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terça-feira, 7 de junho de 2005

Contra a corrente

Sei que este artigo não é muito "normal" numa época em que se fala de cortes/poupanças e "privilégios inadmissíveis" da Administração Pública e dos governantes.

Tenho a minha própria opinião e não tem nada a ver com o que habitualmente se fala. Porque estamos a ver a "Politica", essa nobre arte, a afundar e com tendência para piorar...

Em primeiro lugar, andamos a assistir a operações cirúrgicas quando as grandes medidas - reestruturação dos processos e fim do "emprego garantido" na Administração Pública é que são os grandes problemas.

A criação de infra-estruturas e a manutenção de outras que para nada servem, a manutenção de benesses em comissões - sim, fala-se muito dos contratos de consultoria mas esquecem-se das comissões que demoram três anos a elaborar um livro branco... - e uma lógica hierarquizada e anquilosada na função pública transforma-nos a todos em pessoas que não entendemos "os outros", como se o Estado não fosse de todos nós.

Já a politica está a "promover" o seu próprio enterro. Tem que ser dita a verdade: os governantes e deputados são mal pagos. E o curioso é que as coisas podem ser resolvidas de uma forma muito simples, sem beliscar a questão base e central que é de poupar mais. É que há contrasensos visiveis à distância: nas autarquias, a vereação aprova ordenados impressionantes nas empresas municipais; os ministros escolhem pessoas que chegam a ganhar dez vezes mais do que eles...

Posso-vos dar o exemplo de como se começaria a poupar ou a não gastar mais mas a poder exigir muito mais: actualmente há 230 deputados. Imaginemos que cada um ganhe 450 contos. Já repararam que se fosse 150, o mesmo bolo salarial daria para uns interessantes 790 contos? Para que benesses, nesta lógica?

Digam da vossa justiça...

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João Oliveira

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