Uma entrevista arrasadora

Mano Nunes deu uma entrevista que saiu hoje no Diário de Aveiro. Esta disponível aqui. No entanto queria realçar algumas das partes onde Mano Nunes, mais do que somente a componente puramente desportiva do clube, fala de algumas pessoas. Diz que lhe deu prazer ver esmagada a lista B, ataca - sempre sem citar o nome - Caetano Alves avisando várias vezes sobre os intuitos do mesmo em criar uma SAD (Silva Vieira também não escapa) e "destrói" o meu querido inimigo de estimação - Miguel Lemos. Ora leiam... E desculpa a Câmara por esta não ter dinheiro...

As relações do Beira-Mar com a EMA (empresa municipal que gere o estádio) não foram fáceis. Porquê?
Este país é um país de «tinos». Só assim se justifica um administrador na EMA como o senhor que lá está. Se não fosse um país de «tinos» aquele senhor não podia ser administrador de nada nem de ninguém. É mentiroso e eu provo que é mentiroso, porque tenho aqui contas, e falseou a verdade no último comunicado que mandou da EMA.

É mentiroso porquê?

Neste momento e até 30 de Junho, a EMA devia 541.328,12 euros ao Beira-Mar. Portanto, é mentiroso e tentou falsear e deturpar a verdade em relação à situação real do que a EMA devia ao Beira-Mar.

E essas relações tensas entre as duas instituições não prejudicaram o clube?

Não, não prejudicaram nada. A EMA é um nado-morto e enquanto lá estiver aquele senhor pior um bocado. Ele não consegue rentabilizar? Se for ver as contas da EMA que ele apresentou, quem lhe deu mais possibilidades de fazer dinheiro foi o Beira-Mar na venda dos camarotes. De resto fez dinheiro em quê? Zero. Ele com o Beira-Mar ainda ganhou dinheiro. O Beira-Mar foi o único parceiro que deu lucro naquela empresa.

E como eram as relações do Beira-Mar com a Câmara de Aveiro e nomeadamente com o seu presidente, Alberto Souto?

O presidente da Câmara é alguém com quem se pode falar, é um senhor. Agora, é evidente que ele não pode dominar todos os «dossiers» nem pode andar atrás dos seus administradores todos com uma chibata a dizer para trabalharem bem. Mas penso que estará atento a todas as situações.

Como correu a transferência do Beira-Mar para o novo estádio?

Foi dolorosa para o clube. Tivemos de engolir muitos sapos, como toda a gente sabe. Ele [Miguel Lemos] diz no comunicado que o estádio estava preparado. Mas estava preparado para o Euro, não para receber uma equipa profissional de futebol; não tinha sequer banhos e massagens. Como pode uma equipa profissional de futebol ir para um estádio que não tem uma tina para banhos e massagens? Foi a última coisa a ser feita. Ele montou uma sauna, apesar de nós termos dito para não o fazer e montar antes a tina de banhos e massagens. A tina de banhos e massagens acabou de ser feita há dois meses, e paga pelo Beira-Mar.

As construções da sede e de um novo pavilhão são projectos antigos mas nunca executados. Porquê?

Nunca foram executados porque a Câmara não tem dinheiro. Está tudo protocolado, tanto a sede como o pavilhão. Em relação ao pavilhão, a Câmara ficou de nos escolher um local e com o dinheiro que faríamos com a venda do terreno do nosso pavilhão montaríamos um novo, mas até hoje ainda não foi resolvido. Não foi por falta de vontade nem por não pressionarmos a Câmara. Mas nós não podemos chegar ao pé do senhor presidente da Câmara com uma pistola e obrigá-lo a construir a sede e o pavilhão ou dar-nos um terreno para fazermos o pavilhão.