito sobre o assunto pelo Sr. Presidente da Câmara o que, no mínimo, teria sido um gesto de gentileza pessoal e política. Aliás tenho a certeza absoluta que o mesmo se terá passado com o Dr. Carlos Candal, Presidente da Mesa da AM e com o Dr. José Costa Presidente da Concelhia do PS. Conhecendo-os eu como conheço estou certo que, se tivessem sido contactados, confirmariam o meu vivo desaconselhamento da sua nomeação para tal cargo.
3- Não gostaria de trazer para a praça pública assuntos do foro interno do PS mas invoco como testemunhas do que eu penso sobre o assunto, os membros da Comissão Política Concelhia do meu Partido. Aliás não tomei anteriormente posição no fórum que ocupo porque a nóvel Presidente da AM, numa atitude muito peculiar e inédita entre nós, não tem agendado, ou permitido, um (pequeno) período antes da ordem do dia nas reuniões extraorninárias da AM que foram realizadas. Aliás já calculava, como foi previamente anunciado pelo Dr. Carlos Santos e pelo Dr. Ulisses Pereira (pelo menos era essa a minha interpretação política, agora confirmada, dos seus comentários públicos) que este caso serviria para levantar uma cortina de fumo para encobrir, algumas das infelizes nomeações políticas que tem vindo a ser feitas por este executivo Camarário. Desde já afirmo que, se estão à espera de me intimidar com casos deste tipo, perdem o vosso tempo. O passado foi julgado nas últimas eleições.
4- Quanto à questão lateral do vencimento não me pronuncio porque não conheço a qualidade da gestão do nomeado. Sempre considerei miserabilista discutir os vencimentos de um gestor público quando, por exemplo, ninguém fala do vencimento dos futebolistas. No meu entendimento há gestores que ganham 1000 euros por mês e são caríssimos e gestores que ganham 25.000 euros e são baratos. Tudo depende da qualidade do seu trabalho e dos resultados conseguidos. É, no entanto consabida a minha opinião de que qualquer gestor que seja chamado ao serviço público deveria ganhar, tão-somente, a média dos seus vencimentos dos 3 anos anteriores, apresentados em sede de IRS, ao que haveria de juntar uma pequena verba para o ressarcir da deslocação que tivesse de efectuar se tal fosse o caso.
5- Quanto à questão substancial gostaria de relembrar o seguinte: O Dr. Miguel Lemos foi, até há pouco tempo, administrador da PDA e foi Presidente do Júri de análise de propostas relativas ao concurso de aumento de capital da PDA e abertura de 49% do capital a um parceiro privado. O Júri constituído pelos Dr.s Miguel Lemos, Amândio Canha e José Gonçalves, propôs à Câmara, que aprovou por unanimidade, a entrada da Visabeira como parceiro estratégico.
6- Quando em 2/5/2005 a alteração dos estatutos da PDA foi levada à Assembleia Municipal, levantaram-se alguns problemas nomeadamente a existência de uma cláusula, no acordo Para Social, em que, nalguns casos, a Câmara abriu mão da sua maioria, exigindo-se a unanimidade nas deliberações. Se bem me lembro solicitei antes da votação, em nome do meu grupo parlamenta,r uma interrupção de 5 minutos para discutir o caso. Posto isto a proposta da Câmara foi aprovada com os votos a favor do PS, PSD e Independentes, abstenção do CDS/PP e 1 voto contra do PCP.
7- Por tudo isto e independentemente de fazer juízos de valor sobre a sua qualidade de gestor, sou de parecer que o Dr. Miguel Lemos não deveria ter sido nomeado director-geral da PDA e que o Dr. Alberto Souto não deveria ter permitido isso. A situação para mim piora quando o próprio Miguel Lemos diz que, o contrato foi ?negociado com a administração da Visabeira? e ?acordado com o Conselho de Administração da PDA? e ?que os termos do contrato foram estabelecidos e negociados antes das eleições, em Agosto, pelo administrador da Visabeira na PDA, e Miguel Lemos, da administração da PDA, e com entrada em vigor a partir de Outubro, a cerca de uma semana antes das eleições?.
