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quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

Sobre o Orçamento II (Dos Jornais)

Leia aqui o Diário de Aveiro, o JN e o Público (só para assinantes).

Pelo interesse público, deixo o texto do Público, assinado por Maria José Santana

151 milhões de euros
Presidente faltou à votação do orçamento na Câmara de Aveiro
Maria José Santana


O PS votou contra e considera que praticamente todos os projectos vêm do executivo anterior

A Câmara Municipal de Aveiro aprovou ontem de manhã, em reunião extraordinária que não contou com a presença do presidente da autarquia, o Plano de Actividades e Orçamento para o próximo ano. Muito embora a autarquia não tenha adiantado quaisquer valores, o PÚBLICO apurou que o orçamento do próximo ano ascende aos 151 milhões de euros. Os documentos, os primeiros elaborados pelo elenco municipal saído das eleições de Outubro, mereceram quatro votos favoráveis (da maioria PSD/CDS/PP) e três contra (do PS) e serão agora sujeitos à apreciação da assembleia municipal no próximo dia 28. Os socialistas criticaram o facto de só terem tido acesso ao documento no início da reunião e classificaram como uma "falta de respeito" a ausência do presidente da autarquia, Élio Maia.
A única informação avançada pela edilidade relativamente ao Plano de Actividades e Orçamento foi divulgada por um comunicado, no qual era apenas referido que aqueles documentos "procuram corresponder a dois objectivos: por um lado, adaptarem-se à realidade económico-financeira deficitária da autarquia; por outro, e não obstante esse quadro, prosseguir os investimentos necessários ao desenvolvimento integrado do concelho". Apesar das várias tentativas, os responsáveis camarários mostraram-se indisponíveis para prestar esclarecimentos sobre os documentos e sobre os motivos que levaram à ausência do presidente da autarquia na reunião.
A falta de comparência de Élio Maia mereceu duras críticas da parte da oposição socialista, que classificou esta atitude do líder da edilidade como "falta de coragem política" e "falta de respeito institucional e para com os aveirenses". "É de lamentar a ausência do presidente da câmara na discussão do documento político mais importante que existe na gestão autárquica. É o documento que reflecte as estratégias que este executivo queria traçar e que, veio a confirmar-se, não são nenhumas", argumentou o vereador do PS, Marques Pereira.

"Não traz nada de novo"
Os socialistas garantem que o plano de actividades para 2006 "não traz nada de novo", limitando-se, praticamente, "a todos os projectos que vêm do executivo de Alberto Souto", segundo frisou Marques Pereira. Apesar de fazer questão de realçar que os vereadores do PS não tiveram tempo de analisar o documento. Aliás, a falta de conhecimento atempado do Plano de Actividades e Orçamento acabou por ser, de acordo com Marques Pereira, o motivo principal do voto contra dos socialistas. "Nada nos foi dito anteriormente e os documentos só nos foram entregues na altura da reunião", declarou, a propósito daquilo que considera ser uma violação das "regras mais elementares". "O próprio partido [PS] só foi ouvido no final de tarde do dia anterior ao da votação, e nada foi dito sobre o documento", acrescentou Marques Pereira.
Nos parcos pormenores adiantados pela autarquia no comunicado referente ao Plano de Actividades e Orçamento para 2006 é dito que, sendo este o primeiro documento deste mandato, "consagra, naturalmente, a continuidade de alguns dos projectos iniciados pelo anterior executivo". Em termos de obras, a câmara destaca apenas as empreitadas do Aveiro Polis, nomeadamente a conclusão do Mercado Manuel Firmino, a "construção da nova ponte pedonal sobre o Canal de São Roque e a requalificação urbana que se estenderá para a zona da antiga lota".

10 comentários:

  1. Apenas uma dúvida: se o PS entende que todos os projectos apresentados vieram do executivo anterior não deveria ter, então, votado a favor do orçamento? Caramba - ao menos sejam coerentes! Se pretendem votar contra, ao menos apresentem razões coerentes que justifiquem esse voto!

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  2. È uma bagunça e o descrédito irreversível do Élio: então o homem que falta a tudo e não diz nada, também não sabe defender o seu orçamento ? Deve ser a primeira vez na história da Câmara que tal acontece...Bem se dizia que ele concorria para vereador...Mas que diabo, ele há mínimos!!

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  3. Confirma-se a demissão do vereador Pedro Ferreira ? Coitado do rapaz,na entrevista que deu há uns dias, dizia que o orçamento iria ficar entre 50 e 75 milhões de ?: teve um ligeiro engano de 100%...Para o responsável das finanças é obra; isto quer dizer que estamos entregues à bicharada...