8- Mais ainda, como socialista, não considero, neste particular, que a sua saída possa ser interpretada como um ?saneamento político? e que, correctamente, o Dr. Miguel Lemos deveria pedir a sua demissão, colocando-se à disposição dos accionistas para o caso destes o considerarem importante para o projecto mas libertando-os do ónus da indemnização no caso de não o pretenderem manter em funções.
9- Finalmente gostaria dizer que o João Oliveira fica moralmente responsável pela publicação integral dos comentários que, assim que tenha algum tempo disponível, espero fazer à actividade deste executivo e, particularmente, à nomeação e actividade dos novos gestores municipais.
Um abraço
Raul Martins
Quanto à minha obrigação moral, sabe que tenho o gosto e o prazer de aceitar as intervenções sobre quem quer que sejam, sei que me coarctem a minha própria liberdade de expressão.
Aqui fica o texto inserido nos comentários por Raúl Martins - se me é autorizado um comentário, é que o Dr. Miguel Lemos siga o conselho...
1- Em primeiro lugar gostaria de dizer que para além do respeito que, como qualquer cidadão, me merece, não me vinculam quaisquer laços de amizade pessoal ou solidariedade política com o Dr. Miguel Lemos que foi trazido ao desempenho de cargos de responsabilidade autárquica pelo Dr. Alberto Souto. Não o conhecia, sequer, anteriormente, não é filiado no Partido Socialista e apenas me encontrei com ele enquanto membro da comissão da AM de acompanhamento do estádio.
2- Até há bem poucos dias não tinha qualquer conhecimento do facto de o Dr. Miguel Lemos ter sido nomeado Director-Geral do PDA. Posso garantir, sob palavra de honra, que embora eu fosse à altura líder da bancada do PS na Assembleia Municipal, mesmo informalmente, nada me foi dito sobre o assunto pelo Sr. Presidente da Câmara o que, no mínimo, teria sido um gesto de gentileza pessoal e política. Aliás tenho a certeza absoluta que o mesmo se terá passado com o Dr. Carlos Candal, Presidente da Mesa da AM e com o Dr. José Costa Presidente da Concelhia do PS. Conhecendo-os eu como conheço estou certo que, se tivessem sido contactados, confirmariam o meu vivo desaconselhamento da sua nomeação para tal cargo.
3- Não gostaria de trazer para a praça pública assuntos do foro interno do PS mas invoco como testemunhas do que eu penso sobre o assunto, os membros da Comissão Política Concelhia do meu Partido. Aliás não tomei anteriormente posição no fórum que ocupo porque a nóvel Presidente da AM, numa atitude muito peculiar e inédita entre nós, não tem agendado, ou permitido, um (pequeno) período antes da ordem do dia nas reuniões extraorninárias da AM que foram realizadas. Aliás já calculava, como foi previamente anunciado pelo Dr. Carlos Santos e pelo Dr. Ulisses Pereira (pelo menos era essa a minha interpretação política, agora confirmada, dos seus comentários públicos) que este caso serviria para levantar uma cortina de fumo para encobrir, algumas das infelizes nomeações políticas que tem vindo a ser feitas por este executivo Camarário. Desde já afirmo que, se estão à espera de me intimidar com casos deste tipo, perdem o vosso tempo. O passado foi julgado nas últimas eleições.
4- Quanto à questão lateral do vencimento não me pronuncio porque não conheço a qualidade da gestão do nomeado. Sempre considerei miserabilista discutir os vencimentos de um gestor público quando, por exemplo, ninguém fala do vencimento dos futebolistas. No meu entendimento há gestores que ganham 1000 euros por mês e são caríssimos e gestores que ganham 25.000 euros e são baratos. Tudo depende da qualidade do seu trabalho e dos resultados conseguidos. É, no entanto consabida a minha opinião de que qualquer gestor que seja chamado ao serviço público deveria ganhar, tão-somente, a média dos seus vencimentos dos 3 anos anteriores, apresentados em sede de IRS, ao que haveria de juntar uma pequena verba para o ressarcir da deslocação que tivesse de efectuar se tal fosse o caso.
5- Quanto à questão substancial gostaria de relembrar o seguinte: O Dr. Miguel Lemos foi, até há pouco tempo, administrador da PDA e foi Presidente do Júri de análise de propostas relativas ao concurso de aumento de capital da PDA e abertura de 49% do capital a um parceiro privado. O Júri constituído pelos Dr.s Miguel Lemos, Amândio Canha e José Gonçalves, propôs à Câmara, que aprovou por unanimidade, a entrada da Visabeira como parceiro estratégico.
6- Quando em 2/5/2005 a alteração dos estatutos da PDA foi levada à Assembleia Municipal, levantaram-se alguns problemas nomeadamente a existência de uma cláusula, no acordo Para Social, em que, nalguns casos, a Câmara abriu mão da sua maioria, exigindo-se a unanimidade nas deliberações. Se bem me lembro solicitei antes da votação, em nome do meu grupo parlamenta,r uma interrupção de 5 minutos para discutir o caso. Posto isto a proposta da Câmara foi aprovada com os votos a favor do PS, PSD e Independentes, abstenção do CDS/PP e 1 voto contra do PCP.
7- Por tudo isto e independentemente de fazer juízos de valor sobre a sua qualidade de gestor, sou de parecer que o Dr. Miguel Lemos não deveria ter sido nomeado director-geral da PDA e que o Dr. Alberto Souto não deveria ter permitido isso. A situação para mim piora quando o próprio Miguel Lemos diz que, o contrato foi ?negociado com a administração da Visabeira? e ?acordado com o Conselho de Administração da PDA? e ?que os termos do contrato foram estabelecidos e negociados antes das eleições, em Agosto, pelo administrador da Visabeira na PDA, e Miguel Lemos, da administração da PDA, e com entrada em vigor a partir de Outubro, a cerca de uma semana antes das eleições?.
8- Mais ainda, como socialista, não considero, neste particular, que a sua saída possa ser interpretada como um ?saneamento político? e que, correctamente, o Dr. Miguel Lemos deveria pedir a sua demissão, colocando-se à disposição dos accionistas para o caso destes o considerarem importante para o projecto mas libertando-os do ónus da indemnização no caso de não o pretenderem manter em funções.
9- Finalmente gostaria dizer que o João Oliveira fica moralmente responsável pela publicação integral dos comentários que, assim que tenha algum tempo disponível, espero fazer à actividade deste executivo e, particularmente, à nomeação e actividade dos novos gestores municipais.
Um abraço
Raul Martins
9 comentários:
O Notas de Aveiro não é responsável pelos comentários aqui escritos e assumidos pelos seus autores e a sua publicação não significa que concordemos com as opiniões emitidas. No entanto, como entendemos que somos de alguma forma responsáveis pelo que é escrito de forma anónima não temos pejo em apagar comentários...
Por isso se está a pensar injuriar ou difamar pessoas ou grupos e se refugia no anonimato... não se dê ao trabalho.
Não sabemos se vamos impedir a publicação de anónimos. É provável que o façamos. Por isso se desejar continuar a ver os seus comentários publicados, use um pseudónimo através do Blogger/Google e de-se a conhecer para notasaveiro@gmail.com.
João Oliveira
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Gostei.
ResponderEliminarFinalmente um socialista que os tem no sítio
Primeiro gostaria igualmente de dizer que para além do respeito que qualquer cidadão me merece, não conheço pessoalmente o Dr. Raúl Martins, não estou politicamente próximo dele (nem tão pouco mais ou menos) e portanto, também não sou socialista.
ResponderEliminarSegundo, pelo que, corajosa e frontalmente, o Dr. Raúl Martins nos trouxe a público com este seu comentário (fui 50 vezes ao seu blog e nada encontrei lá)mais indignação nos merece tão grave atitude tomada pelos visados (Dr. Miguel Lemos e CA do PDA) fazendo fé (e acredito que sim) no que expôs no seu ponto 2 do seu comentário. Foi tudo feito de forma pouco transparente e eticamente reprovável ou pelo menos duvidosa.