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  4. O penúltimo orçamento do Souto rondava os 124, o último andava pelos 115. O PSD e o PP disseram cobras e lagartos. Vai ser bonito ver a lata para justificar este orçamento de 150 ! Ou seja, para concluirem os mesmos projectos e sem projectos novos gastam muito mais ? Aqui há gato, cheira-me a incompetência pura. Volta Souto estás perdoado. Pelo menos estava a caminhar para orçamentos realistas e tinha a coragem de os defender!

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  5. É mau demais para ser verdade.E pensar eu que votei neste gajo. Quem não sabe, não se estabelece. Este orçamento é uma fraude. Ponto final.

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  6. Espero que o èlio explique que este orçamento seja para pagar as dívidas da cãmara, para que esta tenha novamente bom nome e para assumir compromissos já assumidos e protocolados, contra isso ninguém poderá dizer nada.

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  7. Curiosas as expressões há pouco tempo proferidas por muitos que acusavam este executivo de transformar a cidade e o concelho num marasmo e travar o desenvolvimento.
    Agora, que é feito um esforço para criar condições para que o desenvolvimento se faça e os projectos possam ser realizados, vem-se por em causa estas medidas.
    está-se a tentar criar uma tempestade política só porque este executivo pretende dar continuidade a projectos que entende serem benéficos para o concelho e a cidade, independentemente dos mesmos serem do anterior mandato.
    E qual o conhecimento que se tem do documento em causa. Já foi apresentando publicamente e explicado?!
    Já foram justificados as formas de invenstimentos, os protocolos e contraos-programa, os projectos, as despesas e as receitas, as trasnferências de competências para as juntas de freguesia, etc?!
    Para quê já tanto alarido?!
    A Assembleia Municipal já se pronunciou?!
    Se existir uma forte rigor orçamental, qual o problema de tornar Aveiro (cidade e concelho) mais desenvolvido e mais estruturado?!

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  8. Rigor orçamental com um aumento de 30 milhões de receitas em relação aos 60 milhões obtidos este ano, em ano de crise ? Alguém acredita em 50% de aumento das receitas ? Anda tudo louco ? Viseu e Coimbra baixam os seus orçamentos e Aveiro aumenta ? Parece-me que o que aumentou foi a incompetência pura...

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  9. Ao comentário do Eng. Pedro Pires da Rosa.
    Primeiro permita-me que não entenda a parte do seu comentário onde refere 'no correr do lufa do dia-a-dia de trabalho'. Deverá haver algum mal-entendido porque normalmente (salvo fins-de-semana e períodos de ausência laboral)escrevo quer em comentários, quer no meu blog, apenas à noite - 11:37 PM.
    Por outro lado, permita-me que desmistifique o seu comentário e esclareça o meu.
    1. Embora, assumidamente de direita e do CDS.PP, a minha vida politico-partidária já há alguns anos que terminou. E embora mantenha amizades muito fortes com companheiros de muitas 'guerras', não me move qualquer sentimento de obrigatoriedade ou de dever político. Apenas conceitos e ideias sobre algumas coisas, que provavelmente serão diferentes das suas, como de mitos outros que aqui vêm e que vão ao meu blog ou a outros tantos.
    Não quis, nem quero, pretender justificar a ausência do Sr. Presidente (como referi no post do meu blog), nem de outro membro da oposição. Quem tem de o fazer são os visados, se assim o entenderem.
    E disse-o e reafirmo-o, concordando inteiramente consigo, este é um documento muito importante.
    E por isso é que surgiu o meu comentário.
    Não tenho que defender o orçamemnto, nem foi isso (desculpe se mal me expremi) que quis afirmar. O que eu defendo é que o alarido expresso por muitos, não faz sentido quando apenas se conhce um número que devrá significar muito mais que isso: investimentos, liquidação de dividas, transferências de competências.
    E nem sei, acredite que não sei mesmo, se os 150 milhões significam um total investimento em projectos para a cidade. Nem eu, nem se calhar muitos dos que se expressaram contra esta decisão camarária.
    É lógico que este tão importante documento tem que ser explicado, nomeadamente à Assembleia Municipal e, porque não, à cidade. Mas eu não faço parte do executivo. Não faço mesmo!
    Com toda a franqueza mesmo!

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  10. Então o Dr. Pires da Rosa é despromovido a Eng. e nem refila?
    O Élio teve foi vergonha e por isso não apareceu.
    Essa é que é essa!

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