Terceiro, espero que o interessante e oportuno conselho dado pelo Dr. Raúl Martins ao Dr. Miguel Lemos, seja aceite por este, livrando-nos dum avolumar sem sentido dos já conhecidos 170 milhões de euros de passivo da Câmara.
Como munícipe obrigado pela intervenção.
N sou xuxalista mas tb axo q esta resposta eh de homem. Mto bem Raul Martins
ResponderEliminarO ponto nº 3 do texto do RM é o exemplo acabado da «táctica Fátima Felgueiras»: confunde política com justiça e votos com responsabilidade. Como o passado foi julgado, não se fala mais nele. Espero, como munícipe e como aveirense, que assim não seja: e que o passado, mesmo apesar de já ter sido julgado politicamente, venha todo ao de cima e nos seja todo revelado. Temos o direito de saber e queremos saber de todas as tramóias que os amigos do RM cometeram nos últimos 8 anos! E pela amostra que já se conhece, essas tropelias só justificam o voto do dia 9 de Outubro.
ResponderEliminarO Raul Martins diz coisas muito profundas. É pena só as dizer agora... Sabiamos que o Raul não morria de amores pelo Souto.Mas já agora gostaria de saber porque só agora começaram todos a bater no Souto quando à pouco mais de um mês era só bajulice. Até os camaradas socialistas! Agora até parece que tem sarna.Só falta dizer que nunca o conheceram!
ResponderEliminarJá agora não acredito na história/versão do Dr Miguel a querer arrastar para o fundo o ASouto e o Dr. Raul parece que está a querer-se justificar de alguma coisa.
A análise do Dr. Raúl Martins é clara e inequívoca: o Dr. Lemos auto nomeou-se Director Geral da PDA e o Dr. Alberto Souto deu-lhe total cobertura pessoal,política e formal, ao assinar o despacho de nomeação. Fez ainda mais e pior, ao manter o assunto à margem dos orgãos socialistas de Aveiro, como se tivesse interesse em esconder algo. E isto é sintomático. Para além de tudo o mais, a única conclusão que resta é também a do Dr. R. Martins: o Lemos deve demitir-se imediatamente, abdicar da indmnização e, digo agora eu, pedir desculpa a Aveiro pelo abuso de confiança.
ResponderEliminarPor outro lado estranho a total ausência de opinião do Vereador Pedro Silva: onde andará agora o nóvel arauto da ética na política?
Das duas uma: ou assume a sua total ignorância acerca do assunto e exige a imediata demissão do Sr. Lemos sem quaisquer rebuços ou tem o rabo preso nesta marosca.
Aguardamos as cenas dos próximos episódios.
Li agora no Público que o Souto acha tudo isto muito bem.
ResponderEliminarÓ Souto - sim, vc, o mesmo que disse que a "golpada" na Simria podia ser legal mas era imoral - responda, pf (nós sabemos que anda por aqui a ler). Um administrador de EM sabe que o seu mandato está limitado ao mandato autárquico.
O que vc fez foi assegurar que o seu protegido assegurasse o lugarzinho (a preço de ouro) para além do seu mandato.
Pode ser (duvido) legal, mas é totalmente imoral!
E já agora, Souto, porque é que mais ninguém do PS defende esta golpada? É que mais ninguém, nem os seus vereadores nem os membros da concelhia nem ninguém.
Vc disse no discurso de saída que saía de cabeça levantada. Peço perdão, mas vc sai de Aveiro pela porta mais baixa.
De facto, o que importa também realçar é que ninguém, repito, NINGUÉM do PS de Aveiro avaliza esta golpada.
ResponderEliminar(tanto o Raúl Martins da AM como o próprio vereador Pedro Silva já vieram demarcar-se e repudiar publicamente o que ignoravam;
e os outros que conhecemos também).
É que, éticamente, isto é do mais censurável que há...
(... embora, do ponto de vista humano, fique sempre bem segurar um amiguinho... principalmente à custa duma empresazinha municipal)
Eh, meus senhores!!! Onde é que vai essa confusão? O sr. engenheiro técnico agrário (vulgo regente agrícola da 'velha senhora' pré-Abril) é apenas uma pessoa que tem o 5º ano do Liceu! Qual doutor, qual carapuça!!!
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